E a quem quiser voltar pra 5ª série, é só assistir a partir de 2’45”.
Até onde sei, TheWord era um programa zoeiro, fuleiro, caótico e aleatório na tv inglesa, com bandas tocando ao vivo ou fazendo playback, mas só com o vocal ao vivo – como rolou com o Nirvana.
Essa amostra com o L7 tvz explique pq não foram muito adiante na carreira, ao mesmo tempo em q atesta q estavam pouco se fodendo pra isso ahah
O L7 foi – e voltou a ser? – uma banda muito divertida, embora falassem sério. E se divertiram muitíssimo tb.
Ñ eram exatamente umas gostosonas de plantão, mas tinham um sex-appeal, sobretudo Donita Sparks e Jennifer Finch (“a minha ‘L7 favorita'”… bah). E viveram o furacão grunge + música alternativa ascendendo muito. Vindas até de bem antes da coisa.
Mas falharam na decolagem, ou ratearam na chegada. Ñ vingaram, comercialmente falando, isso é fato.
Há uns 15 dias assisti ao documentário aqui. Muito divertido, nada “chapa branca” (certo, märZ?) e zero “reconstruído” (como aquele semi-fake do Anvil), contando com imagens da época e depoimentos de todo mundo envolvido.
Sparks e Suzy Gardner montaram a lojinha, Finch e Dee Plakas chegaram depois. Formaram uma unidade. Passaram por selos cruciais (Epitaph, Sub Pop, Slash), tiveram eméritos produtores (Jack Endino, Butch Vig), tocaram em grandes festivais (Reading, Lollapalooza) e eram enturmadas com punks, grunges, alternativos, mesmo tendo sido abraçadas um tanto pelas revistas de metal.
Aproveitaram alguma popularidade em “Bricks Are Heavy” fazendo shows ativistas (com Gwar e Fugazi?!) pró direito ao aborto, mas nunca venderam muito. Viveram uma expectativa de “estourar” q nunca aconteceu. Encheram a cara, usaram muita droga, zoaram o barraco. Defacções foram abruptas, mas tb sentidas (Finch avisou q sairia por um bilhete escrito em folha de caderno, Gardner telefonando pra Sparks) e inevitáveis, sem tretas internas. Apenas quando perceberam q ñ ganharam dinheiro com nada daquilo.
Desculpem o spoiler.
Além disso, mostra o quão se surpreenderam com alguma ascensão: turnê na Inglaterra (onde foram levadas muitíssimo a sério) e o auge delas aqui, no Hollywood Rock 1992, em q tiveram o maior público da carreira, escolta policial e fãs gritando da porta do hotel.
Achei bacana e melancólico ao mesmo tempo. Sincero demais, imagens de época preciosas (incluída Donita Sparks arriando o short em tv ao vivo – devidamente captada pelo câmera – na Inglaterra). Depoimentos graúdos de gente grande da época, muito coerente.
Banda de certo modo incompreendida – pq ficaram em limites entre estilos – inclusive por elas próprias. Pra mim, faltou uma assessoria melhor, pra tudo: entrevistas, fotos, lançamentos. Ñ foi exatamente uma trajetória de “ascensão e queda”, pq ñ obtiveram a primeira. Mas a segunda aconteceu.
Termina falando da volta delas. É um spoiler e ñ é ahah
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Outra indicação de tempos covid 19.
Tempos em q estou aproveitando a obsoleta tv a cabo (ñ, ñ tenho Netflix!) pra atualizar e rever filmes. E volta e meia esbarrar em pérolas como este “Lugares Escuros”.
Convidativo apenas por ter Charlize Theron (mulherão da porra existe?) e Chlöe Grace Moritz, mas mais ainda pela temática sombria e pesada.
Resenha no site Telecine assim descreve a película: “Libby Day, uma mulher que sobreviveu ao massacre de sua família quando criança, é obrigada a confrontar os eventos da trágica história depois que Lyle Wirth e um grupo de aficcionados decide reinvestigar o caso”.
Uma chacina ñ solucionada (ou equivocadamente resolvida) e uma sobrevivente às voltas com uma vida estagnada, a meu ver muito bem caracterizados. Mas o ponto pra indicar, totalmente oitentista, é q em algum momento surge o “satanismo do heavy metal” como possível catalizador do massacre.
E assim temos adolescentes ali fãs de Misfits, Slayer, Mercyful Fate, Venom e Celtic Frost com pôsteres nas paredes, ostentando camisetas (sempre novinhas nesses filmes), vendo clipe de Twisted Sister na tv e blasfemando obscenidades satânicas em cadernos. Ñ é algo crucial tanto assim na trama, mas tb ñ comparece como elemento difamador.
Assim: ñ me ofendeu constar ali.
Mesmo com cena de sacrifício ritual de bois, com direito a machadadas e sangue na cara. Um bom filme. Ainda q desagradável e incômodo.
A real é q o show do L7 estava anunciado há mais de ano.
De minha parte, já lá atrás fiquei na dúvida: “ué, voltaram?”. “Será q presta?”. “Serão as mesmas?”. Ñ levei a sério, na verdade, até ver há umas duas semanas terem confirmado o Soul Asylum junto. E por um preço bem interessante. R$ 130.
Sobrou uma grana no fim do mês, achei local pra comprar ingresso a 2 minutos do meu consultório e lá fui eu.
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Botaram uma certa banda indie daqui, Deb And the Mentals, pra abrir, mas ñ vi. Cheguei e estava rolando o Pin Ups, q quem assistia Mtv Brasil deve lembrar: a baixista/vocalista foi namorada do João Gordo e o guitarrista gordo, Zé Antônio Algodoal, era diretor e ocasional apresentador de programa tipo “Lado B”. Lançaram discos – acho q jamais relançados em cd – intitulados “Jodie Foster” e “Lee Marvin”.
Lembrado? Fizeram show bacana, retrô, dum tempo em q indie era alternativo e ñ pedante. 40 minutos, se muito, um som emendado no outro. Faltou venderem algum merchan, se é q a banda tá voltando mesmo. E se é q terão estrutura pra tocar por aí. Enfim.
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Meia horinha entrou o Soul Asylum. Os mesmos caras? Apenas Dave Pirner, envelhecido mas com o mesmo cabelo e figurino. E guitarra Telecaster. Quem olhar vídeos/fotos, verá o segundo guitarrista e pensará se tratar do mesmo de lá de trás. E ñ era. Acharam sujeito competente (ñ apresentaram os integrantes), com guitarra Gibson idêntica e idênticos corte de cabelo e camiseta listada horizontal.
Smashing Pumpkins perde em profissionalismo ahahah
Praticamente uma banda cover oficial, mas deixa quieto. Puta show. Carisma e canções. Zero afetação. Alguma nostalgia, mas zero bolor. E a sacada desse 2º guitarrista + baixista negão fazerem uns backing vocals e vocais ajudando Pirner. Q ñ tem mais o sustain de antes, mas tb ñ desafinou.
Curti tb pela impressão dos caras se divertindo. Parecia ensaio (bem ensaiado). Todos rindo, curtindo os sons, a si próprios e o show. Poderia se objetar q os sons são facinhos, mas foram bem executados, timbrados e etc.
Levantaram a galera mais com os hits “Somebody to Shove”, “Black Gold” e “Runaway Train”, tocados aliás em sequência, mais ao fim. Além delas, outros 2 sons de “Grave Dancers Union” (1992). A q me pegou mais foi “Misery”, única do “Let Your Dim Light Shine” (1995), da qual esperava q fizessem tb “Just Like Anyone”. Mas ok.
Mal comparando ao thrash metal, é como fossem o Nuclear Assault dos sons alternativos noventistas. Monte de gente gosta, um tanto subestimados, só q ñ decolaram mais. Ñ “tiveram melhor sorte”. E tudo bem. Curti. Bons sons.
Set-list: 1. “99%” 2. “Hopped Up Feelin'” 3. “See You Later” 4. “Misery” 5. “Freaks” 6. “I Will Still Be Laughing” 7. “Spinnin'” 8. “Whatcha Need” 9. “String Of Pearls” 10. “Somebody to Shove” 11. “Black Gold” 12. “Runaway Train” 13. “Closer to the Stars” 14. “April Fool”
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Com o L7 a coisa foi bem diferente. Uma meia horinha pra arrumar o palco e a ansiedade palpável no ar. Monte de gente aguardando. Maioria sem ter idade pra tê-las visto em 1993 (eu tava lá!) q ñ fosse pelo You Tube. Mulherada predominando. Roqueiras, hipsters, tiazonas, metaleiras, cosplays e etc.
O clichê “entraram com o jogo ganho” valeu pra quando pisaram no palco. Tivessem ficado paradas ou só contando piadas, seria do caralho. Só achei Donita Sparks meio lesada, passando o show tomando uma Corona e meio aérea; tvz fossem os shows seguidos (na véspera tocaram no Rio). Quando tombou no palco fazendo solinho de “Andres”, veio roadie acudir. Vai ver, ñ estava no roteiro. Ou vai ver, o cara ñ sabia.
Ñ sabia q são todas umas largadas, divertidas, tiazonas tocando o puteiro. A mais nova tem 52; as mais velhas já com 58 aninhos. Jennifer Finch alternava o à vontade com a mesmíssima falta de noção e baixo gigante do Hollywood Rock: pulava, agitava o baixo, deixava de tocar, caía no chão, tropeçava nos cabos, um barato. Sem pose. Banda de garagem tocando pra quem curte. Isso ñ se força.
Suzy Gardner, q lá atrás era velhona, parecia mais nova. Em comparação. E a única mais preocupada com a parte técnica, ora pedindo retorno, ora suando a tanga pra fazer os licks e riffs. Com aquela mesma única guitarra de antes; a ñ ser q tenha um armário lotado de guitarras iguais. Na postura, quase um Jeff Hanneman feminino, sem afetação, mas se divertindo.
Pois era nítida a surpresa delas: lugar pequeno mas praticamente lotado (Morrissey tocando no mesmo dia por aqui), muito empurra empurra e algumas rodas. Coisa q elas ñ devem ter visto por muito tempo. Nalguma hora falaram q a baterista estava meio doente e estava no sacrifício. Ñ pareceu. A mesma caixa cheia de reverb, a mesma pegada reta e pesada, apenas sonegando umas viradas – como em “Pretend We’re Dead”, q tvz ela já ñ fizesse mesmo ao vivo.
Preciso rever o show do Hollywood Rock no You Tube.
Nalgum momento, Donita perguntou quem ali esteve em 1993. Monte de gente levantou a mão, mas fui um dos poucos realmente veteranos no recinto pra ratificar ahahah Zoou q eram mulheres “com tesão” (antes de “I Came Back to Bitch”), agradeceu TODAS as bandas q tocaram antes e fizeram um show incrível.
Diversão, atitude, algumas falhas (achei q erraram “Andres”), zoeira e volume. PUTA SOM ALTO. Valeu a pena? Sim. Iria de novo? Sim. Melhor show? Sim, embora eu curta mais o Soul Asylum. Melhores momentos pra mim: “One More Thing”, “Everglade” (a mil por hora) e “Displatch From Mar-A-Lago”.
Ñ rolou da sra. Sparks tacar um absorvente na gente; estive preparado pra agarrá-lo. Mas em 1993 tb ñ rolou, fazer o quê? E se voltarem só daqui a 25 anos, tomara q seja cada qual com sua sonda no braço e requisitando voluntários cuidadores – vou querer me candidatar ahahah
Set-list: 1. “Deathwish” 2. “Andres” 3. “Everglade” 4. “Monster” 5. “Scrap” 6. “Fuel My Fire” 7. “One More Thing” 8. “Slide” 9. “Crackpot Baby” 10. “Must Have More” 11. “Drama” 12. “I Came Back to Bitch” 13. “Shove” 14. “Freak Magnet” 15. “(Right On) Thru” 16. “Dispatch From Mar-A-Lago” – bis – 17. “Shitlist” 18. “American Society” 19. “Pretend We’re Dead” 20. “Fast And Frightening”