CHAOS SYNOPSIS
Conheci o baixista/vocalista da banda em 2009, quando resenhei sobre eles por aqui, conhecendo o Chaos Synopsis – de quem nunca tinha ouvido falar – na abertura pro Sinister. Jairo passou a visitar o Thrash Com H desde então, e eis q nem tinha me dado conta de tanto tempo passado – 7 anos! – sem tê-los visto mais, quando me avisou mês passado q tocariam no Sesc Belenzinho, um puta lugar.
Sem abertura. Só eles.
Contemporizo um outro Jairo conhecido no metal brasileiro, aquele Jairo Guedes (Guedz) eterno “ex-Sepultura“, q vez ou outra assola o noticiário com algum novo projeto… q dá em nada. Distam muito esse conhecido e o Jairo Vaz – e a banda, claro – q de 2009 pra cá saltaram da demo “Garden Of Forgotten Shadows” pra já 3 (TRÊS) álbuns fodidos: “Kvlt Of Dementia” (2009), “Art Of Killing” (2013) e “Seasons Of Red”, do ano passado.
No meio disso, montes de show pelo interior de SP, na Polônia e videoclipes nada mambembes. Banda de gente q faz, em vez de mandar buscar. Gente q ñ é “metal nacional” nem fica lamentando falta de lugares imaginários pra tocar. Tocam. Banda a qual Ñ CABE ficar descrevendo “parece gringa” ou como “a novidade” ou como os caras q vão pegar o lugar do Sepultura ou de sei lá quem – esses clichês de crítico whiplash/RC.
(até pq o “lugar” do Sepultura é o da nostalgia. Deixa pra lá)
O Chaos Synopsis tb ñ adere a fórmulas mágicas de sucesso, tipo pôr batucada no som gratuitamente ou chamar gente “ilustre” do metal brasuca pra participar de show e de discos. Praticam um híbrido death/thrash próprio, característico, q só evolui. E q exala influências, sem no entanto soarem chupim deste, daquele ou daquele outro.
O show na última sexta foi impecável. Exemplar. De parte do lugar, q ofereceu estrutura profissa absurda (amplis, retornos, mics, mesa de som, espaço pra vender merchan) e da parte da banda, q ofereceu SOM, pontualidade (hora cravada, sem migué), atitude, timbragem monstra das guitarras (q ñ embolam), da bateria (baterista tem endorsee e ñ precisa ficar ostentando 20 pratos, como o do Torture Squad) e do baixo, claro. A única comparação com gringo q eu faria seria no aspecto sonoro: tudo muito alto, claro, definido e preciso. E com o Krisiun, q eu vi há quase 2 meses num outro Sesc e teve as mesmas condições, pq tem tb um patamar mais elevado.
O “lugar” foi devidamente ocupado, sem intimidações ou amadorismo.
[youtube]https://www.youtube.com/watch?v=5hhWK98iq58[/youtube]
Enfim. 12 sons, de todos os álbuns + 1 novo – de split com um certo Terrordome polonês – em uma hora. Parece pouco tempo? Ñ foi. Os caras se divertindo tocando, 50 pessoas presentes se divertindo com a banda, mas sem perder a truezice (ahah). E a sensação minha, positiva, de achar do caralho banda profissa desse nível.
Faz repensar atitude de muita banda tentando alçar maiores vôos, ou q ñ conseguem fazê-lo (por incompetência) e q ñ olham pro próprio umbigo. Q ñ trampam timbre de instrumento direito (mais fácil culpar técnico de som) ou ñ tem equipamento condizente (devem ter suado pra trazer bateria de 2 bumbos lá de São José dos Campos, mas impuseram respeito aí tb), ou ñ exalam ralação, ensaio e produção adequada.
***
Friggi Mad Beats, o baterista, a mim é o destaque, mas pq eu toco bateria e vejo o cara fazendo coisas complicadas parecendo simples. Faz firula mas ñ fode, manda blasts mas ñ pra se exibir demais (joga pro time), tem uma precisão absurda e uma criatividade lascada.
Melhores momentos achei as duas iniciais, “Zodiac”, “Serpent Of the Nile” (o tal som novo), “Spiritual Cancer” e “B.T.K.”, com as influências blues e rock’n’roll (sim!) muitíssimo bem articuladas. Porém, mais q indicar uma ou outra – dum set list ñ ofereceu destaques, no melhor sentido possível – conferir o video acima (filmaram o show todo, em 3 partes no You Tube) pode ratificar a maturidade composicional da banda, q faz som extremo mas com dinâmica e noção das coisas. Ñ é o extremismo pelo extremismo, comprimido e jogado na cara em vão.
Nada nos sons parece feito de qualquer jeito.
São criminosos com premeditação ahah
E q venham outros shows desse quilate.
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PS – ia brincar, bateristicamente, q o o batera lembrou de ligar a esteira da caixa só no 2º som, o q só eu e ele por ali teríamos percebido lapso… mas Jairo me disse q é do som, “Gods Upon Mankind”, q no disco usaram uma percussão egípcia q ele tenta emular ao vivo mexendo na caixa. Mas deixo o Jairão se explicar e se ufanar nos comentários. Bora, camarada?
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Set list: 1. “Burn Like Hell” 2. “Gods Upon Mankind” 3. “Sarcastic Devotion” 4. “Zodiac” 5. “Postwar Madness” 6. “Serpent Of the Nile” 7. “Like A ‘Fucking’ Thousand Suns” 8. “B.T.K. (Bind, Torture, Kill)” 9. “Chaos Synopsis” 10. “Son Of Light” 11. “Rostov Ripper” 12. “Spiritual Cancer”
Jairo
28 de setembro de 2016 @ 08:18
Engraçado que ontem tava no estúdio fazendo som novo e lembrei dessa frase, criminosos sem premeditação, hahaha, tudo feito na maldade mesmo.
Esse show foi massa, estrutura monstra, só ajuda a deixar o concerto mais legal.
Quanto a parte da batera, é essa aqui, já está nos segundos certos. É uma darbuka, foi usada pra dar um clima nesse som.
https://youtu.be/PhAkPmyGvMk?t=2m41s
No mais, valeu a ida lá, 7 anos passam voando.
Marco Txuca
28 de setembro de 2016 @ 12:43
Espero ñ passar mais 7 pra vê-los de novo, decadentes e fazendo turnês caça-níqueis milionárias pra sustentarem os netinhos ahah
Mas vc me falava ali de terem chegado às 15h. Técnico de som já estava por ali? Como era essa estrutura?
Jairo
28 de setembro de 2016 @ 17:54
Sim, chegamos nós e o nosso técnico de som juntos as 15h, pra montar palco, passar som e deixar tudo no jeito. Basicamente, tudo que estava no rider eles nos deram, apenas ampli de guitarra e bateria utilizamos os nossos pra dar o timbre que já usamos.
Tomara que role essa tour em, já to há muito tempo tocando sem ganhar dinheiro nem pra me sustentar, hahaha
Marco Txuca
28 de setembro de 2016 @ 19:47
Eu diria q pra chegar nesse ponto, vcs têm q fazer SUCESSO. E fazer sucesso muitas vezes tem a seguinte cartilha:
1. reclamar q a mulher do Max sabota vcs
2. arrumar uma treta entre vcs, com conseqüente separação e depois duns anos uma tour reunion
3. cair nas graças daquele Nando Moura, q vai arrumar o Madison Square Garden pra vcs tocarem, daí vcs brigam com ele quando já tiverem suplantado o Metallica na cadeia alimentar
Sei lá, entende?