AGUA DE ANNIQUE
Semideusa. Vivêssemos na Grécia ou Egito antigos, certamente seria esse o status de Anneke van Giersbergen, fácil fácil.
Meu senso de deidade tvz seja tosco, ou meio misógino: ñ acho q chegaria a tanto. Mas falar dessa mulher é falar de uma ARTISTA (tudo maiúsculo).
E é ñ ficar esmiuçando filigranas mesquinhas do tipo afinação, tessitura vocal, técnica apurada. Isso é NADA quando a vemos: a mulher ñ passa impressão de ficar se aquecendo horas soprando vela, ou de ser daquele tipo de ‘estrela’ q ñ deixa ninguém chegar perto estando prestes a subir no palco, nada disso.
A impressão é q a mulher simplesmente chega, sobe ao palco e MANDA VER. Sabe aquelas cantoras negonas de soul, q ñ se vê/percebe desafinar, a ñ ser q estejam mal de saúde? Anneke é branquela, mas é ASSIM!
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Claro q ñ é uma carreira solo, é banda chamada Agua de Annique tb, todos muito competentes e bastante adequados à música e musicalidade dessa DIVA. Resenhas q li por alto por aí ficam especulando “ah, terá futuro sem The Gathering?”. Vão à merda!
Caralho, o The Gathering é q ñ terá mais nada sem ela, fora algum selinho “banda da ex-vocalista Anneke van Giersbergen” na capa de futuros cds.
Por outra coisa, convenhemos (eu e mais o 1 ou 2 por aqui q gostam dela): o The Gathering andava muito CHATO nos últimos álbuns com ela. Músicas meio flácidas, distantes do auge de “Nighttime Birds” ou “How to Measure A Planet?”. No tópico abaixo ali sobre o Kirk Hammett, o consenso é chamá-lo de funcionário público. O The Gathering andava uma REPARTIÇÃO INTEIRA: os ternos pendurados nas cadeiras, duas horas de almoço, e só a vocalista mostrando serviço.
Pois agora mostra melhor!
Sons como “Witness” (q paulada!), “Day After Yesterday”, “My Girl” (q acho até chatinha) e a minha preferida, “You Are Nice!” (q fechou o ESPETÁCULO), ficaram soberbas ao vivo. Com peso, com os silêncios, com a pegada espontânea de cada músico ali, q tocavam se divertindo, e ñ receosos de errarem, ou de quererem mostrar punhetagem.
Rolou alguma música nova tb (de q ñ reparei nome), duas da ex-banda (uma, a razoável e de letra intrigante “Alone”, do mediano “Home”; a outra, cito abaixo), o esperado cover do Moonspell (de álbum novo dos lusos, em q ela participa cantando. E q nem quero ouvir a original: a “dela” deve ter ficado superior!) e o do Faith No More (“Digging the Grave”, no bis), q pra mim nem supera o original, mas tb ñ o desmerece: ficou com a cara (e a VOZ) dela, fora ter me gerado um arrepio na espinha como há muito tempo ñ tinha com música.
E o clima era todo de devoção: queimei a língua em achar q seríamos eu, a patroa, o Gustavo miguxo (da Overload Records, q organizava a parada. E q cito sem jabá, pois paguei pra entrar ahah) e mais um ou outro ali no lugar. Um Hangar 110 – alguém será q falou a ela da coincidência do nome do lugar com as poses de aeromoça em “Air”? – bastante cheio cantava os sons praticamente todos, numa comoção q ñ era de histeria besta, mas de cumplicidade e respeito praticamente religioso e solene.
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=d08k364N-CU&feature=related[/youtube]
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Outra resenha q li – acho q no whiplash – desdenhou do lugar, indireta e pusilanimemente. Pois no Via Funchal (como foi com o The Gathering), a energia certamente dissiparia (como dissipou lá. Tanto q a tarde no Blackmore, no dia seguinte, foi superior), e o clima intimista (todo mundo perto) favoreceu ainda mais o show. Minha opinião. E revelando acertada decisão dos organizadores em ñ darem passo maior q a perna, regra tão comum em nossa “cena”!
Creio q a mesma resenha agradece a Anneke ser ainda, no bom sentido, uma artista “amadora”. Com o q concordo: ñ se percebe nela qualquer afetação, qualquer estrelismo (quanta gordinha cantante em sub-bandas gotiquinhas por aqui se acham muito mais q ela!…): retribuía os ‘i love you’ numa boníssima, engoliu choro numa hora (em “Beautiful One”, ao sacar todos cantando), tentou retribuir cantarolando melodia de “Aquarela do Brasil” etc.
E sem soar artifício de artista, maquinismo de carisma. Porra nenhuma.
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Teve uma banda abrindo, de Floriánopolis, Fake Twilight, de q escaneio a opinião da patroa: “já vimos bandas de abertura bem piores”. Sim.
Ponto a quem os escalou, por terem estilo até semelhante. Mesmo ñ fazendo um som q me agradasse a ponto de pegar a demo de R$ 5 deles/delas (eram duas minas, a vocalista/baixista e a tecladista, na banda), e mesmo sendo banda nitidamente inexperiente – ao final, me pareceu a tecladista ter caído em choro por conta de defeitos bestas ocorridos no teclado ao longo (modo de dizer!) do breve set – mas q ñ enfrentou contrariedades (tirando um mala, já no Agua, de q ñ vale comentar, o público foi elegante, educado, respeitoso e tb incentivador)…
E q cito por aqui por ver a vocalista – Carla – no Orkut reclamando (com certa razão) de muita resenha ñ ter sequer citado o show deles. Se acharem o blog por aqui, fiquem à vontade ahah
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Voltando ao show principal, últimas impressões:
1) o som excelente do show (exceção ao baixo, meio baixo, e ao violão q Anneke usou ao fim, pra cantar “My Electricity” – a outra da ex banda – q pareceu até meio trastejante), certamente resultado de passagem de som de 3h e meia (o Gustavo q me contou)
2) os melhores 50 reais q gastei em muito tempo. Tivesse custado o TRIPLO, valeria!
Gustavo
11 de março de 2009 @ 08:25
Fala Txuca!
Em primeiro lugar, preciso te agradecer pela presença no show. E desculpa por não termos tido tempo de conversar muito.
Sobre a sua resenha, vão alguns comentários:
– Já até escrevi nos comentários de outro blog sobre o lance do Hangar… O cara escreveu numa resenha que o lugar tem “péssima estrutura”… Pois bem, posso citar muitos pontos positivos: fácil acesso e proximidade com o metrô (e por isso mesmo os shows lá acabam cedo, para a galera poder pegar a condução de volta. Já vi muita gente dormir na calçada do Via Funchal, Credicard Hall etc), preços razoáveis no bar, proximidade do palco, equipe atenciosa, equipamentos bons no palco (parte do backline que usamos era da própria casa)… Só o calor é um ponto negativo. E aliás, depois do show a Anneke queria comprar uma camisa do Hangar, aí o Marco (dono da casa) deu duas de presente, e ela agradeceu muito, disse que queria voltar em breve etc.
– Sim, a mina é muito gente boa, arrogância zero… O resto da banda também. Pessoal muito simpático e interessado em fazer MÚSICA.
– A passagem de som demorada valeu a pena. Achei o som ótimo durante todo o set.
– Segundo meu sócio, a música que abriu o show é um cover do último disco do Devin Towsend! Hahaha
– Fake Twilight: pessoal super esforçado, vieram na raça, fizeram um bom show e no fim das contas, foi um aquecimento legal. A galera parece ter gostado, já que todas as demos que estavam na barraca de merchandise foram vendidas.
– No Rio o show também foi do caralho, num lugar ainda menor, com bolo de aniversário e tudo mais.
bonna, generval v.
11 de março de 2009 @ 23:10
agora só posso esperar pelo DVD.
Marco Txuca
12 de março de 2009 @ 02:44
Pois é, bonna.
De resto, Gustavo, achei q vc até pegou leve com o boçal do tal Solada. Q deu impressão de nem ter ido ao show. “Péssima estrutura” o cara falou, mas abusou: falou em “pouco público”.
Pouco público onde??
Na pior das hipóteses, o MESMO público do The Gathering, q no Via Funchal foi pouco. Apenas adequação de demanda a lugar.
Pior um zé mané ali no whiplash reclamando de pagar o mesmo pro Hangar q pro Funchal. AONDE, caralho, q se paga 50 conto pra show lá??
Esse Thiago do SOLADA, por acaso, ñ seria o mesmo dos links q miguxos andaram me mandando, metendo o pau na Roadie Crew (por ser ex RC), entregando uns podres lá?
Pq se sim, saiu brigado, mas tb contaminado com a idéia de q Metal no Brasil é Wacken Brasileiro, ação na Bolsa de Valores, bandas brasucas reconhecidas no Japão, Brasil Music Express, essas merdas.
“Péssima estrutura” demonstra o cara nem ter ido ao Sinister. Q deve ser nome de remédio anti-caspa pra ele.
Insisto: tivesse sido num via Fuchal, teria havido FIASCO de público (pq metal no Brasil Ñ É multidão)… mas o tal “crítico” certamente teria ficado mais feliz. Com o “fracasso” alheio.
Filho da puta.
Rodrigo Gomes
12 de março de 2009 @ 12:32
Pra fazer justiça, é outro Thiago. O Thiago que saiu da RC também escreve pro Solada, mas quem resenhou esse show foi um outro Thiago.
Gustavo
12 de março de 2009 @ 20:29
Tá rolando um debate lá no Solada. Convido a todos para darem seus pitacos.
Carol
13 de março de 2009 @ 13:07
Rapazes!! Brigas á parte… o que eu sei é a Anneke canta muito!!! Não curto muito o estilo, mas é ineguavel que a garganta dessa mina vai alto pra ca…….. !! A voz dela me impressionou na 1a vez c/ o The Gathering e agora de novo no show solo!! Ela põe muita fulana por aí no chinelo!! E o mais legal é que ela é gente fina pra cacete com com os fans, o que eu acho admirável em um artista!! Ela ganhou mais um ponto comigo!!
Carol
13 de março de 2009 @ 13:09
Desculpem-me pela digitação tosca!!
Erro: “Inegável” e “Com” (duas x)
Marco Txuca
13 de março de 2009 @ 21:37
Tá desculpada, virginiana.
Mas nem eu, nem ninguém, teria notado.