BIZZ
Certamente já fiz post por aqui (ñ lembro quando) ou comentário (mais de um) nalgum lugar, em algum momento, a respeito: a Bizz foi minha maior inspiração pra escrever ou tocar este blog.
Mais do q Rock Brigade (q só comecei a ler em 1989), whiplash e as outras revistas do metal, q ñ só ainda tenho como assinei por muitos anos.
Assinei a Bizz tb, e a fase entre 1987 e 1990 acho a mais bacana. Estavam no auge. Tenho 98% das edições até hoje aqui guardadas.
Adorava as resenhas de disco, principalmente, a ponto de ter noção do estilo de quem as escrevia (meu preferido era um mineiro, Arthur G. Couto Duarte), mas tb outros de escrita/estilo/opinião mais identificável. Na virada dos 80’s pros 90’s, quando um triunvirato André Forastieri/André Barcinski/Miranda passou a meio comandar a lojinha, gostava tanto quanto.
Pq falavam um pouco mais sobre heavy metal (foi a fase do metal noventista mainstream), e ñ exatamente bem o tempo todo, mas tudo bem. Houve outros colunistas falando de metal, como Leopoldo Rey (nos 80’s), q era radialista da 97Fm aqui de Santo André, e tinha tb um tal Otto (Evil Otto?), entre outros poucos q ñ me ocorrem agora.
O post é pra marcar o vídeo acima, dum mini documentário sobre a revista. Insuficiente em seus 25 minutos, mas com material bacana. E q tenho como complementar a outros relances de histórico sobre a Bizz, como os q constam no documentário “Banguela” e nos livros “Meninos Em Fúria” (dupla autobiografia de Marcelo Rubens Paiva e Clemente Nascimento), “Dias de Luta” e “Cheguei Bem a Tempo de Ver o Palco Desabar”, os 2 últimos de Ricardo Alexandre, editor da revista em momento Showbizz – uma fase meio sem brilho – tentando colar na Mtv Brasil.
A mim surpreendeu visualizar o tal André Fiori, q lembrava de nome (vagamente) da revista, mas q nunca tinha sabido q era o dono barra vendedor meio esnobe da Velvet Discos aqui em São Paulo, na Galeria Presidente (“Galeria do Reggae”). Bacana.
Faltaram depoimentos, faltou gente, faltaram histórias. Só torço pra q um livro mais apurado ou um documentário mais extenso sobre a Bizz ainda seja feito.
Ou de repente já foi/foram feitos e eu é q ñ sei.
FC
15 de janeiro de 2021 @ 12:59
A Bizz é uma revista que descobri depois de velho. Meu irmão assinou entre 91 e 96, mas eu já tava na pegada metal e na minha visão, eles não se comunicavam comigo. Acabava lendo só a Brigade.
Quando comecei a ler a Rolling Stone brazuca percebi que a Bizz já fazia mais ou menos aquilo, anos atrás.
Duas dicas já que o assunto veio à tona. O Ricardo Alexandre tá com o podcast “Discoteca Básica”, inspirado na coluna e esse blog aqui tá fazendo um trabalho muito legal, digitalizando todas as edições desde a primeira: https://revistabizz.blogspot.com/.
André
16 de janeiro de 2021 @ 10:10
Cara, não conheço a Bizz profundamente. Mas, por causa de alguns colunistas, sempre me pareceu uma revista elitista e que só enaltecia bandas meia bocas. Tipo, como o Lúcio Ribeiro faz. Mas, é uma impressão. Não sei até que ponto corresponde a realidade.
märZ
16 de janeiro de 2021 @ 10:47
Colecionei de 89 a 96, e depois que voltaram nos anos 2000, até acabar. Aprendi a curtir a revista, apesar do gosto pessoal predominantemente metal. Tinha uma caixa enorme com todas as minhas revistas de música que colecionei ao longo da vida (Metal, Rock Brigade, Top Rock, Bizz, Heavy, Valhalla, General, Rock Hard, Rolling Stones, além de quadrinhos como Chiclete Com Banana, Piratas do Tietê, Striptiras e várias da editora Circus), mas foi tudo roubado anos atrás e até hoje não sei como nem quem.
Marco Txuca
16 de janeiro de 2021 @ 15:03
André, tvz a impressão seja infundada. Ou ñ tanto. Q eu me lembre, se Lucio Ribeiro escreveu na revista, foi em fase frouxa (90’s, 00’s). Tinha os críticos hipster q enalteciam, por exemplo nos 80’s, tudo o q vinha de Manchester.
Smiths, New Order, Joy Division (mesmo já tendo acabado), Happy Mondays, Inspiral Carpets, Stone Roses, Morrissey, A Certain Ratio e etc.
Mas o hype era outro. Tinha cara de “recomendar novidades”, ñ cagar regra do tipo “a melhor banda de todos os tempos da última semana”. Esse tipo de crítico teve seu nascedouro com o grunge e estão aí até hoje.
O livro do Rubens Paiva q citei cita bem q o povo da Bizz era majoritariamente USPiano, no bom sentido, divididos entre os FFLCH marxistas e os da ECA, “anarquistas”. E um ponto, dito aí no documentário, acho bem válido: vc podia ñ gostar do artista ou discordar do colunista, mas a revista fazia pensar.
FC citou a Rolling Stone. A original dos EUA certamente serviu de berço pra Bizz, q ñ era completamente chupim (mas falavam de comportamento, de cinema, um pouco de política tb), e a versão brasileira da RS – q eu li razoavelmente – é q a mim lembrava a Bizz.
Eu lia até sobre bandas q eu ñ gostava. Começaram a falar de metal numa certa época, mas duma perspectiva menos fanzine (como sempre foi a Brigade, por exemplo). Se inspiravam tb em revistas inglesas, uma época publicavam as paradas inglesas de discos, majors e independentes.
Se há material baixado na internet, recomendo muitíssimo aos amigos. Sobretudo resenhas de discos e algumas pautas “polêmicas” de André Forastieri.
Como as resenhas dos famigerados shows de Vanilla Ice (ou esse foi o Barcinski?) e Angélica e a resenha feita pra “Clandestino”, do Ira!
Marco Txuca
16 de janeiro de 2021 @ 15:12
Lembrei ainda de duas arestas:
1) ñ eram colunistas paga-pau de gringo. Tinha muito espaço pra resenhas de BRock e de MPB. Aliás, muita resenha de João Bosco e Caetano Veloso. Coisa de uspianos bicho grilo. E tb Miles Davis.
Resenhavam muita coisa de selos independentes daqui: Wop Bop, Baratos Afins, Ataque Frontal, Devil Discos. Cogumelo, uma época até, mas bem menos.
Aquilo q ñ era exatamente rock ou novidade era devidamente contextualizado (historicamente falando) pra situar o leitor na obra do artista já antigo ou consagrado.
2) tinha colunistas q tinham bandas. E isso resultava em elogios às vezes descabidos a essas mesmas, às vezes em intrigas entre colunistas e bandas
Thomas Pappon tocava no Fellini, Smack e Voluntários da Pátria; Celso Pucci tocava no Três Hombres; Fernando Naporano tocava num Maria Angélica Não Mora Mais Aqui, tentativa ruim de fazer um “Smiths brasileiro”. Houve ainda resenhas feitas por Charles Gavin (salvo engano, de disco por ele próprio produzido, o do Detrito Federal), Jimi Joe (de várias bandas do RS), Redson Pozzi (Cólera) e Clemente (do Inocentes).
Era uma revista tvz eminentemente paulistana, e aí ñ sei o quanto o pessoal de outros estados assimilava.
Um colunista horroroso e hiperbólico, pq inscrito na veia “yuppie” oitentista, era Pepe Escobar. Q tinha Paulo Francis como referência e consta q, assim como o ídolo, inventou matérias/entrevistas, mas era polêmico, causava. Até ser afastado, ou sair, sei lá.
E hoje é um baita colunista internético sobre política externa da Rússia e arredores. Forastieri saiu pra montar a revista General, q deu em muito pouco, Barcinski tá aí pelo ciberespaço e etc.
Soda
3 de dezembro de 2021 @ 23:47
Nasci em 1988 e não peguei a Bizz no auge. Lembro que a “Showbizz” era medonha de ruim, era uma fase difícil em que o mercado editorial queria transformar toda revista em fofoca e mulher pelada
Quando voltou a ser Bizz (de 2005 até 2007), era bem legal. Sempre gostei mais do que da Rolling Stone BR ou das publicações de metal.
Apesar de meio indies demais, os caras tinham um senso de humor de zoar alguns artistas que era bem engraçado. Sinto falta disso, a Rolling Stone é muito chapa branca, parece assessoria. E as revistas de metal nem se fala, qualquer disco de banda consagrada ou brasileira já é ‘petardo’ e ganha nota boa