MOTÖRHEAD

A premisa é tb conclusão: tem q haver alguma coisa muito errada prum show do Motörhead ñ ser bão. Muito bão. Pra mim, melhor q o de 2007.

A coisa poderia ter desandado, p.ex., em relação ao atraso pro início, q vinha sendo anunciado pela Kiss fm desde a tarde de sábado: parece q houve contratempos na vinda do equipo da banda de Recife pra cá. O q gerou atraso de 1h15min e a impressão dum Lemmy cansado no início da saga.

Por outro lado, o fato de muitas das músicas – sobretudo as iniciais “Iron Fist”, “Stay Clean”, “Be My Baby”, “One Night Stand”, mas tb “Rock Out” e “Ace Of Spades” mais pro fim – terem sido, sim, executadas MAIS LENTAS (“Be My Baby” parecia “Orgasmatron” nesse sentido: ficou esquisita, perdeu o groove) creio se dever aos 63 anos da Lenda e a agenda abarrotada: véspera em Recife, 2 dias antes Fortaleza, Curitiba domingo antes e Buenos Aires na sexta anterior. Quem é q tem tanto pique assim??

Faço cá uma profecia: vejo uma tendência de músicas cadenciadas, como as do “March Ör Die”, de “Snake Bite Love”, do “Hammered” e do próprio “Motörizer” ficando mais presentes em futuros shows. Artifício válido pra se manter o pique. Por outro lado, torço, na minha arrogância de fã, pra q em futuras turnês, se espace ao menos 1 show a cada 2 dias. O Homem quer morrer em pleno palco, mas ñ gostaria q fosse na minha vez de revê-lo em 2011 ou 2012…

De “Metropolis” (já lenta normalmente, e executada tal qual) em diante, parece q o trio esquentou de vez (houve tb algum problema com o retorno do Mikkey Dee, antes de “One Night Stand”, no q Lemmy aproveitou pra pegar banner da galera – Motörhead is my fuel – e pôr no ampli) e aí foi ladeira abaixo.

A outra ressalva chata pentelha q faço é em relação à pouca mudança no set list – apenas 5 sons diferentes do show anterior: os 2 do “Motörizer” (“Rock Out”, “The Thousand Names Of God”), a surpreendente “You Better Run” (pra mim, o ponto alto), a “Bomber” q há muito ñ tocavam e “Another Perfect Day”, do álbum homônimo e ex-execrado, no lugar de “Dancing On Your Grave”. Por conta disso me soar a maior contradição de todas:

pois se em cada álbum o Motörhead é igual, mas diferente (e satisfatório), a mesma conduta em relação ao show fica algo aquém.

Tudo bem q é pentelhice deste q vos bloga – q nem sentiu falta de “Sacrifice”, de “No Class” ou de “Dr. Rock” (os sons q saem tb acabam tendo ‘destaque’!), e q acha q “Just Cos You Got the Power” poderia sair do set (pq no lugar dela daria pra tocarem duas) – mas tvz seja algo tb efeito colateral de tocar em banda cover dos caras: tanto dvd q tenho, tanta música q já tirei deles, q assistir ao show ficou realmente tendencioso.

Faltou música do “Inferno” (como “Killers”) e a torcida por “Teach You How to Sing the Blues” (a melhor de “Motörizer” pra mim) resultou vã. Quem esperava por “We Are Motörhead”, “Civil War”, “R.A.M.O.N.E.S.” ou por alguma do “Bastards” tb ficou frustrado. Ou nem tanto: vai saber se num próximo show alguma delas ñ volta?

the chase is better than the catch, afinal

Devaneios à parte, volto ao tom… foi um PUTA show, sim. Melhor q 2007.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=VXsV-gLZxLQ&feature=related[/youtube]

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O som estava mais definido, MAIS ALTO (há muito ñ saía meio surdo de show!), guitarra do Campbell no limite entre abrasivo e saturado. O clima tb era mais favorável: das 7 vezes q passaram por São Paulo, foi provavelmente o show com maior público (quase ñ se andava no Funchal), muita gente ali claramente presente pela 1ª vez.

Dava pra se ver moleque de 10 anos acompanhado de pai, assim como muito indie (minas de cabelo capacete + saia quadriculada e minos andróginos com óculos pernósticos de aro grosso, provavelmente saídos do Cine Unibanco ahah) por ali. Gente das antigas pra caramba, gente de bandas tb.

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O solo de bateria foi encaixado na “In the Name Of Tragedy” (um CLÁSSICO!), teve tb solo (q achei meio morno) do Phil Campbell, coisa inédita, sobretudo em se tratando do cara com menos destaque (e q tvz seja o mais operário, no bom sentido) do trio, teve “I Got Mine” saudosa mas jamais datada, solinho de baixo pré “You Better Run” (infelizmente ñ igual do dvd “Boneshaker”), “Going to Brazil” num pau disgramado, “Killed By Death” apoteótica com chuva de baquetas ao final (tal qual no dvd “Stagefright”), e tal.

E se é FATO da pouca mudança de set – 14 dos 19 sons foram iguais aos de 2007 – destaco 2 momentos diferentes no mesmo de sempre: 1) “Whorehouse Blues” no bis com improvisações: solo de gaita estendido e Mikkey Dee tocando chimbau com pandeiro no pé esquerdo junto do violão e 2) “Ace Of Spades” um pouco mais lenta. Por incrível q pareça, achei q ficou melhor, destacando melhor a guitarra e se conseguindo agitar melhor nela.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=VWOAxsFev5Q&feature=related[/youtube]

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Ñ q eu seja aquele banger q saiu com torcicolo do lugar – nisso, os miguxos Inácio e Maurício, além da Patroa, poderão comentar com propriedade eheh – mas ficou mais legal, sim.

“The Thousand Names Of God”, cadenciada, ficou foda ao vivo, e o único senão foi ver a galera meio apática em relação a ela. Bão, contradições à parte, o q sobra agora é a galera comentar e trocar idéia por aqui!

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PS – os vídeos eu roubei do You Tube por aí; a foto, sensacional, todo crédito é de Marco “Motörhead” Loiacono, de quem roubei do orkut