VALE PELA ARQUEOLOGIA
“Live At Brixton”, Motörhead, 1994, Roadrunner
sons: DOCTOR ROCK / STAY CLEAN / TRAITOR / METROPOLIS / DOGS / ACE OF SPADES / STONE DEAF IN THE USA / EAT THE RICH / BUILT FOR SPEED / ROCK’N’ROLL / DEAF FOREVER / JUST ‘COS YOU GOT THE POWER
formação: Lemmy (bass and vocals), Wurzal [sic] (guitar and vocals), Philthy (drums), Phil Campbell (guitar and vocals)
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Ñ é um álbum ao vivo oficial do Motörhead. Tampouco se poderia considerar um piratão calhorda ou um desses bootlegs tão em voga, uma vez q lançado pela Roadrunner, costando capa e encarte. Acaba sendo um dos tantos “ao vivo” q lançam da banda, cuja errância com selos (7 foram os q consegui contar) acaba proporcionando. Um efeito colateral.
Já tinha “passado” por mim umas duas vezes este “Live At Brixton” (ou “Live At Brixton ’87”), até adquirí-lo anteontem, e pra mim superior ao ao vivo “oficial” “Nö Sleep At All” (1988), o q afirmo baseado única e exclusivamente em gosto pessoal.
Afinal, 8 sons neste constam daquele citado acima; a diferença é o maior teor de sons de “Rock’n’Roll” (1988) – metade dos 12 – e apenas 3 dos das antigas (“Stay Clean”, “Ace Of Spades” e “Metropolis”), q se pode deixar pra lá, haja visto o cansaço e desdém demonstrados pela banda na execução – duplo sentido! – destes.
Ñ era bem a melhor fase e forma da banda, e ñ mais só por culpa de Pete Gill (pra mim, o pior baterista da história do Motörhead), mas ainda mais pela da volta de Animal Taylor às baquetas, q ñ foi o retorno q se esperava. Ainda q tal percepção tenha se consolidado a posteriori. Minha opinião? A horda de Lemmy só ganhou – retomou? – bom nome na praça e condição física a partir da entrada efetiva de Mikkey Dee, em “Bastards” (1994).
A culpa tb é da produção, creditada a algum “Mo the Man”: Lemmy, Würzel e Campbell só passaram a ter sorte nesse quesito a partir do “1916”. Q apesar de seus melhores sons nem é esse primor…
Meus sons preferidos, “Stone Deaf In the USA”, “Rock’n’Roll”, “Traitor” e “Eat the Rich”, nunca mais deram as caras em set-lists da banda. Provavelmente jamais voltarão. “Just ‘Cos You Got the Power”, q fecha o disco mas provavelmente ñ o show (duvido q o material aqui contemplasse ele todo, ocorrido na Brixton Academy na antevéspera do Natal de 1987), voltou recentemente ao repertório, e se tivesse constado de “Orgasmatron” (1986), por mim teria sido o 4º som dele a valer a pena.
Curiosidade inútil: “Built For Speed” comparece àquele dvd “The Birthday Party” como “On the Road”. E parece ter sido melhor (re)aproveitada como “Born to Raise Hell” anos depois.
Recomendo, enfim, naquela veia morde & assopra tão característica desta pauta enxuta. Se custar de 20 reais pra menos, tanto melhor.
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CATA PIOLHO CCXXXIX – vi uma vez numa comunidade facebúquica (da qual o amigo Tiago Rolim tb participa. Aliás, me convidou!) este Jogo dos 7 Erros capístico:
o mesmo desenho, mas em escala e cor diferentes, fora invertidos um relação ao outro. Ah, com um unicórnio em uma!
doggma
15 de março de 2015 @ 20:17
Andei reouvindo o disco. Talvez seja a performance mais desleixada já registrada da banda. Parece fim de turnê. O batera realmente é um grosso (a intro de “Stay Clean” mais sem-vergonha que já ouvi) e eles não tocaram “Ace of Spades”… se livraram dela.
Mas por tudo isso, o disco ganha um punch que faz toda a diferença. Talvez pela produção muito crua, o disco dá uma noção muito próxima de como o Motörhead ao vivo soa ALTO PRA CARALHO. Não importa o estado que os caras estejam. Barulheira infernal e memorável.
Marco Txuca
16 de março de 2015 @ 13:03
Bingo, doggmático!
Mas o desleixo atinge apenas os sons “velhos”. Duas guitarras ali, pra quê?
Os outros parecem desleixados, pq a “safra” “Orgasmatron” e a “Rock’n’Roll” (esta, pra mim, um pouco menos) tb deixam a desejar. Tanto q, reitero, pouca coisa consta do set atualmente nesse sentido.
A formação atual pode ñ ser a mais consagrada, mas é a mais profissional e a q conseguiu segurar melhor a onda. Parece q amadureceram e se cercaram de profissionais melhores.