ROCK IN RIO

Nem todos os amigos por aqui eu tenho adicionados no Facebook, onde fui fazendo uns comentários ao longo dos shows, sobretudo os do último domingo. O amigo Jessiê disse q aguardava umas opiniões deste q vos bosta (digo, bloga!), e assim farei, recondicionando algumas das coisas postadas por lá.

Ah, ñ fui pessoalmente. Curti a coisa a bordo do sofá daqui de casa. Coisa melhor q fiz.

Quanto ao Ghost, vou na cola do amigo Ricardo Sarcinelli, em considerar q fizeram um show q extrapolou o próprio show. Sujeito vestido de Papa macabro e músicas falando ostensivamente em Satanás em rede nacional (e até na Globo) é evento digno de registro. Coisa histórica.

Por outro lado, é banda cujo visú ñ combina com o som. Tinha q ser uma pedrada mais pro deathão, com vocal gutural. Faltam riffs, faltam solos e falta um vocal q ñ soe como uma menininha de 11 anos.

Genial tb a gauchinha sem noção no Multishow (ex-mtv) perguntando aos ghouls se eles iriam à praia vestidos daquele jeito! ahah

***

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=VPZTxhx1lMQ[/youtube]

Além dos suecos, outro ponto q considero memorável foi show de Bruce Springsteen abrir com Raul Seixas, o q ele já tinha feito quarta-feira aqui por São Paulo. Pra quem for chato e implicante (mais q eu): claro q faltaram os cacos, às chamadas a Crowley (Satanismo IMPEROU na bagaça), mas além disso o fato histórico dum roqueiro estadunidense haver coverizado um roqueiro brasileiro pela PRIMEIRA VEZ – rip0ngas chatonildos indies cometendo Sérgio Mendes, Jorge Ben e Mutantes ñ contam! – é algo digno de menção.

Chupem, Caetano Veloso, Titico Sta Cruz, Ivete Sangalo e todo gringo q tentou agradar platéia tocando “Garota de Ipanema” ou Michel Teló (todos os outros gringos pretéritos infames) nesta e noutras ocasiões.

Assisti ao show do homem inteiro. Ainda q ñ faça meu gênero. 3 horas sem perder o pique. 63 anos na cacunda e 19 músicos no palco. Só fraquejou ao fim, fazendo o clichê de tocar “Twist And Shout” emendado com “La Bamba” (são as mesmas notas): deveria ter era tocado “We Are the Champions” e “Whisky A Go-Go”!

***

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=N5Tt6ERG3yI[/youtube]

Achei tb inesperadamente incrível a junção Destrúcho e Krisiun. Thrash alemão e brutal death metal brasuca: ñ é q combinaram? Por conta dos 2 guitarristas infernalmente despirocados, lançando riffs, licks e solos initerruptamente. Schmier em certa hora, ao descrever o q rolava, criou praticamente um novo superlativo: o “fucking foda”. Foi.

A lamentar apenas q os alemães tivessem tocado mais q os brasucas; por outro lado, o show era deles e os brasucas, os convidados. Sensacional a exibição em rede nacional tb: “o Krisiun para as massas”, como apregoou o amigo Rodrigo Gomes. Cover de Venom (superando a original) e “Total Disaster” (dos alemães) tocadas juntos, a mim superam aquela papagaiada saudosista de Sepultura abrindo pra Venom e Exciter em 1929. Krisiun é a banda a ser seguida, se ñ pela porradaria, pela atitude e pelo zero de concessão.

Me senti representado por eles, por ñ serem banda de “metal nacional playboy”, como aquele LIXO de Kiara Rocks, q vieram ao mundo praquilo q fizeram mesmo: papais e mamães de alguns deles deixaram de trocar de carro e de fazer sacolagem em Miami em 2013, pra q os filhos tivessem “a melhor noite de suas vidas”. Ainda q isso tenha significado entuchar o set de covers e de tentar apelar pro falido do Paul Di’Anno, q conseguiu atravessar “Highway to Hell” e blasfemar Ramones antes de seu número Maiden.

Quando a melhor coisa do show da tua banda num megaevento é participação de ex-Maiden jurássico e de guitarrista do Charlie Bronha Jr., creio ñ haver boa vontade no mundo q dê jeito de abonar tamanha caganeira e embaraço.

***

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=N6A-ZF5XJSU[/youtube]

Há quem considere q o show do Helloween deveria ter ocupado tal espaço de palco principal, “Palco Mundo”, coisa q o valha. Acho até q sim, mas nem é a política do festival, sempre aberto a um jabá, como foram Gloria (cadê essa bosta?) no anterior, Sheik Tosado (alguém lembra?) em 2001 e Udora em 1991… Além disso, penso q num festival tão mainstream, o heavy metal q ñ mainstream (Metallica, Maiden e até o Slayer) ñ tem q ter tanta exposição assim. Senão, banaliza como as camisetas dos Ramones vendidas a rodo pra periguetes q mal conhecem Offspring, quando mais “hey ho let’s go”…

E curti Helloween: Andi Deris é um carismático fodido e a formação atual é muito precisa. Chegaram ao nível de fazerem show ruim só por pobremas técnicos. “Live Now!” funcionou muito bem com a galera. “Power” é jogo ganho. Só lamento q o cara ñ tenha culhão pra mandar rancar fora de vez sons da “era Kiske” (“Eagle Fly Free” ñ funciona, deixa pra lá!), até pq os sons da “era Deris” acho muito muito muito melhores. Curti tb q tenham deixado Kai Hansen só pro fim, pras óbvias “Dr. Stein”, “Future World” e “Out In the Fields” “I Want Out”.

E mesmo detestando André Matos e seus mesmíssimos agudos constipados (since 1986) e o Viper, tenho como tremenda injustiça ñ terem ficado no lugar do Kiara. Pit Passarell, claramente dependente químico, saiu direto do palco pro bico de flanelinha na porta do evento.

***

Desconheço o “pé” da turnê em q se encontra o Iron Maiden. Tvz pelo “meio”: achei os caras no piloto automático. Nada de show chulé, todavia. Pouca conversa e interação entre os sons. Tvz rolasse um cansaço de terem tocado sexta-feira aqui em SP. Tvz ñ. Bruce Dickinson com freio de mão puxado: veterano q é, deveria já ter aprendido q acelerar vocais – como em “The Prisoner” e em “2 Minutes to Midnight” – ñ faria os  sons acabarem mais rápido…

“Phantom Of the Opera” achei surpreendentemente foda. Fucking foda. Som do Multishow, uma bosta. 3 guitarras pra equalizar e uma bateria monstro acabariam sofrendo danos mesmo. “Afraid to Shoot Strangers” é música “fase Blaze” feita na “fase Bruce“; tudo bem, Dickinson ñ deve agüentar fazer “Die With Your Boots On” mais. Q, como “Still Life”, “Killers”, “Heaven Can Wait” e “Sanctuary” rancadas do set original, o foram pra dar lugar tb à “Fear Of the Dark” e oferecerem o populismo q gente mais true descartaria.

No mais, ñ sendo cansaço ou tanque na reserva, poderemos anunciar o início do fim de Bruce Dickinson. Aconteceu com Halford, Dio, Gillan, Adams, Axl… aconteceria com ele alguma hora. E o figurino, ímpar: entrou com terninho de toureiro, fez tributo capilar ao Misfits na “Seventh Son Of A Seventh Son” (sofreu pra cantá-la!) e terminou o show homenageando o penteado de Helena Bonham Carter. Versatilidade a toda prova!

***

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=jFPGxuAxzaI[/youtube]

A despeito de minha birra com o Slayer, tornado um Slayer Cover Oficial, tenho q foi um show monstro.

Araya encarnando um “Papai Smurf From Hell” chutou bundas de quem quer q se meta a achar q canta thrash metal. Impressão de q o quer q esse cara ande comendo ñ é Friboi… Tá com voz melhor q dos tempos do Philips Monsters. Q o diga o berro inicial em “Angel Of Death”. Ou “Disciple” berrada a plenos pulmões e diafragma.

Repertório impecável de 13 sons (curto, como tb foram o Ghost e o Alice In Chains), revisitando “Show No Mercy” e “Hell Awaits” sem soarem rasteiros ou demagogicamente saudosistas nas respectivas “Die By the Sword” e “At Dawn They Sleep”. 4 sons do “Seasons In the Abyss”, incluída a definitiva “Dead Skin Mask” e a impressionante “Hallowed Point”; apenas trocaria “Mandatory Suicide” (da indefectível cota de duas do “South Of Heaven” executadas) por “Chemical Warfare”.

Nada de bailão da saudade. Gary Holt surpreendente e Paul Bostaph emulando Dave Lombardo como sempre fez. Com categoria. Entrevista de Kerry King – em pé – após show entregou planos (dele?) de “novo álbum” (putz), contar com Gary Holt efetivado e desabafo sobre “escolhas erradas” de Dave Lombardo. Amigo FC creio ter entendido um pouco mais as falas do sujeito.

***

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=0QNxsIAzW0Y[/youtube]

Por fim – por ora – e tb fora de ordem: achei bem digna a junção Zé Ramalho + Sepultura. E coisa pra ter rolado no palco principal, fora isso. Pq colocou Derrick Green em seu devido lugar: tocando umas percussões lá no fundo q mal dava pra ouvir. E pq poderia até se tornar algo mais efetivo. Zé Ramalho tem um carisma da porra: um disco conjunto levantaria a carreira da ex-banda em atividade mais q qualquer coverização de Chico Science & Nação Zumbi (momento constrangedor no set) ou Death.

Se forem bem espertos e ligeiros, poderiam tentar um crowdfunding pra tentar comprar do Medina os direitos da apresentação e lançar como dvd oficial. Zé Pultura ahah

***

Quanto àquela BOSTA de Avenged Queimaroscafold, nada a comentar. A ñ ser um flagrante da roda durante o show. Super perigosa.