SWU

Esse papo de “sustentabilidade” acho o maior engodo dos últimos anos. E em aplicado a festival musical, fica ainda mais HIPÓCRITA, senão vejamos: 1) bandas vieram pra cá em navios?; 2) shows foram todos durante o dia (para ñ consumir o tanto de água geradora da energia HIDRelétrica)?; 3) áreas de camping a 400 contos?; 4) vans q conduziram as bandas de sei-lá-onde ao palco movidas por óleo de mamona?

Hippismo idiota – e ñ da parte de quem organiza a bagaça, q SABE disso; trata-se de se adequar uma firula ao público-alvo q pensa estar indo a Woodstock – em q, apesar dos pesares ofereceu alguns bons shows. Outros, nem tanto.

Junto no mesmo balaio Duran Duran, Hole e Chris Cornell. Apesar dos primeiros terem feito show até simpático e terem o PIOR BATERISTA q vi nos shows televisionados (sim, ñ estive in loco no SWU!). Mas o q tem na cabeça alguém q traz Courtney Love prum festival, a ñ ser o fato do cachê ser provavelmente a passagem de ida e volta + uns papelotes + umas coxinhas??

O Cornell até canta legal, toca mais ou menos, mas foi tb evidência total de completo descrédito pra com a volta do Soundgarden. (Ou será q eles já des-voltaram?). De qualquer modo, salvo engano, foi o show barato (a la Manifesto Bar) q arrumaram pra alguém fazer, sem ultrajar, enquanto se arrumava o palco do Peter Gabriel.

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Sei lá, olhando pro cast todo aqui citado, tvz pouco possamos fugir do molde “atrações baratas”, “saudosismo q vende”. Se ñ, bandas em retorno – Raimundos, Alice In Chains, Primus e Stone Temple Pilots – banda ainda perdurando o retorno, pq ainda tem tido convites (Faith No More), um ex-Guns N’Roses, banda plano b dum monte de tio (Down) e uns indies baratos por si sós (Sonic Youth e Black Rebel Motorcycle Club). E o tal Peter Gabriel, mais perdido q surdo em bingo, em fim de carreira com orquestra (agora só falta lançar disco com DJ Marlboro), mas importante pra constar no álibi da “sustentabilidade”.

Generalizações: o Megadeth é exceção ao mau-humor deste q vos bosta (bloga), mas certamente ñ tem o cachê dum Metallica, Iron Maiden… E o Lynyrd Skynyrd foi tremenda bola dentro, sei lá se sem querer.

No fim das contas, é o seguinte: temos amigos por aqui (e alguém mais, fora Louie e märZiano?) q lá estiveram. E muito poderão colaborar – por aqui ou nem – depondo a respeito. Seguem minhas impressões televisivas:

shows de domingo

Chris Cornell
Fora o falado acima, parece-me ter sido o show de feira agropecuária Frejat do SWU. Show barato, q certamente decepcionou a muitos e muitas por ali. Ñ adiantou cantar Audioslave, se emendou num hit entre aspas ao final (“Blow Up the Outside World”). Ainda levou a tiracolo um tio Chico, pra tocar um alaúde de caixa de charuto, ou sei lá q porra era aquela. Vergonha alheia e fim de carreira.
Duran Duran
Patroa viu, eu ouvia um tanto, revezando com mesa redonda futebolística noutro canal. Me pareceram bizonhamente escalados, tipo Joss Stone no Rock In Rio, guardadas as devidas proporções. Fiquei pensando tb sobre o público gay ali presente: teriam evaporado (literalmente) após o show, ante a chegada do monte de motoqueiro e tatuado pro Lynyrd?…
Peter Gabriel
Até tentei ver, mas desisti. E nem pela treta com o Ultraje (q só vi teco do último som, os caras sendo cortados e a entrevista furibunda do Roger), mas pq ia dar sono e eu ainda queria ver o Lynyrd Skynyrd. Foi bão?

Lynyrd Skynyrd
A banda com o maior “jogo ganho”, dentre tantas atrações “jogo ganho” do festival. Monte de gente no palco, interação q achei mediana – será q ñ esperavam tanto fã? – num show a meu ver tipicamente estadunidense: hiper mega super ultra ensaiado, a ponto de nem parecerem espontâneos. Mas foda-se o q eu acho: foi o SHOW DA VIDA de muita gente. Conhecia só “Sweet Home Alabama” e a versão original da “Unforgiven II”. Daquelas bandas q provavelmente nunca desceram a linha do Equador, e provavelmente ñ mais voltarão. Achei tb q tocaram pouco. E eu prefiro ZZ Top.
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=hoOQw2SR7Co[/youtube]
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shows de segunda (duplo sentido?)
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Black Rebel Motorcycle Club
O amigo märZiano gosta, então tentei ver qual era. Interrompi no meio, pra ir ao Correio enviar o cd do miguxo Rodrigo, e voltei ainda antes do fim. Achei tipicamente afetado: sobretudo o baixista, q tb era guitarrista, daí voltava ao baixo e ñ largava a pose. A baterista esforçada curti, mas pra mim foi o tipo de banda q tvz seja melhor ouvir em casa. E a impressão q ñ me largou foi a de serem um White Stripes (vocalista clone do Jack White) com um intruso, ou dum Jesus & Mary Chain com menos peso. Bastante gente curtiu.
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=6Jlpu2GdQrU[/youtube]
Down
O demagogo-mor do festival, esse Phil Anselmo. Desnecessária e hipócrita homenagem ao Dimebag, em som q de longe lembrava “Walk”. Necrofilia a tôa, pois eram tb jogo ganho. Quem achou q tocariam Pantera assinou atestado de trouxa. Ñ o fizeram, ñ o fariam. Esfolar testa com microfone achei idiota. Banda bem ensaiada, entrosada, com equipamento despojado q causaria profundo nojo (e saída do palco pra blasfemar 10 minutos pra You Tube) num Edu Faniquito: uma banda de boteco q pouco toca – Anselmo admitiu pra quem quisesse ouvir – e, portanto, atração barata (outra) disponível, mas tudo bem. Parei de ver no meio, pq saí prum atendimento. Verdade q tocaram o “Nola” inteiro?
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=la0-K2MktQo[/youtube]

Sonic Youth

Uma outra banda parâmetro pro Edu Faniquito, q tvz ganhe algum reconhecimento se casar e descasar com alguém da própria banda, assim gerando espeCUlações acerca do último show, última turnê, essas merdas. Foram pouco mais q isso – convictamente pouco mais q um hype – e nos 2 sons (“Sugar Kane” e “Teenage Riot”) q vi, foi praticamente o mesmo show do Free Jazz duns anos atrás. Só q ruim, frouxo, chôcho, presunçoso e sem fechar com “100%” – tvz ñ tenham querido sucumbir desbragadamente à nostalgia. Deslocados no palco, perdidos no tempo e no espaço, um tanto autistas. Pergunto ao Louie: teriam sido eles o Yo La Tengo da vez?

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=3rN384qz8L4 [/youtube]

Primus
O Sonic Youth apitando microfonia pernóstica infinita me fez temer q o Multishow ñ passasse os caras desde o começo. Felizmente, o fizeram. O show mais legal pra mim, pelo efeito surpresa, e por entender algumas coisas q só auditivamente jamais sacara. Como Larry Lalonde tocar pra caralho, e o novo baterista, Jay Lane, ñ ser Tim Alexander, mas ser bem melhor q Brain Mantia. Concordo q fizeram apresentação hermética, mas provavelmente o fariam em quaisquer outros palcos ou festivais situados em locais de 3 dimensões. Algumas músicas obscuras ñ reconheci, outras fui ver se tratar de novas, como essa “Lee Van Cleef”, excelente. O telão estava foda tb, assim como os astronautas infláveis. Melhor ñ entender. Les Claypool, figuraça, é o Geddy Lee q caiu no caldeirão de poção do Obelix, quando nasceu. Achei q faltou “DMV”, e “Over the Falls” ficou diferente do disco, mas igual tb. Melhor ñ entender, parte II – a missão.
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=LbowWKWv32Y [/youtube]
Megadeth
Ñ é q eu ñ gostei, mas ver demais o dvd do “Big Four” tem seus efeitos colaterais. Músicas excepcionalmente executadas (e “Wake Up Dead” tocada em 2º parece a “Stay Clean” megadéthica eheh), sem me cativar tanto. Set list meio previsível, apesar da “Trust” abrindo. Músicas novas gostei da “Whose Life (Is It Anyway?)”. Dave Mustaine INCHADO pra caralho; gordo tá o Jeff Hannemann. E rivalizando com Axl: nunca prestou cantando ao vivo, mas esteve excepcionalmente nojento vocalisticamente. Na “A Tout Le Monde” me fez pensar como, em 30 anos de carreira, jamais (parece q) procurou professor de canto. Pra ao menos aprender a cantar afinado ao vivo. Ou algum profissional de fonoaudiologia, pra tirar o q quer q seja q ele nocivamente carrega na garganta. O único show metal do festival, bom como sempre.
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=eslB2k2JohY&feature=related[/youtube]
Stone Temple Pilots
A grata surpresa pra mim. Nunca dei um puto pra esses caras, sempre os considerando demasiado pop. Vocalista estiloso, bão e com uma puta presença, faria dos demais ali meros coadjuvantes, ñ fosse a qualidade dos envolvidos. Uma guitarra só, e todo aquele peso?? Baterista se atendo ao necessário. Me dei conta de q conhecia mais músicas q “Plush” e “Sex Type Thing”, e deu até vontade de ouvir o cd q a Patroa tem algum dia desses. Em comparação tvz indevida – ou ñ – penso q poderiam roubar o lugar daquele Stone Sour, por serem melhor resolvidos q aqueles na indecisão entre pop e peso. Contradições à parte.
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=QmNtn7qEgyw[/youtube]
Alice In Chains
Já conhecia de dvd pirata essa nova formação, com o Wilson Simoninha cantando. Pra mim, o show melhor equilibrado entre nostalgia e material novo. Concordo com o chato do Beto Lee em Jerry Cantrell ser o melhor guitarrista da “era” grunge, só q acrescento: é um dos mais subestimados do mundo. Toca muito, compõe pra caralho e ainda manda bem no vocal. Cozinha segura como poucas. Destaque: “Angry Chair”, inclusive pelo telão claustrofóbico acompanhando. Por outro lado, devido ao andamento das músicas, ficou impressão dum show bastante demorado, embora nada LETÀRGICO, como aquele do Hollywood Rock de trocentos anos atrás. E q se eu fosse fanático pelos caras, acharia diferente. Verdade q tocaram “No Excuses” ainda após “Would?”. Putz.
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=4JOTnmYKqME[/youtube]
Faith No More
Estão por aí chamando de apocalíptico. Ou de apoteótico. Tanto faz. Com o risco do esnobismo, achei o do Maquinária, 2 anos atrás, melhor. Tvz pelo fator surpresa naquele. Mike Patton aloprado, mas um tanto comedido – tvz o You Tube e os cadarços na garganta nos façam esperar porralouquices ainda mais sideradas, o q ñ se deu. Apesar de roubar a câmera em “The Gentle Art Of Making Enemies”, grata supresa no repertório, junto a “Caffeine” (a melhor música da banda pra mim). Terem tocado de branco, meio a la pai de santo, achei bela sacada – e vi um tonto num fórum por aí considerando “desrespeito”. Bah! Ñ esperava, honestamente, q reprisassem o “King For A Day, Fool For A Lifetime”, mas menos mal terem cometido 42,8 % dele. “Woodpacker From Mars” abrindo (com “Delilah”, de Tom Jones, enxertada) foi inesperada, e o quase fim, com “Just A Man” e as meninas fazendo côro, curti. A truezice eu reservo pra oportunidade perdida de executarem “War Pigs”, em vista do retorno sabbáthico. Mas tudo bem. Destaque outro: Billy Gould, baixista subestimado!
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=vAwtLilm5EA [/youtube]
E acho q, por ora, chega!