QUASE VALE 5 CONTOS
“Pitch Black Progress”, Scar Symmetry, 2006, Nuclear Blast/Laser Company/Rock Brigade Records
sons: THE ILLUSIONIST / SLAVES TO THE SUBLIMINAL / MIND MACHINE / PITCH BLACK PROGRESS / CALCULATE THE APOCALYPSE / DREAMING 24/7 / ABSTRACTED / THE KALEIDOSCOPIC GOD / RETALIATOR / OSCILLATION POINT / THE PATH OF LEAST RESISTANCE / CARVED IN STONE [bonus track] / DEVIATE FROM THE FORM [bonus track]
formação: Christian Älvestam (vocals), Jonas Kjellgren (guitar, additional keyboards), Per Nilsson (guitar, additional keyboards), Kenneth Seil (bass), Henrik Ohlsson (drums)
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A culpa é do In Flames. Quando deveria ter sido do Carcass. Refiro-me à proliferação de bandas – sobretudo nórdicas (lembre-se de quais/quantas vc quiser/puder lembrar) – praticantes do tal death metal melódico, ñ sem toda uma diluição da proposta original, q dos suecos já ñ era assim paudurescente como a dos liverpoolenses + sueco.
O sueco Scar Symmetry encaixa como uma luva (a ñ ser por instantes arrojados dos guitarristas) nessa onda saturada e formato esgotado, q ñ por acaso tb se mostrou sintônica à pretensão já comercialmente falida do modismo new metal estadunidense; portanto, o q se encontra em “Pitch Black Progress” pouco foge a músicas até grooveadas (algumas mais aceleradas q a média), mas repletas de palhetadas monotonamente rítmicas e vocalista sensacional q – oh! – alterna momentos guturais com de vocais limpos. Tudo de q o heavy metal mais precisava.
A produção tb é padronizada, digital, asséptica: tudo muito certinho, bateria com som de trocentas outras baterias de trocentas outras bandas (certamente trigada. E sufocada em meio ao resto). E com algo q me foi incomodando, na reouvida q dei esses dias: duas guitarras quando o q mais soa é som de teclado?
Fui procurar tecladista na formação; nada constava. Apenas a informação enrustida (já na ficha técnica – junto a nome do estúdio, data em q gravaram, quem fez a capa) de q os guitarristas executaram os teclados “adicionais”. Adicionais demais – estragando “The Kaleidoscopic God” sem dó em seu finzinho. Pra falar ainda do vocalista Älvestam: percebe-se alguém q SABE CANTAR (ou então usaram o Pro Tools otimamente) e q poderia militar nalguma banda de metal melódico. As partes mais melódicas me soaram um tanto deslocadas no todo: tvz uma vocalista alternando caísse melhor.
Voltando ao tema culpa: tenho uma parte nisto tb. Pois meu hábito semi-compulsivo de comprar discos baratos, mesmo q às vezes de capas legais, uma hora falha. Foda. Ñ tem como. (E pra piorar ainda mais, vira pauta no blog). Já tinha adquirido o artefato há mais de ano, ouvido por cima e largado na prateleira; resolvi semanas atrás reouvir no carro, em intervalo entre atendimentos, pra me manter acordado. Nada feito: deu até mais sono.
A gente sabe q há algum problema com um álbum quando ele nos chama atenção só a partir da 5ª faixa – “Calculate the Apocalypse”: quando existe alguma quebra de ritmos, de timbres (entram alguns dedilhados) e de andamentos q rompe com o marasmo. E assim tb se deu com a faixa seguinte (“Dreaming 24/7”. Pra mim, a melhor instrumentalmente), na próxima (“Abstracted”), em “The Kaleidoscopic God” (a mais pesada), e em momentos de “The Path Of Least Resistance” e de “Deviate From the Form” (destoante no bom sentido pelo verniz eletrônico). Pouco prum álbum de 13 sons e beirando uma hora. Ou o álbum prototípico da era do download: só baixar as 4 ou 5 músicas passáveis e deletar quando der no saco. Uma hora acabarão dando.
Pra ñ ficar só no ruim e no crivo de ñ valer 10 reais em oferta o disco, fica a menção às letras, bem interessantes. Todas do baterista Ohlsson, certamente o integrante – como em tantas outras bandas nórdicas – q melhor fala/entende inglês. Mesclando viajeiras futuristas com astronomia apocalíptica, robótica (ora escrava, ora escravizante) e biotecnologia, tão caros aos melhores momentos dos conterrâneos Dark Tranquillity e Vintersörg. E q mesmo fãs de Fear Factory acabarão apreciando. Ainda q soe improvável alguém adquirir “Pitch Black Progress” pra ficar lendo encarte…
Pra mim, é isso.
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CATA PIOLHO CXCV – algo curiosamente supersticioso referente ao já pouco esquisito Mike Patton: uma tendência q só ñ vi num dos 3 álbuns (o “Suspended Animation”) do Fantômas q tenho, de ñ haver um 13º som.
Em “Amenaza Al Mundo” e em “The Director’s Cut” existe 13ª faixa (os aparelhos de som ñ conseguiriam ser alterados), mas ñ um 13º som: quando chegamos neles, o q existem são ruídos finais do 12º som (tipo prato final soando), tornados faixinhas despercebidas.