BILL STEER (a.k.a. CARCASS)

Bem… pra citar o Accept ocorrido dias antes, o Carcass ali no Carioca na última 5ª feira ñ chegou a CAGAR SANGUE pra superar os terroristas teutônicos. Até pq – a voz do polititicamente correto falando – são bandas diferentes, de propostas diferentes etc.

Sim e ñ. E se ñ superaram, tb o foi pq nem ficaram sabendo do show dos alemães (por q deveriam?). Ao mesmo tempo em q, se ñ os superaram, tb ñ quer dizer q fizeram uma bosta de show.

Nem. E mesmo ñ havendo sanguinolência explícita (q ñ no telão atrás dos caras), ao fim do show fomos meigamente brindados com um vídeo de razoável duração duma autópsia num torso feminino. Bão o suficiente?

A outra pergunta q poder-se-ia fazer é: foi melhor q em 2008?

Ñ exatamente. E ñ pela ausência dum Michael Amott, q ñ fez falta alguma. O tal guitarrista novo, ou novo pra tocar ao vivo, Ben Ash, é bem bão e fez as partes do sueco de acordo – ainda q donde eu estive sua guitarra soasse meio baixa. O novo baterista, Daniel Wilding, é bão pra caralho, e em TUDO emulou Ken Owen. Mesmo nas viradas tortas e nas conduções truncadas, coisa q o outro Daniel, baterista do Arch Enemy lá atrás até fez, mas ñ tão fielmente. E com pedal duplo (um bumbo só) e blasts mais definidos. Foda isso.

Mas é q em 2008 havia uma EXPECTATIVA, somada a uma INCREDULIDADE em q os caras estivessem ali, estivessem na ativa, estivessem em forma. E estiveram tudo.

O Carcass 2013 é uma banda reformada, aparentemente limada dos saudosismos (set list de 2008 esteve 90% incorporado neste, e carregado de PRATICAMENTE TODO o “Necroticism: Descanting the Insalubrious”. Sem cheirar bolor) e com álbum novo a desovar. No q havia de minha parte uma expectativa ruim de q usassem o show, único no país, pra ensaiar músicas novas, de álbum provavelmente mais ou menos, recém-lançado.

De modo q, fora ir esperando o pior, fui ao Carioca até mais pra conhecer parte da horda capixaba from hell q venho conhecendo a prestação: o alucinado Ricardo Sarcinelli (vulgo Those) e os srs. Generval Bonna e Rodrigo Tesch (Chips), além do Hugo Perazzini, q vai mais a show q muito true dorme-sujo. Bem, ainda ñ lançaram o tal disco novo, ñ tocaram nenhuma novidade e vieram ensaiar um pouquinho ali conosco, mas o q é q tem?

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=dUhvl4aBzvs[/youtube]

Por outro lado, creio q minhas atenções devidas ficaram algo desfocadas por duas principais razões:

1. Bill Steer. Monstro, “maestro” (© Ricardo Sarcinelli) e verdadeiro guitarrista subestimado. O show podia ser focado só nele, q viveu, como no outro, como estando num show à parte. Dum Ten Years After, sei lá.

Todo mundo no palco de preto, todo mundo malvado, mesmo com Jeff Walker manquitolando no português – chupa, Derrick Green! – pra nos ser cortês, e Steer o show inteiro com fivelão no cinto e a bordo de suas (duas?) Gibson Les Paul quicando como um smurf desbotado e magrelo, rindo (pq se divertia) sem freios e tocando a melhor guitarra do death metal, ou death metal melódico, ou death’n’roll.

Sujeito MANDA na banda, de boa. É olhada pro batera, chamando-o a se divertir, é confabular com os chapas ali no palco pra lembrarem o próximo som, é mandar no gutural em “Exhume to Consume” sem qualquer truezice besta (e rindo!) e dominar tudo. Claro q Jeff Walker é o sr. simpatia, cada vez mais com shape de inglês q virará aquele inglezão bonachão bigodudo tomador de prints, mas Steer é o cara. Tanto q assisti ao show DELE, mais q do Carcass. A diferença pra 2008, quando agiu do mesmo modo, é q estava em lado diferente do palco.

E se é verdade q veio dele a idéia de voltar a banda, por ter parido uns riffs a ver com Carcass, posso finalmente crer q o tal álbum novo sairá minimamente bom. O q ñ acho pouca bosta: um disco “menor” do Carcass ñ é menor q o maior dum Morbid Angel. Minha opinião.

2. tocaram muitos sons do “Necroticism”. Praticamente todos, ñ fosse “Inpropagation” apenas a intro. Falava pro Bonna e pro Chips isso, pós-show: é disco q conheci ainda na fita cassete, quando me perdia sem saber se determinado riff ainda era duma mesma música ou DA PRÓXIMA. O dèja-vu me ocorreu ali no Carioca, de modo q, fora nas mais óbvias – “Carneous Cacoffiny”, “Incarnated Solvent Abuse” e “Corporal Jigsore Quandary” – as outras todas foram se misturando nalgum borrão sensorial pra mim.

De modo q meus destaques acabaram sendo, majoritariamente, as de outros discos: “Carnal Forge”, “No Love Lost”, “This Mortal Coil” (com ótima animação anti-nazi no telão), “Keep On Rotting In the Free World” (defeito: esticaram demais o refrão no fim), “Genital Grinder” (meigo o pinto gangrenado no telão na hora), “Exhume to Consume” e a “Heartwork” derradeira (clichê, eu sei), introduzida por “Ruptured In Purulence”.

Outro defeito q encontrei: Walker “arredondando” algumas de suas linhas vocais tortas. Sei lá se por saco cheio, se pq esqueceu letra ou outra, ou se pq ao vivo ñ consegue derrapar nos tempos e tocar baixo ao mesmo tempo.

O som estava muito bom, pra show de death metal, ou death metal melódico, ou death’n’roll. O público era insano (ñ lotou), com rodas a esmo e nego com sangue nos olhos entoando som após som. O tempo corrido foi até breve (pouco mais de 1h15min), mas denso, por terem sido sons atrás de sons. Às vezes suturados uns nos outros. Quem ñ os viu em 2008 agora poderá se ufanar. Quem os viu daquela vez, é tempo de cair a ficha… porra, vi o Carcass DE NOVO?!?

[youtube]http://youtu.be/P4SnJi9bR-g[/youtube]

Set-list: 1. “Buried Dreams” 2. “Incarnated Solvent Abuse” 3. “Carnal Forge” 4. “No Love Lost” 5. “Carneous Cacoffiny” 6. “Lavaging Expectorate Of Lysergide Composition” 7. “Symposium Of Sickness” 8. “Pedigree Butchery” 9. “Edge Of Darkness” 10. “This Mortal Coil” 11. “Reek Of Putrefaction” 12. “Keep On Rotting In the Free World” 13. “Genital Grinder” 14. “Pyosisified (Rotten to the Gore)” 15. “Death Certificate” 16. “Exhume to Consume” 17. “Corporal Jigsore Quandary” 18. “Forensic Clinicism/The Sanguine Article” 19. “Inpropagation” (só a intro) 20. “Ruptured In Purulence” (intro) 21. “Heartwork”

OBS – o set list é um tanto controverso. Certamente ñ foram esses 21 sons, q os sites e resenhas por aí vêm publicando, mas o q teria sido tocado todo, caso tivessem tocado TUDO. Os sons q italiquei acima, são os q, confrontando com o set do vídeo do show inteiro, mais acima, parecem ter sido extipados

OBS 2 – o 2º vídeo postado é obra do sr. Rodrigo Tesch. O 1º, peguei no You Tube sem saber de quem é

OBS 3 – os srs. gente boa Generval Bonna e Rodrigo Tesch ñ saíram na foto true q me inclui pq estavam do lado de fora do Carioca dançando lambada

OBS 4 – alguém por aqui q foi tentou rasgar o ingresso do show? TENTEM!