O GUTURAL PRIMORDIAL
Lembrei duma Rock Brigade meio antiga (ñ lembro de quando) q, numa resenha breve sobre uma certa coletânea do The Who (ñ lembro qual) recém-lançada, o colunista (ñ lembro quem) falava de “Boris the Spider” conter “a origem do vocal thrash metal“.
Dito assim ñ literalmente, mas falando sobre primórdios do thrash metal, sim. Segue o som:
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=bvFuUaCe8eY[/youtube]
Lançada em 1966 e cantada/composta pelo baixista John Entwistle, me parece exagerado falar em “origem do thrash metal“. Mas ñ forçamos se especularmos q Lemmy ouviu e curtiu muito… o q, por extensão, gerou e procriou o vocal gutural no heavy metal, de Venom a Cannibal Corpse, hum?
doggma
7 de outubro de 2014 @ 09:53
Em tempos imemoriais, John Lee Hooker murmurava letras ininteligíveis sob umas palhetadas rústicas. Acho que ele foi o Obi-Wan do jovem Lemmy. Mas vindo de brancos, realmente essa do Who deve ter sido a precursora direta. Não conhecia, valeu.
Detalhe pra 2ª metade do refrão pós-gutural: “keep crawwwling, keep crawwwling”, em falsetto. Seria o cover perfeito pro Nasty Savage, haha
Marco Txuca
7 de outubro de 2014 @ 20:00
John Lee Hooker tinha a voz das entranhas da Terra, cara. Mas teu aparte parece a ver.
E o q achei mais louco nesse som é o fato de ter estado uns 20 ou 30 anos à frente de seu tempo!
Colli
8 de outubro de 2014 @ 09:03
Não conheço quase nada do The Who. Conheço alguns hits deles, como a abertura do seriado CSI, um show que assisti a pouco tempo, que dizem que foi o último show do Keith Moon.
Só com esse pouco de informação sobre eles, já achei eles bem a frente do tempo, principalmente o Keith Moon, que tocava muito rápido e já com dois bumbos. E nesse show ele não usa o chimbal.
Não sei como conseguia tocar com tanta rapidez com a quantidade de cocaína que ele cheirava e não morrer no palco. Por ironia do destino, morreu dormindo ao lado de sua esposa/namorada, sei lá.
Nessa onda toda acabou surgindo um polêmica, pois enviei uns e-mails para alguns amigos e surgiu uma discussão legal. Áspera, mas legal!
O estopim foi essa frase: Nunca havia visto um batera que não usa chimbal. Tem que tocar muito para fazer o que ele fazia. Mais uma corroboração para dizer que apesar de ter técnica, o Jonh Borran para mim sempre será o grande baterista pela “fama” que puseram nele, não pelo o que ele realmente fez ele fez. É meio contraditório o que falei, mas o John Borran é um dos mais fracos da época para mim. Poderia citar vário bateristas aqui que eram muito além do seu tempo.
märZ
8 de outubro de 2014 @ 10:01
John Bonham era monstruoso no que fazia. Ser bom baterista não é somente ser rápido e tocar como se possuisse 8 braços. Bonham tinha uma técnica, um groove e uma sonoridade únicos. Creio que Txuca, como baterista, pode atestar isso.
Marco Txuca
8 de outubro de 2014 @ 12:37
Eu diria q a única coisa q me faz ouvir Led Zeppelin hoje em dia é o Bonham. Se desse pra separar tudo e só ouvir a bateria, ficaria ainda melhor pra mim ahah
Mas ñ discordo do Colli no seguinte sentido: apesar de bom, Bonham é muito superestimado. Cozy Powell era muito foda (mas ñ parava em bandas), Bill Ward tem um jeitão q nenhum outro tem ou teve, jazzista (mas sempre muito mal gravado), Roger Taylor (Queen) sempre jogou pro time, mas sempre teve assinatura, Carmine Appice (Cactus) tb estava à frente… mas ficou pra trás.
Assim como Ian Paice e Carl Palmer (até bastante reconhecidos) ficaram meio pra escanteiro, como tb os bateristas q tocavam com Frank Zappa (q vai levar uns 50 anos pra começarem a levá-lo a sério). Bill Bruford é lembrado mais como ex-baterista do Yes do q pelo trabalho singular no King Crimson, em q apelava a percussões estranhas e a polirritmias (tocar dum jeito com os pés, de outros com as mãos).
Fico satisfeito, por outro lado, q Neil Peart jamais tenha saído de seu pedestal ahah
Ele q admite influências de Keith Moon e John Bonham sem medo – reparem no quanto ele, apesar da técnica refinada, tb SENTA A MÃO na bateria!
***
Bonham tinha técnica: legou isso aos tempos atuais. Tocava só mexendo os pulsos e um pouco do cotovelo. E tirava um VOLUME filho da puta de som. Ñ precisava ser um aloprado total pra tocar bateria, como o Moon era. Aliás, acho q ñ era só droga: o sujeito era meio doente mental mesmo.
E o fato de abolir o chimbau acho ainda sensacional. Tem show q vi do Who com duas fileiras de tom-tons na bateria dele… putz. Era mais visceral e menos marqueteiro do q devia.
E vejo tremenda influência dele no modo de tocar do Animal Taylor, de quem tenho q tirar uns sons lá pro No Class: viradas abruptas, levadas sem sentido, mas tudo muito legal, autêntico e voraz.
Colli
8 de outubro de 2014 @ 13:00
Pois é märZ, concordo contigo. Não precisa tocar rápido para ser bom baterista mesmo não. Lombardo mostrou isso no South Of Heave.
Bom, o que queria dizer e não escrevi, é que tenho minhas dúvidas se o Bonham conseguiria tocar em outra banda tendo o mesmo rendimento que no LZ, já o Keith… acredito piamente que tocaria em qualquer banda e dependendo, até elevaria o nível, assim como fez com o próprio The Who. Nunca ouvi nada com o baterista antigo, nem sei se eles gravaram algo, mas já li que quando o Keith entrou na banda eles foram para outro patamar.
Assim aconteceu com o Rush, quando o Neil entrou ele foram para outro patamar. O primeiro álbum é bem hard rock. Não estou falando que é m álbum ruim, até porque é o meu preferido. 🙂
Acontece que acho que o Bonham não tinha muita versatilidade. Por isso acho ele superestimado.
Marco Txuca
8 de outubro de 2014 @ 14:02
Vou numa outra perspectiva: Cozy Powell faria MISÉRIA no Led Zeppelin.
Parece-me q Bonham era baterista pra Led Zeppelin, como Bill Ward e Vinny Appice foram pra Black Sabbath e o Igor foi pro Sepultura. Em outras bandas, creio q os citados ñ renderiam.
Isso pra pegar o argumento do Colli.
märZ
8 de outubro de 2014 @ 17:56
Curioso que após a morte de Bonham o Led até cogitou continuar, e chegaram a sondar Carmine Appice e Cozy Powell.
doggma
9 de outubro de 2014 @ 09:57
Tô com o marZ. Bonzo é monstro, batidas altamente distinguíveis. Sem desconsiderar os outros, pelamordedeus, mas sem ele a distância que separa o Zep de outras bandas de hard rock seria bem menor.
Mas então… Keith Moon X Mitch Mitchell?
Marco Txuca
9 de outubro de 2014 @ 10:06
Pra mim, Moon.
doggma
10 de outubro de 2014 @ 09:05
Vou ficar com o Mitchell, menos selvagem e mais cerebral, mas tão transgressor pra rock quanto.
Mas é briga de baqueta com foice na ponta!