A FARSA SE REPETE ENQUANTO LOOP
por Leo Musumeci
Que “o rock brasileiro é uma farsa comercial”, já sabemos há tempos. Mas, então, o que dizer do Kiss assinando um contrato para serem perpetuados em avatares digitais por inteligência artificial mesmo depois da sua morte?
Segundo Paul Stanley no vídeo, “A banda merece viver, porque é maior que nós.”. Enquanto estratégia comercial, nada surpreendente vindo de quem vem. Talvez fosse isso desde sempre.
Mas a questão é o precedente maluco que isso abre. Teremos bandas eternas a partir de agora? Que tipo de contrato será feito? Será que vai caminhar para uma autorização de composição?
Nesses tempos, parece cada vez mais rara a sensatez do Sepultura.
André
30 de janeiro de 2024 @ 07:54
Isso é o futuro. Pelo menos, dos “medalhões” da música. Esperem e verão! No caso do Kiss, que faz uso há décadas de ghost musicians e ghost songwriters, isso é mais natural ainda.
FC
30 de janeiro de 2024 @ 10:08
Começou com aquela história de hologramas. Ainda estamos só no começo.
Leo
30 de janeiro de 2024 @ 16:11
Eu estou com vocês.
Minha questão é se isso chegará ao campo da composição. E, se sim, qual o limite disso? Ou qual o ponto de partida)? A partir de quando uma banda tem material suficiente pra que o resto das músicas seja composto só por IA?
E outro ponto: seria o Gorillaz o início desse processo, antes mesmo dos hologramas?
André
30 de janeiro de 2024 @ 17:01
Leo, ia citar justamente o Gorillaz como um dos precursores disso, mas, pensei que fosse exagero. Mas, não é, se pensarmos bem.
märZ
31 de janeiro de 2024 @ 21:00
Composição? Pra quê? Pra quem? A coisa toda em si remete a nostalgia e naftalina, ninguém quer coisa nova.
Jessiê
30 de janeiro de 2024 @ 17:26
Em termos de mercado nada de novo no front se pensarmos que cantores que não cantam, compositores que não compõe existem desde sempre. Ex.: Milli Vanilli, Boys e girls bands, Xuxa, etc.
Substituir por hologramas, IA… Apenas remove a parte de lidar com humanos que falam (o que não devem) e envelhecem.
O mercado, este Satã travesso, sempre se acomoda com qualquer mudança e encontra novos mercados e formas de tirar até a última gota.
Provavelmente daqui alguns anos a novidade alardeada será…
Humanos de verdade que cantam! Tipo a volta do vinil…
Leo
31 de janeiro de 2024 @ 10:44
Quando humanos forem vintage, acho que teremos um problema grave… ou uma solução. Hahaha
Mas concordo que o mercado da música vai sempre se moldar. Inclusive, aposto que já deve existir uma banda de k-pop com milhões de fãs totalmente formada por avatares cujas músicas são feitas por IA (que ninguém sabe quantas pessoas trabalham por trás não só para construir os algoritmos, mas para alimentar a tal IA com informações).
Mas essa passagem para a IA com a autonomização* dela em relação aos originais ainda me assusta. Pq o problema não está no hoje, que ainda é o começo do começo, mas no que virá.
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* Claro que nunca dariam total autonomia e que isso é sempre controlado. Falo mais do descolamento mesmo.