PUTZ (BLOODY PUTZ)

Agüentei ler inteiro. Acho q o povo por aqui tb agüenta.

Roadie Crew pra quê? Nem André Barcinski, em priscas eras, chegou a tanto.

E uma dúvida: ainda se cheira lança-perfume??

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Do whiplash:

Soulfly: Max, o Villa Lobos do Metal, desembarca no Brasil

Nesse dia 25/02, apresenta-se em São Paulo, a banda fundada – e liderada tribalmente – por MAX CAVALERA, o Soulfly. Será uma das raríssimas ocasiões em que Max aporta para show no Brasil, e tal evento, a despeito de local, dia, ou hora, tem sempre uma importância cuja magnitude ainda parece não ser percebida pelo povo brasileiro.

Tal qual o maestro Heitor Villa Lobos na década de 20, o Sepultura (grupo que dispensa apresentações) foi até a Europa e firmou o Brasil como centro exportador de músicos de Heavy Metal, o que até então só não era impensável porque no imaginário internacional chegava a cair no ridículo. Quando Max, molambo e pobre, se passou por um funcionário da extinta Pan Am para levar cópias do disco ‘Schizophrenia’ debaixo do braço até Nova Iorque, ele não estava somente tentando vender seus peixes para as gravadoras gringas: ele estava fazendo algo que dentro da história da música brasileira, só encontra similares na Semana de Arte Moderna, no surgimento da Bossa Nova e no Tropicalismo. Ele começou ali a sedimentar uma nova mentalidade em todo e qualquer músico brasileiro que quisesse ter uma carreira que não dependesse da Rede Globo, de clipes dirigidos pelo Boninho para serem exibidos no Fantástico, ou pular como um mico no Cassino do Chacrinha. Entre tantas bandas que chegaram ao cúmulo da pretensão de se acharem com potencial para gravar em inglês e tentar o mercado estadunidense ou inglês (vide RPM), Max e seus asseclas tinham outro plano.

Todo o movimento que foi construído com o Sepultura – que tem um legado irretocável até hoje – teve sequência com o Soulfly, que ele fundou após romper com seu antigo grupo no fim dos anos 90. A criação do Soulfly equivale ao ‘estalo’ que Villa Lobos teve quando percebeu que por melhor músico que fosse, não havia propósito em tentar copiar os Europeus – ele sempre estaria dois passos atrás. Daquele momento em diante, o maior maestro da nossa história optou por inserir a rica musicalidade brasileira no meio erudita europeu, e isso acabou diferenciando-os de seus esnobes colegas do velho continente e estabelecendo sua reputação de gênio.

É exatamente o que Max fez – e continua fazendo. Ao invés de gravar um ‘Arise’ a cada dois anos, o guitarrista e vocalista preferiu explorar todas as sonoridades que lhe tinham sido embutidas por sua infância no Brasil e suas viagens ao redor do globo. O que já se esboçava nos dois últimos álbuns do Sepultura com ele, ‘Chaos A.D.’ e ‘Roots’ tomou forma bem definida com o primeiro disco «em 1998» de uma série de obras que o tornaram ainda mais famoso – em especial nos EUA—do que sua ex-banda.

Caso você não seja grande fã do Sepultura, ou do Soulfly, ou mesmo de Metal, ainda assim considere assistir à performance sempre nuclear de Max no palco (o que já lhe custou um joelho) no Via Marquês, às 19 horas, nesse sábado. Um dia, você poderá ajudar seu filho – ou neto – com o dever de história da escola dizendo que viu Max Cavalera ao vivo, tocando, no auge de sua carreira.

VIA MARQUÊS
Av. Marquês de São Vicente, 1589 – Barra Funda – São Paulo – SP – Tel.: (11) 3615-2060.