Ñ VALE 5 CONTO
“Superholic”, Engine, 2002, Metal Blade/Sum Records
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Enquanto ouvia pela 1ª vez este “Superholic”, lembrei dum filme q nem vi inteiro, mas q o título me servia: “Homens Brancos Ñ Sabem Enterrar”.
É com o Wesley Snipes e o Woody Harrelson, salvo engano (ñ fui pesquisar), em q o título alude a jogadores (estadunidenses) de basquete brancos ñ terem aquela malemolência e marra dos negões, q jogam pra cacete e enterram como se fosse a coisa mais fácil.
Esse Engine me remeteu a isso, mesmo após audições seguintes: gente de prog metal – vocalista (Ray Alder) e ex-guitarrista (Bernie Versailles) do Fates Warning – co-escrevendo sons em projeto paralelo supostamente desencanado e livre das amarras ortodoxas do estilo-mor. E até, tvz, com pretensão de fazer uma graninha e tocar por diversão mesmo. Nada feito.
“Superholic” é um catadão de músicas tentando ser simples, mas q só conseguem ser MODULARES: é um riff principal, uma variação, um refrãozinho e nada q se destaque. Não há viradas na bateria, nem solos de guitarra ou sensação de q piraram fazendo os sons: parecendo até coisa de “projetos” hodiernos em q fulanos – completam o time o baixista Joey Vera (com passagens pelo FW e tb pelo Anthrax, mas de titularidade no Armored Saint) e o baterista Pete Parada – gravaram as partes cada qual em seu home studio e trocam por email. Fizeram as coisas simples como fariam no prog principal: de modo engessado, mesmo q com trocentas menos partes.
Os caras sabem tocar, a produção é legal, o repertório é eclético (e o cover de The Cure, q eu nem conheço o original, me passou batido em meio à mesmice do álbum modorrento. Só saquei de q se tratava lendo o encarte pobre, q nem tem as letras), os sons são curtos (dura 45 minutos o disco inteiro), e até os títulos deles visam despojamento – “Losing Ground”, “Suffocated”, “I Know”, “The Perfect Star”, “Superholic”, “Fascination Street” (o cover), “1 A.M.”, “Home”, “Realize”, “Save Me” e “Mine” – mas ñ saquei qualquer feeling no negócio. Mesmo quando há alguns berros, um groovear baterístico ou apitadas guitarrísticas, me soou artificial.
A capa tb achei equivocada: parecendo capinha de disquinho de rock indie, ou emo, sei lá eu. Pesquisando e vendo terem eles outro álbum anterior, de nome do nome da banda/projeto, com capa igualmente ruim (tb baseada em óbvios motorzinhos), penso ser MAU GOSTO mesmo dos caras isso. E falta de assessoria externa, o q a produção bancada por Vera, assessorada por Alder e Versailles, além disso atesta. Outro motivo pra eu me aborrecer com isto: fui na onda do Metal Archieves de se tratar de projeto Progressive Metal. Ñ é. E joguei NO LIXO 5 reais.
O disco tb me pareceu perdido em proposta: embora seja, sim, pesado (guitarras comprimidas e saturadas até demais nalguns momentos) e nalguns momentos tendendo a new metal, ñ soa metal, nem pop, nem grunge, tampouco rap com metal. Nem qualquer coisa de criativa, diferente ou nova. Se é pra ir na onda de projeto desencanado tendendo ao pop, de gente q toca prog, melhor recomendação faço em se comprar/baixar o homônimo (e até agora único) álbum do Slave to the System, resenhado por aqui até [abr/2008].
Pra fechar: pra além das descaracterizações aqui feitas – “catadão”, “engessado”, “mesmice”, “modorrento”, “encarte pobre”, “capa equivocada” e “perdido” – acrescentaria mais uma ainda a “Superholic”. DESNECESSÁRIO. Desnecessário o quanto? Tanto quanto aquele vocalista com nome de mulher no Lacuna Coil.
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CATA PIOLHO CLXXXVI – Jogo dos 6 Erros capístico
e
6 ao invés de 7, pra eu ajudar com 1: enquanto numa a pessoa vai, noutro a pessoa vem.
doggma
29 de setembro de 2010 @ 01:24
É assim que se destrói qualquer curiosidade de ouvir um álbum, heh. E até que eu compraria o CD também, por causa da capa meio stoner rock (motor, velocidade e tal). Ainda assim, fiquei curioso com a versão da “Fascination Street”.
Conclusão, vou acabar baixando, junto com o bem-recomendado Slave to the System…
Marco Txuca
29 de setembro de 2010 @ 02:00
Mas o espírito é justamente esse, cara: desencorajar aquisição de álbuns ruins, desncessários etc.
Eu gastei 5 conto nessa bagaça, q achei por oferta: vc provavelmente acharia por mais q isso e tvz se frustrasse BEM MAIS.
Ou ñ, no caso de baixar e curtir. Nesse caso, volte por aqui pra discutirmos o conteúdo, pode ser?
A resenha do Slave to the System vc foi lá ver?
doggma
30 de setembro de 2010 @ 01:22
É, realmente… uma verba que seria melhor gasta numa cerva gelada acompanhada de um belo torresmão.
O início, com “Losing Ground”, já entrega mais ou menos o que será o álbum inteiro. Mas como bom ouvinte, você acaba dando ao disco o tempo regulamentar mínimo.
Aí vem a 2ª faixa, “Suffocated”, uma festa de riffs repetidos e apitos de guitarra, e qualquer dúvida cai por terra: Engine é um bando de tiozões querendo se passar por banda de adolescentes nu-metal.
Vez ou outra, pipocam passagens harmônicas típicas de prog metal, como em “I Know” e na baladinha “1 A.M.” (acústica, aposto que tiraram no piano primeiro). E há tentativas (até sinceras) de cunhar um “metal moderno”, como na faixa-título e em “Mine”. Só que a anos-luz de um Grip Inc., por exemplo.
Agora, nada, nada justifica a composição de um troço chato como a música “Save Me”. Pqp, aí seus cinco contos super-inflacionaram!
A melhor música, quem diria, acabou sendo o Cure cover. Que não adiconou nada, só tirou (camadas e atmosferas), porém sem perda total. Aliás, “cover pesadinho de hit pop”… outra marca de bandas nu-metal.
Enfim, disco que teve a repercussão que merecia, tanto nos meios físicos quanto nos digitais.
doggma
30 de setembro de 2010 @ 01:39
Ah, li o Vale 5 Conto do Slave to the System (foi o 1º aquele?). Concordo com tudo, mas acho que curti mais o álbum talvez um pouco mais que você.
Achei um hard agrabilíssimo em suas radiofonices e especialmente nas baladas, de muito bom-gosto e um ótimo vocal. Achei até que deveria rolar um órgãozinho ali de fundo, sob o risco de soar meio Hootie & The Blowfish, haha.
Inspiração setentista da boa também, na escola Free, Humble Pie, Glenn Hughes… e sim, Cornell & Soundgarden… tem um clima pós-grunge sugerido aqui e acolá. Certamente um disco que ouvirei muitas vezes ainda. Compraria o CD na boa.
Ps: o Brother Cane era rock’n’roll sulista, não era prog não…
Marco Txuca
30 de setembro de 2010 @ 04:37
Pô, cara, ainda bem q te ajudei a garantir a breja e o torresmo. Tudo o q vc citou, endosso.
O Slave to the System eu preciso reler a resenha, mas deve ter saído naquele meu estilo “falar mal e gostar um tanto”. Comparado ao Engine, é o “Reign In Blood” aquele disco. E ñ é mau, ñ.
Comercialmente intencional, cumprem de acordo sem soarem datados ou forçados. Eu citava ser melhor q ouvir Creed, ñ é ñ?
E Brother Cane eu ñ conhecia mesmo. Só fui pela referência do nome, ao pesquisar sobre os caras!