CENAS
A idéia é dissertar um tanto sobre precariedades infra-estruturais ou sobre elementos promissores em se ter banda por aqui. Papo meio iniciado no post recente “Slayer Newsletter”, ali atrás. E q aponta a INCIPIÊNCIA duma cena, q ñ é pagar jabá em revistinha e site ou – parafraseando Max Kolesne – tirar fotinho posando de fodão pra pôr no Facebook.
Ñ consegui articular um texto coerente, então vão duas partes de alguma coisa:
1.
Sexta-feira última, fui com a banda cover de Motörhead tocar em Sorocaba. 1ª vez. Contato via Facebook, na base da confiança. Fomos os 3 em meu carro, levando amplis e extras de bateria (pratos, caixa, banco, pedal, suportes de prato) visando ganhar um valor mínimo ou o da bilheteria. Q era R$5.
Local estrumbado de gente. Gente realmente fã de Motörhead pedindo sons, cantando vários, adivinhando os próximos no repertório de 26 q fizemos. Em meio a um intervalo, sujeito veio trocar idéia numa boa, contando do show no Philips Monsters em 1996, em q chorou ao ver Lemmy e seus asseclas. E quase chora ali contando. Outro lembrando ter nos visto em São Paulo 7 ou 8 anos atrás. Provável. Outro ainda vindo me perguntar o irrespondível: se eu preferia Animal Taylor ou Mikkey Dee. Ñ consigo!
Terminada a apresentação, garota nos parabeniza e diz apenas lamentar ñ tocarmos músicas próprias. Fôssemos banda assim, teríamos vendido montes de cd’s. Clima geral e mútuo de q voltaremos ao lugar.
Gente NOS AGRADECENDO – e ñ pela 1ª vez em bares pelo interior do Estado – por termos ido lá. O q nunca sei se 1) por carência de shows em geral; 2) se por fazermos algo razoavelmente convincente; 3) se por ñ termos qualquer frescura. Somos 3 caras montando, tocando e desmontando equipo. Trocamos idéias mesmo com bêbados chatos: faz parte do pacote.
A 1ª possibilidade, ñ me parece: há shows direto no lugar. Fim do mês, inclusive, MX tocará por ali, com outras bandas. Provavelmente indo em 1 ou 2 carros, carregando equipo no ombro, cd pra vender embaixo do braço e sem qualquer ilusão quanto à sucesso, fama ou glória. Nada contra, acho q tem q ser assim.
2.
Dia seguinte, sábado, fizemos nossa 178ª apresentação (desde 2004) no Lolla Palooza, lugar a mim especial tb por ter me casado ali em 2009. Santo André. Noite de Halloween, abrindo prum cover de Iron Maiden, q ñ se mostraram cuzões, tampouco acessíveis. Ñ nos viram tocar, chegaram pouco antes, coisa típica.
Sujeitos atualizados, fizeram o set da turnê recente, mesmíssimo show do Rock In Rio. 6 pessoas num palco onde trio já quase lota, mas tudo bem. Visual dos caras caprichado, sobretudo os “Adrian Smith” (bandana, colete e cabelo iguais) e “Steve Harris” (cabelão, baixo Fender, pé no PA); banner de fundo quase maior q a parede. Galera – menos gente q em Sorocaba – adorando.
Eu e Patroa fomos da opinião de tudo muito exagerado. Ñ a ponto dum outro Maiden Cover daqui, dos q se dizem “oficial” (nunca entendi essa porra), q tem sujeito vestido de Eddie passeando pelo palco e baterista com bateria idêntica (número de tambores e pratos) à do Nicko. Mas a ponto do vocalista mandar “scream for me, Santo André“… achei over.
Tb achei o baterista fraco. Quando, na “The Trooper”, o “Bruce” deles tb ostentou idêntico paletó vermelho e bandeira da Inglaterra tamanho jumbo, achamos de comum acordo q a coisa havia passado do ponto. Fomos embora. Coisa nossa: tem quem discorde ou discordasse, mas o ponto é termos visto uma banda de visú e postura PROFISSIONAL. O q incluiu tb camiseta com logo – cover – da banda usada pelo “Dave Murray” e 1 ROADIE.
Mês passado havíamos tocado no mesmo lugar com um Metallica Cover q só ñ tinha roadie pro vocal. 4 deles, uniformizados com o logo – cover – da banda. O do baterista, completamente chatonildo, tocando em cima do Slipknot q rolava ambiente, meio pra posar de fodão, meio sem noção, teve q passar um tempo pra se tocar q o baterista queria tocar tb.
Só q achamos os caras meio cuzões e ficamos fora do bar, conversando com uma molecada q tinha curtido Motörhead.
Uma outra banda cover de Metallica por aqui – q o baixista é conhecido meu e toca tb no Chemical – ouvi falar q tem empresário. Ou escritório q agenda shows pros caras (parece q esse Maiden Cover pra quem abrimos, tb). Ñ duvido, já q este ano tocaram em Belém (2ª vez), Juazeiro do Norte e no interior do Rio Grande do Sul. Tocam praticamente todo fim de semana.
***
Daí a gente vê os true jacú reclamando de “falta de apoio” na “cena”.
Daí a gente vê playboyzada q toca melódi-cu e prog de apartamento reclamar da falta de lugares pra tocar. E dos planos mirabolantes de conquistar a mídia, tipo ir a pograma de Fátima Bernardes.
Seguinte:
1. público pra metal existe. No interior do Estado, mais ainda. Banda ir atrás, só usufruir. E se contentar com a grana do pedágio, da gasolina e com água de graça no palco. Tocar muito dá pra juntar algum. Quer comer mulher e/ou ganhar dinheiro? Vá tocar sertanojo universiotário!
2. show pra fazer, tem como fazer direto. Se for cover de Metallica e Maiden, toca todo fim de semana, muitas vezes duas vezes. Banda de som próprio é valorizada em lugares mais distantes. Pessoal quer comprar disco. Mais de uma vez já tivemos q dar baquetas e palhetas pro pessoal, devoto e sinceramente emocionado. Sendo banda cover.
3. desconheço quem seja empresário do Korzus, do Claustrofobia ou do Torture Squad, mas ñ dá pra agüentar mais nego posando de fodão tentando viver de abrir pra gringo. Empresária do Sepultura é ex do ex baterista (portanto, ex-Cavalera, embora use ainda o nome pra ajudar nos contatos), e parece só arrumar shows pra banda por aqui se tocarem em Rock In Rio com convidados, ou os comemorativos de discos antigos, da “era Max”.
4. vai ter Torta De Danonne (ñ tinha acabado essa merda?) e Almah no Manifesto este mês nalgum domingo. Dia morto pra boteco, q só abre pra banda de som próprio aos domingos (quando ninguém vai) ou em meio de semana (quando ninguém vai). Querem tocar só na capital e q caravanas do interior venham lhes lamber os cus. Ñ formam público. Tocar no interior – onde fariam isso. Investimento na carreira – ñ querem. Querem reclamar. Posar de injustiçados e incompreendidos.
5. “banda cover roubar espaço de banda de som próprio” de cu é rola. Ocupam espaços q os outros ñ fazem questão. E tb os q se faz questão, mas em dia q galera vai. Pois ñ sendo banda ruim, ao menos tocam coisa legal e/ou conhecida
marZ
6 de novembro de 2013 @ 10:25
Pertinente, e concordo particularmente com o item 5.
André
6 de novembro de 2013 @ 17:35
É sempre assim: quem mais reclama é quem não faz porra nenhuma.
Sobre o item 3: nunca entendi esse negócio de abrir(as pernas?)pra banda gringa. Funciona? Funcionou? Tem alguma banda que conseguiu seguir carreira na música com isso?
Quando o Red Hot Chili Peppers, teve gente jurando que os próprios escolheram o Detonautas pra fazer a abertura. Que não foi outras razõe$. Enfim…
Pergunta pro Marco ou pra quem souber responder: já ouviram falar de uma banda chamada Collapse Nr de Mogi Guaçu-SP? É que há alguns anos, fiz uma entrevista de emprego e o vocalista estava lá também. Trocamos uma ideia e ele disse que msm que conseguisse o emprego, talvez, não fosse aceitar. O motivo? A banda dele estava com uma “turnê” agendada pela Europa para o ano seguinte. Só sei que não vi mais o sujeito desse dia, nem ouvi mais falar da banda dele. Só uma pérola que eu lembrei e resolvi compartilhar.
Marco Txuca
6 de novembro de 2013 @ 21:38
Tremenda pérola essa, André. Q eu me lembre, é banda q resolveu mudar pra Holanda pra ver se “vingava”. Ou essa era o Seita?
De qualquer modo, bandas q recorreram a morar fora (tem brasuca no Il Niño – new metal 3ª divisão – e tinha o Tru Smoke Diesel, tb assim) parece q deram… em nada.
Tocar em Sorocaba pela grana da gasolina ñ quiseram!
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Lance das “aberturas” pra gringos, lembro dessa do Detonautas. Q foram escolhidos pessoalmente pelos Chili Peppers… tá bom. Recentemente, li ou vi entrevista do Titico Sta Cruz falando de ter trocado emails com o Flea por alguma coisa… só se foi pra ele vender Natura ou Herbalife pro gringo! ahah
E essas aberturas são todas pagas. Q eu saiba, as bandas principais nem ficam sabendo. Quem ajeita os esquemas é o produtor da bagaça. E lembro ter dito por aqui, sei lá quando: anos atrás, ensaiei num estúdio (ótimo. Porém MUITO caro) do 2º guitarrista do Xoxxótica, vulgo Exxótica. E o cara confidenciou a nós, ali no papo furado final, o quanto lamentava eles ñ terem 10 paus (R$ 10.000) pra conseguirem abrir pro Kiss, q veio tocar aí uma época…
Cansei de ver bandas até boas abrindo pra bandas gringas q o máximo q conseguiram chegar foram resenhas hiperbólicas na Roadie Crew, onde todo cd é nota 8, 9 ou 10…
Jairo
7 de novembro de 2013 @ 08:28
01 – Tocar no interior é um milhão de vezes melhor que na capital, o Chaos Synopsis tem tocado bastante esse ano, e além da grana da gasolina, um ranguinho e as vezes até uma ajuda de custo (cachê é proibido receber), temos vendido bastante merchan, entre 20 e 40 cds por show mais camisetas.
02 – É possível tocar muito, com ou sem ajuda, mas aí vai do bolso permitir bancar o combustível sempre que necessário, já que muitos locais o “produtor” também faz a bagaça por amor, tendo sempre preju.
03 – Empresários são sempre os responsáveis pelo real sucesso de uma banda, mas no Brasil acredito não existir mercado para a profissão empresário de metal.
04 – Vi um show do Almah em Araraquara, mais de mil pessoas, dessa vez Faniquito muito feliz da vida, o problema foi só expulsarem as outras bandas do camarim, num belo momento de apoio a cena nacional.
05 – Isso é chororô, não é culpa dos covers nem do público, as bandas deveriam investir pesado em imagem e publicidade. Como alguém vai querer ver uma banda que ninguém conhece, mesmo que tenha 20 anos de estrada?
Quanto à abertura de shows acho válido, é como investir dinheiro em propaganda, você estará lá mostrando sua música pra pessoas que talvez não leiam as postagens da banda no facebook. Inclusive tour européia abrindo pra banda gringa custa MUITO caro, mas você tem um público garantido toda noite.
Banda é como uma empresa, quer reconhecimento? Tem que investir e MUITO.
Carol do Txuca
7 de novembro de 2013 @ 11:27
Eu não manjo de música como vcs rapazes. Na minha visão rola o seguinte: antes de conhecer o Marco Txuca eu frequentava barzinhos de rock e via as bandas covers. Nunca tive a falta de noção de quem estava lá no palco eram os músicos originais. Nunca assisiti o show delirando que ali estavam o Nightwish, Iron Maiden, Metallica, etc. O que queria era ver os caras tocando o mais próximo do real apenas! Para mim o que pega é a papagaida típica brasileira de querer ser os ídolos!!! HELLOOOOOO !!! ACORDA MACADADA!!!
Aqueles meninos do Iron Maiden cover que vimos este Sábado no Lollapalooza eram ótimos músicos, mas extremamente metidos e sem noção de que NÃO ERAM os Irons !!! Esse tipo de atitude que me irrita!! Isso para mim ultrapassa ser fã! É não ter personalidade própria e achar que consegue chegar aos pés dos verdadeiros. E o pior da história é assistir aquela molecada toda assistindo e idolatrando os caras como se fosse o Iron Maiden de verdade!! Triste!!! Falei para o Txu “Ele vai falar Scream for me Sto André”, acertei na mosca!!! Na The Trooper eu não aguentei, muito rídiculo!
Marco Txuca
8 de novembro de 2013 @ 03:31
Estava mesmo esperando apartes do Jairo, já q pelo q me parece, anda ralando junto do Chaos Synopsis, das raras bandas q ñ põem a culpa das coisas – ou da incompetência – no “público paga pau”.
Lembro ter visto vc comentando no Facebook q já venderam toda a 1ª tiragem do 2º álbum, certo? Galera QUER comprar o cd da banda q gosta.
Ñ entendi tua parte do “cachê é proibido receber”. Como assim?
E pra comentar teus itens:
2. tem q se ter infra-estrutura. E trampo civil pra bancar roubadas. Isso de donos de boteco abnegados, ainda está cheio tb. Acho ruim pq condena as coisas a serem ainda amadoras. Bar e promoção de shows tb são trampos e exigiriam capacitação, o q se vê muito pouco…
3. exatamente. Pq o cara se diz empresário, mas é tb “colaborador” (trabalha de graça) pra revista e whiplash. E é, em verdade, alguém q tem CONTATOS no meio. Mas nem sempre capacidade.
Fazer curso de administração ninguém quer. Têm começado a surgir roadies profissionais: guitarrista com quem toquei 13 anos atrás (banda de som próprio chamada Minefield) está rodando os EUA há 2 anos e meio em turnês sazonais do Machine Head.
Este ano houve ñ sei onde um workshop de roadies brasucas, pra trocarem informações, conhecimentos, risadas etc. Tem q rolar mais!
4. Edu Faniquito vai conquistar o mundo! Só ñ caiu a ficha dele, nem do Aquiles, de participarem de reality show da tv Record para conseguirem-no.
5. exato. Tô de saco cheio de ver “voltas” ou “shows comemorativos” de hordas tipo Vulcano e Genocídio, q passam ANOS hibernando, daí vêm querer posar de fodões, pioneiros, o caralho a quatro. Tocam as bandas por hobby, têm q ter reconhecimento de hobby mesmo. Divulgar no whiplash o show faltando 3 dias tb ñ ajuda nada
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Quanto à parte da abertura, Jairo, conheci vcs na abertura pro Sinister, q nem cheguei a ver (ranquei fora antes…). E fora o som, lembro de haver simpatizado com a banda pela ATITUDE: vcs vendiam merchan no lugar, ao invés de ficarem esperando reconhecimento fantasma caindo do céu.
Vcs estão pra abrir pro Krisiun, né? Certamente há algum inve$timento nisso, e tvz resulte mais certeiro q abertura pro Sinister naquele pulgueiro daquela vez…
Por sinal ainda outra coisa, cara: vcs já tocaram no festival true da Fofinho, ou vai rolar ainda? Ñ precisa nem me responder: q ROUBADA, hum?
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Pergunta a quem estiver lendo esta bagaça: de quantas bandas de abertura (brasucas) em shows (gringos) recentes vcs lembram? De quantas ficou a sensação de estarem perdendo tempo assistindo?
Torture Squad abrindo pro Annihilator me foi bem o 2º caso…
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Já o aparte da Patroa (a Carol “está lendo” meu blog! ahah), é outro aspecto da coisa das bandas cover. Quando os caras começam a ACHAR q são os caras, ou do mesmo nível dos titulares, e perdem completamente o senso do ridículo.
Esse Maiden Cover com quem tocamos passou raspando no ridículo. Pra meu gosto, ao mesmo tempo q a galera sem noção os louvava como sendo quase o Maiden de verdade. Gritando “Maiden, Maiden” e o escambau.
Três histórias sobre bandas cover:
1. o vocal do Damage Inc. (é o cara do tal Ancesttral) acha q é James Hetfield: canta curvado igual, tem guitarras iguais e ouvi dizer q fez até tatuagens iguais, e nos mesmos lugares, q o titular… Transtorno de personalidade é pouco.
2. ñ lembro em qual lugar no interior daqui do Estado q uma vez o dono do boteco queria q mandássemos FOTO nossa (do Motörhead Cover), ao invés de “material” (som, imagens ao vivo) pra poder nos contratar. Ñ somos nem pretendemos ser minimamente parecidos com o Motörhead original, o q era o requisito básico desse contratante. Tanto q nosso atual/antigo baixista vocalista usa boné; num show em 2005, ao perguntar prum amigo o q ele tinha achado, o amigo do amigo soltou a pérola “Lemmy ñ usa boné!”
Foi a única coisa q reparou em uma hora e meia de apresentação. Virei as costas e saí andando, pra ñ mandar tomar no cu
3. amigos (incluindo o guitarrista agora roadie gringo, citado) tinham um cover de Blind Guardian por aqui chamado Middle Earth. Tocavam pra cacete por aí, e muito no interior. Tiveram um timing fudido pra modinha de Blind Guardian q rolou uns anos atrás…
… mas numa época aí q os titulares vieram, e o Thomen sei lá das quantas ñ pôde vir, e q arrumaram o baterista do Crapsody quebrando galho, lembro do outro guitarrista (desse Blind Cover) me contando indignado q o batera deles reclamava indignado no ensaio ñ haver sido convidado a tocar com o Blind de verdade, uma vez q era o ÚNICO NO BRASIL q poderia fazê-lo!!
Segue o papo.
marZ
8 de novembro de 2013 @ 09:38
“Scream for me Santo André” foi foda. Acho que essas bandas cover perdem a noção ao se levarem a sério demais, quando na verdade juntar os amigos pra tocar músicas que curte no palco é mais um lance pra se divertir. Esperar que isso vire uma profissão já é viagem e ter uma postura arrogante e se achar rockstar é cair no ridículo. “Cover oficial”? Que porra é essa?! Uma franquia da banda original? Uma filial? Eles repassam parte do lucro?
FC
8 de novembro de 2013 @ 10:35
Também tenho essa dúvida do marZ: os caras têm tipo um “selo” de banda oficial? Repassam parte do faturamento? Pagam mensalidade? Pagam direito de imagem? Tiveram matéria na Pequenas Empresas na seção de “Franquias”?
Com relação aos outros temas, por eu ser exclusivamente fã e não ter conhecimento de como funciona o lado bandas/casas de show, tenho a seguinte opinião: o que mais vejo por aí, sobretudo nessas bandas de som próprio reclamonas que botam no público a culpa pelo seu fracasso, é que são uns caras MIMADOS sem noção nenhuma da realidade.
Acham que em seus shows vai ter gente dormindo em barracas pra comprar ingresso pra ver sua banda genial e inovadora de metal melódico, que apenas copia o que se fazia na Alemanha e na Finlândia nos anos 90. Aí tocam uma noite no Manifesto e ficam revoltados pelo fraco público de 19 pessoas que compareceu, sendo que a banda tem 63.522 curtidas no Facebook. Tenho a impressão de que existe músico que até confunde popularidade em rede social com sucesso. E aí tomam um choque de realidade ao verem que seu público, na verdade, é constituído basicamente das namoradas e amigos.
E a maneira mais simples de descontar a frustração é culpar os “coitados” do AC/DC, Iron Maiden e Metallica, que lotam seus shows por aqui, além do próprio público que paga pra ver os medalhões.
Não faço apologia à falta de profissionalismo, nem acho que seja saudável tocar em qualquer lugar que não respeite às bandas, mas, como foi comentado, demanda existe, locais existem e sempre tem gente querendo ir em shows. Mas pegar o carro e atravessar o estado, ninguém quer.
Por fim, deixo aqui um recado de fã, caso esse povo mimado leia por aqui: as 80 mil pessoas que veem Iron Maiden e não veem a sua, não preferem bandas estrangeiras às nacionais. Elas simplesmente preferem Iron Maiden À SUA BANDA.
Marco Txuca
8 de novembro de 2013 @ 12:36
Outra história batuta sobre bandas cover “oficiais”:
* anos atrás, tempos de orkut, rolou uma meia dúzia de shows dum “Therion Cover Oficial”. Em época q os titulares vieram pra cá, os patetas daqui tiveram a manha de publicar na comunidade um “Cristofer Johnson autorizou” a banda. E puseram a foto pra provar: era o Johnson acenando pra quem tirou a foto dele no aeroporto… Longe.
O vocalista/baixista nosso trabalha em cartório: vivo tirando sarro se ñ é ali q a gente tem q tirar certificado de “cover oficial de Motörhead” no Brasil…
Esse status parece ter ficado pejorativo. Bandas cover sem noção vêm recorrendo a outros artifícios adjetiváveis: esse “Maiden” com quem tocamos, é o “The Best Maiden Tribute”. E, salvo engano, é uma DISSIDÊNCIA do Children Of the Beast, um “Iron Maiden Cover Oficial” – o q tem o Eddie e a bateria igual a do Nicko.
O “Metallica” com quem tocamos mês passado, chama-se “Metallica Master Tribute”. Há um ao Guns N`Roses chamado “The Best Guns N’Roses Cover”. Devem ter o mesmo escritório de representação.
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O aparte do FC é perfeito: Ñ TENHO MAIS SACO pra ver nhém-nhém-nhém em Facebook de “ah, nego paga 200 conto pra ver banda gringa, ñ paga 10 real pra ver banda nacional/de amigo”.
Da parte dessa banda cover em q toco, já limamos há tempo os “amigos” q querem vip, beber de graça e carona pra voltar pra casa. É amigo? Ñ vai cair o braço pagar 10 conto.
Paguei 220 reais pra ver o Alice In Chains. Pq acho foda, ñ porque é americano. Muito caro, a Patroa ainda ñ sabe onde estava com a cabeça pra gastar isso. Mas valeu. Show do Torture Squad ñ vale 10 contos; show do André Matos q terá em BH (aê, Rodrigo!), eu ñ iria nem de graça. Questão do valor da banda em si: quem é, ou foi, a banda brasileira q ditou algum paradigma?
Sepultura já foi assim; Krisiun é mais ou menos assim hoje em dia. E ñ vejo show do Krisiun custando 100 reais. (Será pq produtores pagam menos a bandas nacionais?). E vejo shows do Krisiun bastante ocupados – aliás, tocarão de graça no fim do mês aqui num lugar de periferia de Zona Sul.
Lugar onde Edu Faniquito jamais deve ter pasado perto. Donde Marcello Pompeu deve ter ouvido falar. Onde André Matos se arrepiaria de ir, por medo de perder umas – outras – pregas ahah
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E sobre estrelismo, ou falta de: anos atrás teve show do The Gathering no Via Funchal. Terminado o show, desceram todos à platéia trocar idéias, dar autógrafos.
Amigo capixaba (Hugo estaria lendo isto?) ano passado conseguiu trocar idéia com Jeff Waters fumando na rua antes do show do Annihilator. E é o Annihilator.
Amigo q morou nos EUA 3 anos foi a show do Exodus num moquifo em Nova Iorque e disse ter sido Gary Holt em pessoa quem abriu a porta do bar pra ele…
Jairo
9 de novembro de 2013 @ 09:45
Isso, a primeira prensagem lançada por terras tupiniquins já acabou. A galera se interessa por comprar porque além de tentarmos fazer um show muito rock and roll e divertido pro público, embora tocando metal extremo, vendemos o CD por míseros R$ 10,00, que é pro pessoal ter vontade de ouvir e dinheiro pra comprar CD e comprar a birita.
Quanto à parte do cachê, uma brincadeira por ser underground. Banda underground que quer cachê é considerada estrela, então só mudar a nomenclatura pra ajuda de custo, pra ficar mais true.
A abertura pro Krisiun existe o investimento da gasolina de ir até o RJ, vai lá seus R$ 300,00, mas isso a gente levanta com merchan no dia, além do que são todos trabalhadores, então, vamos lá.
Esse fest da Fofinho foi cancelado, falta de patrocínio.
Jairo
9 de novembro de 2013 @ 09:47
Aproveitando a deixa, assistam ao novo clipe do Chaos Synopsis amigos, inspirado num dos primeiros serial killers brasileiros, Febrônio Índio do Brasil.
http://www.youtube.com/watch?v=_vRYIV_P5co
marZ
9 de novembro de 2013 @ 13:49
10 conto o cd? Quero um!
Marco Txuca
9 de novembro de 2013 @ 14:46
Tá vendo?
Vc já tinha tocado em evento nesse lugar, Jairo? Chaos Synopsis ñ precisa daquele LIXO, nem daqueles NOJOS de eventos.
Manja eventos com 10 bandas q a última sobrou ninguém pra ver? Venda antecipada de ingressos pra encher o bolso da dona ou do “promotor”, hum?
Era assim? Mande tomar no cu uma próxima vez!
Jairo
9 de novembro de 2013 @ 20:07
Já tinha tocado lá uma vez, seríamos a segunda banda, então provavelmente teria algum público, mas…
Marz, me passa seu e-mail ou me manda um e-mail pra [email protected] com seu endereço pra eu calcular o frete.