VALE 5 CONTOS
“War Eternal”, Arch Enemy, 2014, Century Media/Rock Brigade
sons: TEMPORE NIHIL SANAT (PRELUDE IN F MINOR) [instrumental] / NEVER FORGIVE, NEVER FORGET / WAR ETERNAL / AS THE PAGES BURN / NO MORE REGRETS / YOU WILL KNOW MY NAME / GRAVEYARD OF DREAMS [instrumental] / STOLEN LIFE / TIME IS BLACK / ON AND ON / AVALANCHE / DOWN TO NOTHING / NOT LONG FOR THIS WORLD [instrumental]
formação: Michael Amott (lead & rhythm guitar), Daniel Erlandsson (drums), Sharlee D’Angelo (bass), Nick Cordle (lead & rhythm guitar), Alissa White-Gluz (vocals)
strings on “Tempore Nihil Sanat”, “Avalanche”, “You Will Know My Name” and “Time Is Black” played by Stockolm Session Strings. Additional orchestra programming and keyboards by Ulf Janson. Mellotron by Per Wiberg. Additional keyboards by Daniel Erlandsson and Nick Cordle
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Mudaram pra ñ mudar.
Pra mim, o maior acerto deste “War Eternal” foi extramusical: foi quando o lançaram, daí com o alarde – e ñ antes, fazendo novelinha – da nova vocalista e novo guitarrista (q já nem é novo, pois saiu e pouca gente vai sequer lembrar q entrou) na formação. A capa tb achei acima da média pro Arch Enemy.
Musicalmente falando, por sua vez, os maiores defeitos (defensores chamarão de “estilo” ou “identidade”) da banda continuaram: 1) as instrumentais – prelúdio, interlúdio e final – desnecessárias (“Not Long For This World” parece autoirônica, desnecessária em seus 3 minutos e meio); 2) os sons q se seguem quase sem dinâmica (partes diferentes ou de volumes alternados); 3) a produção digital, artificial, de laptop.
Produção artificial essa de longa data, q arruína o trabalho do baterista. Tudo timbrado igual e tocado no mesmo volume. Mesmo aros de caixa presentes em “You Will Never Know My Name” parecem ajeitados em computador. 90% do q Daniel Erlandsson toca é feito em caixa, bumbos, chimbau e pratos: raras são as viradas e conduções no prato (só em “Stolen Life”), e as partes de bumbos “truncados” (tercinados ou sextinados), ou disparados adoidado em semicolcheias, só servem pra tentar cadenciar alguma coisa vez ou outra. Cansam. Torço pra q algum dia ele grave numa bateria com som de bateria; militar no Arch Enemy o torna (mais) um baterista de laptop.
A faixa-título até q me enganou, no clip, e me fez ir atrás do cd. “Never Forgive, Never Forget” impressiona, com a inédita artilharia de blast beats – terá sido pra fustigar o Carcass redivivo? “As the Pages Burn” tem base podrona, true. Uau. “Avalanche” poderia constar – ñ inteira – dalgum disco (maldito) do Nightwish ou do Helloween. A vocalista é gostosinha, ok, mas se ñ tivessem dito dava pra achar q era a Angela ainda. Pra piorar: Alissa White-Gluz estraga tudo no trabalho.
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Pois enquanto as tentativas citadas de fazerem sons algo diferentes (ñ como um todo, mas em partes isoladas), aliados aos realmente diferentes (“Stolen Life”, “Life Is Black”, “On And On”, “Avalanche” e “Down to Nothing”) merecem elogios, as ressalvas surgem em igual proporção quando a fulana “canta”.
Pra ñ dizer q faz tudo igual – rasgado o tempo todo, nas melhores horas soando como Abbath (Immortal), e nas piores como Jeff Walker – faz “Down to Nothing” num gutural impressionante. Mas homogeniza tudo, mascara os sons, deixa a desejar em momentos em q uma voz limpa ajudaria (“As the Pages Burn”, “No More Regrets” e “On And On”). Entrou pra banda ñ por ser diferente, uma gostosa de 29 anos no lugar duma de 40 (q virou a empresária), mas pra encantar o mercado japonês, q adora cabelos coloridos. Bah.
A idéia de orquestra nuns sons tb curti, mas me parece trazer uma ENCRUZILHADA à banda: vão botar tecladista pra tocar ao vivo, tocar com partes pré-gravadas, ou melhor seria q evoluíssem harmonicamente nas guitarras, pra ñ precisarem mais do recurso? Gostei de “Stolen Life”, “On And On” (mais curtas e diretas), de “Life Is Black” (pedrada q poderia acabar na meio, sem a orquestração), de “You Will Know My Name”, por conta duma base guitarrística em contratempo q parece reggae (!!) e de “Avalanche”, corajosa e verdadeiramente épica. O resto soa mais do mesmo, mesmo.
“War Eternal” é o disco mais pesado da horda desde os tempos do insosso Johan Liiva, mas isso ñ quer dizer muita coisa. Com ele o Arch Enemy saiu um pouco duma zona de conforto; resta torcer pra num próximo álbum – Jeff Loomis durará até lá? – as coisas se descontrolarem mais. O heavy metal atual (artificial e vendido em embalagens coloridas) e em geral agradeceria.
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CATA PIOLHO CCXXXVII – “Come And Get It”: Whitesnake ou Overkill? // “Collateral Damage”: Brutal Truth ou Exodus? // “Not Of This Earth”: Joe Satriani ou Prong?
märZ
28 de novembro de 2014 @ 08:15
Não sou exatamente fan da banda e não possuo nenhum album físico, mas ouço numa boa a fase anterior. Esse último só gostei da capa.
Jairo
28 de novembro de 2014 @ 08:26
Ouvi mas não prestei atenção ao CD ainda.
doggma
28 de novembro de 2014 @ 10:53
Vi só as fotos da moça. Doyle é um maldito sortudo.
Colli
28 de novembro de 2014 @ 12:46
É muito melhor que o anterior, mas não chega ser um grande álbum.
Assim também com o märZ não sou lá grande fã da banda e nem conheço todos os álbuns.
No geral eu gostei muito desse álbum.
Tiago
28 de novembro de 2014 @ 22:44
Acho chato. Nem ouvi, mas esta é uma banda chata. Nunca me cativou. É tipo o pop de menininhas revoltadas do Metal. Tipo a Pink do Metal saca? Ridículo e insípido.
märZ
29 de novembro de 2014 @ 00:36
Aliás, existe toda uma leva de bandas que pra mim não fedem nem cheiram a enxofre: Arch Enemy, Machine Head, In Flames, Soilwork, Korn, Slipknot e Sepultura pós divórcio.
Marco Txuca
29 de novembro de 2014 @ 00:54
Bandas de entressafra. Ñ a toa, Metallica, Iron Maiden, Slayer tornado Slayer Cover Oficial, Judas Priest só em álbuns e a volta do Black Sabbath continuam gigantes no ecossistema. Ñ aparece ninguém pra eclipsá-los…
Faça
29 de novembro de 2014 @ 01:50
Me considero até fã da maioria das bandas citadas pelo märZ, devo ser exceção aqui, hahaahaha
Quanto ao referido disco, concordo com a análise do Txuca em muitos pontos, principalmente no vocal: se eu não soubesse que haviam trocado a vocalista, certamente pensaria que era mais um disco com a Angela. Também achei que certas músicas careciam de vocais limpos – mas não necessariamente “melódicos” – em determinados trechos, mais ou menos como ela fazia na sua banda anterior, o The Agonist.
No geral, pra mim ficou um disco BEM melhor que os últimos e serviu como uma “amostra” do que pode vir adiante na banda agora. Até porque faz pouco tempo o guitarrista do finado Nevermore também passou a integrar a banda. Vão até se apresentar por aqui ano que vem.
doggma
29 de novembro de 2014 @ 14:29
“Judas Priest só em álbuns”
Esse nem em álbuns ultimamente…
Marco Txuca
29 de novembro de 2014 @ 20:50
O novo eu curti. Vc ouviu?
doggma
30 de novembro de 2014 @ 09:11
Pois é… achei muito ruim. Descontei a idade do Halford, lógico, mas as músicas em si achei sem punch e sem inspiração (parece uma banda cansada). E a produção, das piores que já vi em banda grande, enterrou tudo de vez. Decepção total.
Mas passa aí teu ponto de vista.
märZ
30 de novembro de 2014 @ 16:56
Achei que tinha sido o único a não gostar do novo Judas, mas pelo jeito tenho companhia.
André
30 de novembro de 2014 @ 17:42
É uma banda que nunca me pegou. Ouvi algumas músicas com essa vocalista e, tirando algumas partes de guitarra, achei bem ruinzinho. Repetitivo.
Marco Txuca
30 de novembro de 2014 @ 22:21
O ponto é esse: “repetitivo”. E se alguém for fuçar a OBRA INTEIRA da banda, independente de quem cantar ser homem ou mulher, vai ver q é sempre o mesmo…
Claro q quem ñ gosta de Iron Maiden ou Slayer pode dizer o mesmo. Tvz o Arch Enemy seja banda pra quem “foi com a cara” desde o início. Desde q ouviu pela 1ª vez, sei lá.
Faltou eu citar na resenha q os SOLOS de guitarra são todos muito legais. E uma especulação q tenho visto no Facebook, meio nada a ver… e se Amott largasse a lojinha e entrasse pro Megadeth?
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Judas novo, o seguinte: é uma banda cansada, sim. Já me soava cansada na “era Ripper”, e depois q Halford voltou ñ fez nada de excepcional. Mas achei melhor q “Angel Of Retribution”.
Mas pq me soa álbum pra ouvir inteiro, ñ pra ouvir uma música ou outra. Concordo com a produção tacanha, mas ao menos ñ soa abafada, como outros tantos discos recentes feitos à Pro Tools…
Entendamos q os próprios caras já sacaram q a banda morreu. Ficarão fazendo discos meio por hobby. Ou pq ñ sabem jogar dominó.