MAX KOLESNE FALA E EU ESCUTO

Tinha uns meses q eu ñ comprava mais a Modern Drummer Brasil. Simplesmente por ñ encontrá-la. A mais recente, edição 130, peguei por conta do cara da Dave Matthews Band, mas o efeito colateral de ver Max Kolesne (Krisiun) como dos colunistas da revista falou mais forte. Tanto q nem li a tal matéria de capa ainda.

Reproduzirei aqui na íntegra a coluna do sujeito, intitulada “Bateristas De Mentira”. Nada q já ñ se saiba ou desconfie, mas vem de profissional da área. Página 66.

 

“Saudações, amigos bateristas e amantes da bateria!

Nesta edição vou abordar um assunto polêmico, e que tem me deixado um tanto indignado, que é o excesso de edição e manipulação em gravações, principalmente feita por bateristas de metal.

Hoje em dia existem recursos tecnológicos que permitem ao técnico de som consertar certos erros de performance de músicos no estúdio. Esses recursos são utilizados praticamente por quase todo mundo, mesmo por um ótimo baterista, que teve uma performance brilhante no estúdio. Às vezes o técnico vai lá e corrige algum detalhe, ou algum trecho que teve um pequeno deslize.

Até aí, tudo bem, o problema é que muitas bandas de metal estão exagerando nas edições e manipulando toda a performance, principalmente do baterista, acelerando os bumbos, sampleando a caixa e os tons, deixando tudo muito reto e mecânico, com a intenção de impressionar e enganar o ouvinte com a ‘performance perfeita’.

Só que no fim o trabalho fica uma bela de uma porcaria. Até engana a molecada mais nova, que escuta a primeira vez e fala: ‘Nossa, mano. Olha os bumbos desse cara!’, mas que com o tempo se dá conta de que essa velocidade e precisão somente uma máquina consegue ter, e que esse baterista fake nem músico é, não tem feeling, não tem dinâmica, não tem pegada, muito menos estilo próprio.

Os bateristas que têm abusado desses recursos no estúdio soam todos iguais. São exatamente as mesmas levadas de bumbos rápidos, os mesmos tempos e a mesma pegada. Tudo de mentira…

E olha que eu tenho escutado muito CD com “baterista” de mentira, seja de bandas novas ou velhas, que já estão aí há um tempão e ainda não aprenderam como é que faz, inclusive algumas bandas de que gosto e das quais sempre falei bem. Quando escutei o CD novo dos caras, pensei: ‘Poxa, esse não é o baterista que eu vi tocando ao vivo. Não tem nada a ver’.

E a parte mais contraditória é que essas bandas tiram fotos pagando de ‘mauzão’, pregam aquela atitude ‘tocamos o verdadeiro metal, somos extremos’.

E aí, na hora em que tem de mostrar atitude e ter um pouco de dignidade, se encondem atrás de uma bateria eletrônica.

Bateria é arte, é sentimento. Não interessa o quão rápido ou técnico você consegue tocar. O importante é ter personalidade e fazer bem-feito. Fazer de verdade!

No passado, quando o Krisiun estava começando e eu não tinha bateria, fiz meu próprio kit para praticar, com uma cadeira velha de pau, pedaços de madeira e de borracha, e passava horas treinando no ‘kit cadeira’. Saía encharcado de suor depois dos treinos. Com certeza hoje devo muito a esses treinos. E até hoje a rotina de ensaios do Krisiun é imensa, principalmente antes de gravar. Ensaiamos horas e horas quase todos os dias.

Por isso eu sempre digo: quer tocar dois bumbos, ter velocidade, precisão, pegada, fôlego e criatividade? Vá treinar, meu amigo! Vá ensaiar muito, porque ficar só se autopromovendo no Facebook e tirando fotinho com cara de mauzão não vai te levar a lugar nenhum”.