FILHO DA PUTA ARROMBADO DO CARALHO
Inacreditável, mas o “deus” lançou isto:
E como era de se esperar, nos comentários do YouTube, tem corno (claque?) aplaudindo a atitude “anti-sistema”. Puta q pariu.
Trago o assunto desagradável (sem pretensão de encerrá-lo) de novo: cancelar? Deixar pra lá? Passar pano? Macula a obra anterior?
De minha parte, a torcida é q pra ele – e pra tantos outros – em a poeira baixando na pandemia, q venham ostracismo e isolamento. Vão fazer show pra “gente” infectada e aí tvz Darwin assuma a atração principal.
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Ao mesmo tempo, uma pitada histórica:
Sujeito chamado Red Saunders, fotógrafo e co-fundador do Rock Against Racism (meio uma ong?) dando relato de haver iniciado o trabalho… após um show de Eric Clapton. Aquele famoso show setentista, q estava embaixo do tapete da passação de pano até hoje. Valioso.
E esse Bass Research Culture parece algo interessante: algum tipo de projeto cultural q visa resgatar e/ou ressaltar o papel da música jamaicana (NEGRA, portanto) na música britânica. Ñ fui atrás mais, mas lanço a dica.
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Ao mesmo tempo ainda, um artigo q compartilhei no Facebook e q lanço aqui tb, sobre passação de pano pra cima de artista escroto, bolsonóia, anti-vax ou qualquer merda dessas.
Opinião de por q ñ mais fazer.
Insisto q a discussão ainda me parece pertinente, mas o texto me deu uns parâmetros interessantes. E como creio q “parâmetros” sejam algo em falta atualmente, bora buscá-los.
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Arrematando, bora falar do equivalente pátrio leso, o fiscal de cu baiano recém-assumido anti-isolamento. Faz o q quer, está cagando (provavelmente igual ao presidente q provavelmente elegeu), e “ninguém tem nada a ver com isso”. SQN.
De carreira solo errática/moribunda, eis q voltou com a banda nome-fantasia (só ele e um guitarrista originais) com álbum novo, de bom título. “Agulha No Palheiro”. Do qual ouvi 3 músicas – uma das quais ñ entendi porra nenhuma (“Gegê, Cadê Getúlio?”) – q achei bem tocados e igualmente produzidos. Embora sonoramente fracos e clichê.
A letra acima, “O Anarquista Conservador”, me parece a inversão/regressão completa, metamorfose de irreverente pra doberman do sistema, cartão de visita do cara q, como ele mesmo já disse uma vez, “de Nova só tem o nome”.
Mais um morto em vida. Mas isso é só só só o fim?
André
1 de setembro de 2021 @ 07:36
“Macula a obra anterior?”
Pra mim, não. Embora, eu não seja um entusiasta. Quanto às atitudes extra-palco, ele que arque com as consequências. Não é ele que choramingou que não recebe mais ligações dos (ex) amigos. A seleção natural que faça seu trabalho.
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Interessante esse Bass Research Culture. O que o próprio Clapton (e, toda a inglesada) faz é uma derivação da música negra. A essa altura, é melhor ir atrás dos originais mesmo.
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Sobre passar pano pra reaça e antivax: SEMPRE FOI ASSIM. É que agora a merda caiu no ventilador. Até tive uma discussão na página do “Pretos no metal” sobre isso. Um monte de artista cancelou participação em dvd do véio da porteira. Entre eles, o Zé Ramalho, que foi exaltado pela página. Ora essa, vão me dizer que ele e os outros não sabiam das ideias do golpista? Vejo mais como forma de não queimar o filme do que consciência política. Acordem, né, pessoal? Hipocrisia não dá.
Ou, então, exemplo de como essas parcerias são acertadas via acessoria de imprensa e não pelos artistas. Aí, acontece uma merda e todo mundo tira o cool da reta.
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Marcelo Nova sendo Marcelo Nova. A diferença é que algumas pessoas acordaram. Acredito que o cara encontrou um novo nicho pra atuar. Do macho/minion/isentão/libertário/conservador ou qualquer merda dessa. Nunca curti o som do cara, embora, achasse uma figura interessante.
Dessa galera, o Lobão é o que tem se mostrado mais são e coerente. Pelo menos, maneirou na metralhadora de merda. Tá se tornando (se é que não é) um Serguei da vida. Os causos são maiores que qualquer legado musical do sujeito.
FC
1 de setembro de 2021 @ 13:12
Não macula a obra, mas a pessoa tem o direito de deixar de ouvir, sim. O que é bom, é bom, afinal de contas. Hoje me sinto mal em ouvir uma música do Michael Jackson, mesmo sabendo que aquilo é foda.
Por outro lado, esses dias me peguei ouvindo coisas do Lobão e foi de boa, só lamentando o que o cara se tornou.
Deixo aqui uma questão sobre outro baluarte do rock brazuca: alguém cancelou o Ultraje a Rigor? Ou eles já não tinham sido cancelados involuntariamente há pelo menos 30 anos, mas por pura falta de relevância mesmo?
Leo
1 de setembro de 2021 @ 22:58
Reitero meus comentários feitos por ocasião do tema quando falamos do Phil Anselmo.
Pra mim, não dá.
E olha que Pantera era uma das minhas grandes influências musicais… E não consigo mais ouvir sem dissociar do que o cara se tornou.
A gente volta pra uma questão da temporalidade da música (como de qualquer produção, especialmente, artística). Ela é circunscrita? Adstrita ao seu momento de produção?
A pessoa pode mudar?
E qual seria nosso olhar se fizesse o movimento contrário?
Quanto ao Roger, a lata do lixo da história (não política, mas musical mesmo!) já se encarregou. Ainda bem!
Jessiê
1 de setembro de 2021 @ 23:13
Fui em Curitiba e os sebos estavam lotados de cds dele pra vender. Muitos raros que nunca vi. Ainda estou na dúvida do que fazer com os meus.
O que decidi no Bangers e o mesmo que o Raimundos não falo, nem nomino. No máximo chamo de brasilienses
Marco Txuca
2 de setembro de 2021 @ 00:58
É minha conduta aqui no blog tb. Aliás, como sempre fiz pra falar mal dos “metal nacional”: sem nomear, pra não gerar like e evitar babaca (às vezes o próprio desafeto, como foi nos primórdios dos dias “portal Terra”) vir encher o saco.
O Lobão, ao contrário do Roger, não consegui pegar nojo. Pq sempre achei o cara muito over the top: nunca foi o cantor, compositor ou polemista q sempre julgou ser.
João Gilberto ter gravado “Me Chama” a mim não o imortalizou. O BRock e a MPBD ficariam na mesma se ele não tivesse existido.
E pq li o tal “Guia Politicamente Incorreto dos Anos 80”, q de politicamente incorreto nada tem (fetiche de bolsonoia esse, pra pagar de racista, machista, homofóbico e cuzao), q nos piores momentos – quando trata de política – mistura alhos com bugalhos e não resiste a 5 minutos de (revanche?) rebates.
Mas q achei bastante revelador e contundente em detonar os caciques da MPBD (Gil e Caetano) e tb o establishment há muito constituído (e aparentemente sem hora pra acabar) em torno deles e dos Paralamas.
Artistas bolsonoias/trumpistas outros, sigo convicto em nunca mais ir a show (se bem q, aqui, nunca fui em show de pagode, sertanojo ou axé), porcamente citar/nomear por aqui e sem qualquer vontade de adquirir futuros lançamentos.
Pra alimentar a ilusão de q estou ferrando com eles ahah
FC
2 de setembro de 2021 @ 16:22
Bem lembrado do Pantera. Também nunca mais ouvi, embora haja também o fato de eles terem bons “rivais” equivalentes. Então, sem mais rodeios, não me faz lá muita falta.
Quanto ao Lobão, ressalte-se que ele se arrependeu de ter zoado na imprensa o telefonema que o João Gilberto deu pra ele, quando pediu pra gravar “Me Chama”.
Marco Txuca
2 de setembro de 2021 @ 22:08
Q história é essa de arrependimento?
FC
3 de setembro de 2021 @ 10:56
Presumo que conheça a história, mas caso você e o pessoal não saibam, um resuminho: o João Gilberto queria regravar “Me Chama”, compôs umas dez versões, ligou pro Lobão de madrugada e passou uma a uma pro cara escolher qual era a melhor. O Lobão cochilou e quando o JG perguntou qual tinha gostado mais, ele só respondeu “sei lá, a quarta”.
E o Lobão vivia contando essa história, debochando. Mas aí, acho que foi no livro (ou em alguma entrevista), ele diz que foi muito babaca de ter tirado sarro dele, de ter exposto essa história na imprensa, que não foi gentil etc.
A mesma coisa com o Herbert Vianna, no livro o Lobão diz que, apesar de ainda ter a certeza de que foi copiado a vida inteira por ela, depois do acidente passou a ter empatia.
FC
3 de setembro de 2021 @ 10:57
*a vida inteira por ele.
Marco Txuca
4 de setembro de 2021 @ 12:52
Pra dar mais subsídios à conversa: estão sabendo q Sodom e Samael cancelaram participação em festival finlandês?
Motivo: presença de bandas nazis na escalação. Graveland (poloneses, nazi assumidos), Satanic Warmaster e Nokturnal Mortum foram algumas bandas (aparentemente se dizendo “não mais nazis”, aham) q escalaram.
https://www.reddit.com/r/rabm/comments/pfns6o/antifascist_black_metal_network_on_the_steelfest/
Levei uma conversa em paralelo com o marZ a respeito, q lendo os comentários de uma das discussões a respeito, reparou num monte de passador de pano relativizando, dizendo q “a arte é livre” e outras mimimizações.
Parece q “isentão de direita” não tem só aqui.