20 ANOS DEPOIS…
… o q ficou?
… o q ficou?
Sinceridade a toda prova – mas ñ à prova de You Tube? – no encarte de “Live Over Europe” (dvd, 2008):
“This is a true live recording as it happened on that day, but due to technical problems of the Bass during the first three songs, we had to overdub the Bass on that tracks in the studio“.
“Live Over Europe”, Axel Rudi Pell, 2008, Steamhammer/Hellion
dvd I – Rock Hard Festival (Gelsenkirchen Amphitheater, Germany, on 25.05.07) FLY TO THE MOON / STRONG AS A ROCK / THE MASQUERADE BALL/CASBAH / DRUMSOLO / TEAR DOWN THE WALLS / MYSTICA / ROCK THE NATION / THE TEMPLE OF THE KING [Rainbow] / FOOL FOOL / CALL HER PRINCESS
dvd II – Official Bootleg Dvd – 18 sons gravados “ñ profissionalmente” por festivais europeus, na Alemanha, Suíça, Suécia, Inglaterra e Bélgica, entre 2004 e 2006
formação: Johnny Gioeli (vocals), Axel Rudi Pell (guitars), Ferdy Doernberg (keyboards), Volker Krawcsak (bass), Mike Terrana (drums and percussion)
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Anos atrás, um então amigo (daqueles q todos têm ou temos, q arrumam uma namorada, daí somem e perdem contato) me apresentou a Axel Rudi Pell me emprestando “Shadow Zone” (de 2002), q curti. A despeito dos títulos pra lá de clichês dalguns sons – “Edge Of the World”, “Coming Home”, “Under the Gun”, “Heartbreaker” – mas sobretudo pela formatação sonora bem articulada entre um hard rock de macho, um metal melódico de leve e alguns traços AOR. Copiei no hd e por ali ficou.
Mês passado, resolvi arriscar este “Live Over Europe”, mesmo sem ter nada de “Shadow Zone” nele, pra ver o q seria o sujeito e sua banda ao vivo. Ñ me arrependi realmente, mas a conclusão-mor ficou a de ser o alemão um discípulo e devoto de Ritchie Blackmore. Ele e a banda, neste material, exsudam e rendem tributo a ele e, sobretudo ao Rainbow, mas tb com doses de Deep Purple e até algumas pitadas de Black Sabbath fase Dio. Nada q Yngwie Malmsteen já ñ tivesse cometido antes, mas com relativa e salutar sobriedade. Sem fritações a mil por hora.
Pelo menos ñ o tempo todo.
Um maior pormenor seria a própria banda do sujeito: o baixista ñ é nenhum Roger Glover ou Jimmy Bain, o tecladista passa longe dum Jon Lord e nem de longe remete a Tony Carey, tampouco a David Stone. Mas sobretudo o mala malíssima, de papelão e sem alça na chuva, superestimadíssimo, Mike Terrana, nunca foi nada nem próximo dum mindinho com frieiras de Cozy Powell. Jamais será. O q só atesta seu solo inócuo, insosso e desnecessário de 4 minutos e meio ao longo da apresentação principal. Bah!
O vocalista Johnny Gioeli, por sua vez, possui aquele “zero carisma” tão característico dum Tony Martin, com timbre e tessituras muito próximas do próprio Martin e tb de Zak Stevens (Savatage, Circle II Circle), o q acho bom e ruim. Pq ñ perturba, nem torra o saco com montes de agudos canários do reino, ao mesmo tempo em q tb ñ chama maior atenção. O q a banda toda, em si, ñ faz. Claramente todos músicos – bons, nada excepcionais – contratados pra q Rudi Pell ñ saia das maiores atenções.
Rudi Pell, por sua vez, ñ demonstra maiores egocentrismos ou necessidade de aparecer o tempo todo. A edição do dvd tb desmente qualquer umbigologia do bigodudo, mais afeito a fazer seu som, duelar com o tecladista (na derradeira “Call Her Princess”) e retribuir com alguma simpatia a ovação da galera, nada numerosa (é apresentacao num festival da revista Rock Hard, em q provavelmente ñ foi headliner), mas tb nada fanática. O tipo de show q jamais viria ou virá pra cá, pois mal lotaria meio Carioca Clube.
Os sons se passam numa boa, em temperatura morna, já q o show parecia promover o recente álbum de até então, “Mystica”. Os sons de matriz hard, com tentativas de refrãos grudentos – “Fly to the Moon” (em q Terrana tenta emular Ian Paice nas estrofes, como o mesmo fazia em “Burn”), “Strong As A Rock” e “Tear Down the Walls” – ñ grudam de fato; por outro lado, aqueles q emulam algum “clima Rainbow” – “The Masquerade Ball/Casbah” e “Mystica” (com citação de “Mistreated”), somadas ao próprio cover – me soam melhores. Pq mais maduros, mais convincentes.
Meus preferidos são “Rock the Nation”, “Fool Fool” (Dio aprovaria!) e “Call Her Princess”, mais pesados, com vocais rasgados e nos quais me pareceu a banda tocar de modo mais paudurescente, empolgado. O dvd II traz 18 sons filmados de modo mais amador, tvz pra oferecer ao produto alguma cara de ‘produto + raridades’, com 2 terços do repertório presentes no dvd principal, o q inclui uma versão ruim e bizarra (acústica, simulando romantismo) de “Love Gun”, da Banda Beijo.
Minha conclusão é a seguinte: Axel Rudi Pell é sujeito talentoso, mas ñ chama tanta atenção. Ao mesmo tempo, ou trabalha na Steamhammer (haja visto sua inacreditável copiosa discografia de 16 álbuns de estúdio, 7 compilações, 2 discos ao vivo, 2 dvd’s ao vivo e 1 box, lançados desde 1989) ou tem grana pra bancar sua carreira razoável e decente, mas tb tépida e sem rompantes de genialidade ou maior originalidade. Dvd legal, bem filmado, editado e gravado (mesmo os sons do “dvd bootleg“), pra assistir de vez em quando, do q me ocorre citar Raul Seixas pra resumir: “rockzinho antigo q ñ tem perigo de assustar ninguém” ahah
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CATA PIOLHO CCXXXI – após tantas décadas de propostas sonoras semelhantes, achei q em algum momento algum plágio ou semelhança se tornaria inevitável entre ZZ Top e AC/DC. Até q demorou – foi ocorrer em 2000, no “Stiff Upper Lip” – mas rolou: “Come And Get It” tem o riff mais ZZ Top do AC/DC.