LEITURA EDIFICANTE
Quarentena, algum tempo livre, resolvi pegar este aqui
Q comprei em 2017 em Londres. Demoro bastante pra ler em inglês, um pouco mais q o Bostossauro fazendo pronunciamento em português, então vamos lá.
Surpreendente. Sujeito articulado e agregador, com opiniões embasadas. Ñ no sentido punk “foda-se”. Inclusive fala mal dos punks cabeça-fechada desde q foi – ainda em tempos de “Sex Piss-ups” (sic) – em programa de rádio e tomou bronca de Malcolm McLaren por ter tocado Peter Hammill, Captain Beefheart e Can.
Tem tb um linguajar próprio, cheio de trocadilhos e gírias, q fez com q a editora colocasse aviso no início do livro sobre o livro ser uma autobiografia do cara “em suas próprias palavras” (sic), o q faz com q em alguns momentos a ortografia ñ seja correta ahahah
(um dia posto isso na pauta “encartes”)
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Legal o livro tb ñ ficar só nos Pistols. Dura até a página 178 (de 538 totais), mais q o suficiente. Legal tb ñ perder muito tempo com infância e vida pregressa, embora tenha passado poucas e boas.
Do tipo ter tido meningite (por contato com mijo de rato) aos 7 anos, o demandou 1 ano de internação hospitalar e gerou dano cognitivo/neurológico de ter esquecido “tudo o q sabia” até então.
Ñ conseguia falar (pensava, saíam sons inarticulados – afasia) e ñ reconhecia nem os pais. Mas os irmãos, sim. Enfim.
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Mas o motivo de eu postar isto aqui, fora pela empolgação (e ñ acabei ainda; estou na p. 276) foi querer destacar umas curiosidades:
- Sid Vicious (aliás, nome de batismo John Simon) e John (Jah) Wobble, eméritos baixistas toscos, eram amigos de escola de Lydon
- Chrissie Hynde (The Pretenders) era amigona já na adolescência e tentou ensiná-lo a tocar violão, o q recusou por preguiça e por “ser canhoto”
- a mãe de Sid era “junkie profissional” e deu de presente ao filhão uma vez um tanto de heroína. E havia suspeitas de q punha drogas na comida do filho
- quando do assassinato de Nancy Spungen, foi Mick Jagger quem interveio com advogados, o q me fez pensar numa certa confraria/maçonaria do rock (um dia faço post)
- antes dos Sex Pistols nunca teve banda, jamais tinha escrito uma letra de música ou sequer cantado. Grande coisa e tudo a ver, mas caso raro de alguém q parece ter surgido abruptamente. Combustão espontânea
- as roupas dos Pistols, desenhadas e costuradas por Vivienne Westwood, demandavam alfinetes pra segurar e pq eram modeladas pra mulher (camisetas baby look e calças pegando no saco) e ela era péssima estilista
- ler tudo isso me tem feito pensar no quão deliberadamente Marcelo Nova se inspirou no “personagem” Rotten/Lydon pra se tornar aquele personagem/figura pública (meio “fiscal de cu”) característico
Mas o mais engraçado deixo pro fim: Lemmy tentou ensinar Sid a tocar baixo. Segue o trecho:
(p. 145)
“Off all people, it was Lemmy from Motörhead, amongst others, who tried to teach Sid to play bass. Lemmy was really funny about it; he said, ‘Sid has no aptitude at all, no sense of rhythm, and he’s tone deaf’”
Ahahahah
Fica a dica.
märZ
24 de abril de 2020 @ 21:39
Também curti muito e recomendo.
André
25 de abril de 2020 @ 07:15
Mais um pra lista. Que bom que o cara não gasta muito tempo com a infância. A bio do Lobão me deu um certo bode por conta disso.
Tô pra comprar a bio do Peter Criss. Vale a pena?
Marco Txuca
25 de abril de 2020 @ 17:16
A do Peter Criss achei muito foda. Pq entrega alguns podres da Banda Beijo, tipo ñ terem gravado realmente o “Destroyer”.
Mas ñ vou dar spoiler.
Isso de ficar falando de infância demais, aborrece. O q eu mais quero (e acho q muita gente) é saber dos fatos q levaram às bandas, à fama e tudo o mais. Lobão empapuça por tudo: o cara, tirando Olavo de Carvalho, é nosso maior pensador.
Pensa q é filósofo, pensa q é compositor diferenciado, pensa q é pensador, pensa q é gênio.
Por outro lado, a autobiografia do Sting tem bastante dados de infância, mas bastante pertinentes. Pq o sujeito sabe escrever e soube articular as partes.
Outra q ñ indico, nesse sentido, é a do Anthony Kiedis.