MESHUGGAH 050916

Ñ sou um ufólogo, sequer um entusiasta. O máximo q tenho de material a respeito são os dvd`s de ‘Arquivo X’ (todos) e uns discos do Hypocrisy. Ñ desacredito, e vou na opinião da tirinha de Calvin & Haroldo q vi certa vez, quando o menino diz pro tigrinho de a prova da existência de vida extraterrestre inteligente ser o fato de nenhum alienígena jamais ter vindo pra cá eheh

Gosto duma teoria q diz q os tais alienígenas e discos voadores, tão vistos por aí, seriam na verdade a humanidade do futuro voltando no tempo para nos estudar. Sei lá se pra tentar reaprender com alguma cagada atual, se pra roubar alguma baleia jubarte (tipo ‘Star Trek’), pra abduzir peças de reposição de Deloreans, se por algum barato comercial (turismo radical) ou se fazendo apenas por poderem fazê-lo. Tanto faz.

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Tudo isso pra dizer da impressão do show do Meshuggah ocorrido na última sebunda-feira, como uma INTERVENÇÃO ALIENÍGENA. Dizem q os caras são suecos: já foram vistos perambulando por lá? Ah, o baterista é casado com integrante do Crucified Barbara. Há algum documento q prove?

Aquelas guitarras de 8 cordas: vendem aonde? A Nasa autoriza? Aquele som absolutamente PERFEITO, duma banda com guitarras sintônicas afinadas em G, contando com baixo e bateria tb audíveis? E aquele vocalista nos chamando a toda hora, sei lá se pra tomar o palco, se pra voltar com eles donde vieram? Careca, ainda por cima. Porra.

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Foi show único no Brasil, precedido de shows únicos tb no Chile (dia 3 – dizem) e na Argentina (dia 1 – a internet diz), duma turnê esquisita, q ao mesmo tempo ñ promoveu álbum recente – “Koloss” – tampouco antecipou lançamento próximo, “The Violent Sleep Of Reason”, a sair mês q vem. Precisavam de pretexto nenhum. Só de virem pra tocar qualquer som de qualquer álbum, já seria foda.

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E foi. E estava bem cheio; tvz tanto quanto da última (primeira) vez. Bobear, éramos as mesmas pessoas. Os mesmos convertidos.

E convertidas tanto quanto: tvz já houvesse mulheres da outra vez, mal lembro. (Reli a resenha da apresentação de 2013: já tinha bastante). Estranho haver alguns espécimes fêmea presentes, muitas nitidamente pra acompanhar namorados/namoridos. Por outro lado, sujeita com camiseta do Gojira entregou a rapadura de gente ali tb presente por terem conhecido as derivações e daí terem partido pros criadores…

A impressão de gente vinda do futuro pra nos dar uma COÇA vem daí: fossem apenas banda q tocasse em afinação baixa, ñ teriam reinventado a roda. Tocar em afinação baixa com pirações de compassos nem sempre simultâneos foi redescobrir a pólvora. Por q é q ninguém tinha feito isso antes? Tchã-ran…

A impressão de intervenção alienígena se deu nas luzes, pra lá de ajeitadas com os sons (em “Bleed”, chegando a tercinarem juntas aos bumbos); se deu ainda nos caras praticamente aparecerem no palco sem sobreaviso – a ñ ser por uma zumbizeira duns 5 minutos (meio q um “Tangerine Dream from hell“) q antecipou “Perpetual Black Second” iniciada abrupta. Como todos os 14 sons, iniciados abruptos.

Pq os cabras usam click. Ou dotados seriam dalguma telepatia sociopata.

[youtube]https://www.youtube.com/watch?v=aiR35GnzzrI[/youtube]

Estávamos todos entregues. Clima de devoção. Suspiros sendo ouvidos ao se iniciar esta, aquela ou aquela outra música. Gente bradando letra após letra. Momentos de cantarolarem riffs! Os cabras sacaram. Interagiram muito pouco: uns 3 ‘thank you‘, um ‘saon paulo’, uns agradecimentos mais por mímica, por jogar palhetas e baquetas, q por gente q saiba falar inglês direito. Ou português. Ou qualquer língua da Terra. Puta q pariu.

Sons de “Koloss” ficam ainda melhores ao vivo: sobretudo “The Hurt That Finds You Fist”, “Swarm” e “Do Not Look Down”. “Bleed” é monstruosa, gera pânico, comoção e descrença ao mesmo tempo. “Stengah”, um hino: no primeiro bend, já tinha gente entregue. Os guitarristas mal olhavam pra frente – shoegazing de outro mundo. O baixista ora parecia aborrecido… por deter um dom hermético e inacessível? “New Millennium Cyanide Christ” veio como hit, e as duas partes de “Catch 33”, no lugar devido da improvável e imprevista “Future Bleed Machine” da outra vez. Teve gente conseguindo abrir roda nela. Tem gente até agora q nem deve acreditar q rolou.

Tudo isso aqui pra dizer o indizível: o show foi uma EXPERIÊNCIA sensorial. Uma coça de gente do futuro vindo ensinar lições. Saí de lá esgotado, fisicamente inclusive. Uma intervenção extraterrestre da qual a humanidade ñ poderia ser privada. Coisa de uma elite presente, injusto isso. Bem poucas mudanças em relação ao repertório de 2013, mas acho q ninguém ligou. Nas próximas q vierem, lá estarei. E quem ñ puder ir, q vá caçar Pokémons.

O vídeo acima linkado nada assegura sobre a ocorrência do show, da existência da banda, ou de q o tempo passou na noite de sebunda-feira. Ñ serve como prova.

E ñ fui lá pra ver banda de abertura. Um tal de John Wayne.

E sou da impressão de q o técnico de som desses caras TEM Q ganhar um Nobel de Física.

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Set-list: 1. “Perpetual Black Second”  2. “obZen”  3. “Swarm”  4. “The Hurt That Finds You First”  5. “Stengah”  6. “Lethargica” 7. “Do Not Look Down” 8. “Bleed” 9. “Catch 33” (as partes “In Death – Is Life” e “In Death – Is Death”) 10. “Straws Pulled At Random” 11. “New Millennium Cyanide Christ” 12. “Demiurge” 13. “Dancers to a Discordant System”