ROCK IN RIO

Então… nem fui. Ñ iria. Ñ irei.

Mas foi como se eu tivesse ido. “Virtual” ñ é o novo paradigma? Então.

Fiz assim: ressuscitei o videocassete (procurar por uma fita sábado à tarde pra eu comprar renderia um outro post eheh) pra gravar o Motörhead no Multishow. E por tabela, acabei acompanhando algumas coisas, das quais lanço opiniões pra discussões.

.

STONE SOUR, SNOW PATROL e RED HOT CHILI PEPPERS
Tudo bem, foram no sábado, ñ são metal, mas comento:

Stone Sour = Capital Inicial em inglês, com vocalista melhor. Sonzinho genérico, nada demais. Ah, o Porretnoy tava lá, certo? Até percebi, como percebi o downsizing baterístico (e sem patrocínio). Mas fosse qualquer outro baterista anônimo, daria no mesmo.

Uns deslumbrados no whiplash ficam louvando q o cara tirou os sons em poucos dias. Esse tipo de som o sujeito provavelmente tira cagando, e ouvindo só uma vez…

Snow Patrol: indie europeu, gente sensível, músicos tacanhos, escalação equivocada q poderia ter dado merda, algumas boas melodias. Gostei mais – por achar mais autêntico – q do Stone Sour. Mas ñ pegaria disco dos caras nem em saldão de 5 contos.

Chili Peppers: Flea é foda, mas Chad Smith é MUITO FODA. Fez o único solo baterístico relevante dos últimos 400 anos. Apostaram no seguro, q foram os hits. Uns lados b tb, como “Throw Away Your Television”, foram legais. “Higher Ground” me surpreendeu.

O guitarrista novo, a la Ramones quando entrou o CJ, é um clone do Frusciante. Ainda ñ embarangado com goró e droga, e piorzinho q o anterior. Quanto ao vocalista, q dessem algum Red Bull pro sujeito entrar no palco: estava com freio de mão puxado e fazendo show no automático. Imagino-o batendo cartão atrás do palco, no fim, e indo à tesouraria pegar o cachê.

.

GLÓRIA
A prova cabal de q houve gente comprando lugar no festival. Monte de playboy nojento (redundância), velhos demais pra serem emo, e q até anteontem provavelmente tocavam new metal. Ridículo demais, uma merda total. DARÃO EM NADA após o showzinho comprado. Q o Multishow cortou sem dó (a pedidos na net?) pra passarem o Sepultura.

Era o namoradinho do André Chatos – o tal Casagrande – na bateria? Revelação baterística, é? Pra tocar aquilo?!?!? Com esse nome, vão fazer muito bem em virar gospel e irem encher o saco de quem, por excelência, mais enche o saco no mundo: dos evangélicos!

Saudade do Charlie Brown Jr.

.

COHEED AND CAMBRIA
Nunca tinha ouvido falar. Com o guilherme depondo por aqui, já é a SEGUNDA pessoa q eu vejo q conhece. (A outra é uma amiga capixaba, q esteve por lá TB pra vê-los). Ñ achei ruim (bons riffs), nem bão (músicas muito longas demais). Batera firmão, lembrou no visual o do Machine Head (mas só no visú). O vocal (um dos, tvz ñ tenha sido o samambaia) me lembrou o cara do White Stripes, irritante.

É stoner isso? Mastodon (q nunca ouvi) tem a ver? Ñ achei q tivesse a ver com o Rock In Rio, ainda mais palco principal, mas provavelmente vieram pq empresário deve ser o mesmo de alguma das outras bandas. Compro um disco se achar por 5 ou 10 conto, em promoção.

Trechinho da “The Trooper” acordou a galera. Curti, mesmo sendo pra mim das piores músicas do Maiden. Consolo de ao menos ñ serem banda da moda ou armada.

.

MOTÖRHEAD
Infelizmente, a banda mais louvada em vão – como dizia domingo um amigo no Facebook, “hoje é dia de quem não conhece Motörhead falar que é fã da banda e postar no Facebook” – e a mais genérica, gratuita e equivocadamente elogiada. Fizeram praticamente o mesmo set do show em abril, limados 4 sons (“Rock Out”, “The Thousand Names Of God”, “I Got Mine” e – ufa! – “Just ‘Cos You Got the Power”), em lamentável e exígüa 1 hora e 5 minutos de show.

O Deus Lemmy percebe-se estar com a pilha fraca, sim. Infelizmente. Músicas em andamento letárgico-mastodôntico (a “Iron Fist” inicial virou um boogie-woogie), fora o solo de bateria, pro Homem poder agüentar. Teve treta com o ampli de baixo, sim, na “I Know How to Die” (tornada prog – ñ q alguém tenha percebido. Aposto q meia dúzia ali conhecia o som! – com Phil Campbell segurando a onda como nunca), mas temo em pensar q Ele está bem prestes a perder o posto de LENDA VIVA…

imago-lemmy_587550382_n

Percebi algo errado na “One Night Stand” anterior ao som tornado gigante: Lemmy rateou/vacilou no refrão final. Era indício dos problemas técnicos, confirmados por Mikkey Dee na entrevista seguinte (pras minas lá da tv) e meio q abafados pelo Campbell, q sugeria ao câmera ñ filmar Lemmy dando esporro num cara ali da técnica, findo o show.

Mesmo assim, me gelaram a espinha a “In the Name Of Tragedy” tocada em andamento tal qual do disco (temi q Lemmy tivesse um treco ali. Ñ teve, segurou), a própria “One Night Stand” e a “Overkill” derradeira. Com Andreas Beijador participando – com guitarra emprestada – e aparentemente dando umas notas erradas (eu, q toco bateria, meio percebi. Provavelmente rolou). Mas a galera só conhecia e pedia “Ace Of Spades”. Uh, déja-vu.

A prova do q o amigo no Facebook postou encontra-se a granel por lá. Monte de gente falando q foi do caralho (ñ achei), e todos os clichês de quem conheceu Motörhead BAIXANDO a meia dúzia de sons mais óbvios. Assim como a resenha mais pau mole q já vi alguém do whiplash parir. Revoltante, abjeta, em: http://whiplash.net/materias/news_847/138882-motorhead.html

.

SLIPKNOT
O show disparadamente mais visualmente impressionante. Mais pirotécnico. Mais Broadway from Hell, mais show de golfinhos zumbis em Miami. Ñ conheço a fundo os sons, nem acho q curto a banda (passei da idade. Se os tivesse conhecido com 15 anos, usaria máscara na rua e cueca com código de barra), mas curti.

Tocar com máscara é um puta álibi pra se fazer as maiores atrocidades. Tipo o didjêi dando moshs suicidas toda hora. O peso é evidente, de banda a ser separada do modismo imbecil new metal. A bateria girando, impressionante, do baterista igualmente impressionante, deve ter rendido uns 10 dólares de copyright pro Tommy Lee.

Uma pena o despreparo dos apresentadores (o guitarrista posteriormente entrevistado foi bem grosseiro com as apresentadoras, q prontamente tentaram abafar) e a BOSTA de som na tv, q tornou as coisas um pouco mais cacofônicas do q se deveria. Ah, e a lição pra molecada: aquele monte de barril (descontado um de chope legítimo) é cenográfico, com tambores de bateria de verdade dentro. Ainda q servindo mais pros percussionistas ociosos ficarem brincando de elevador, q realmente tocando.

.

METALLICA
“Ride the Lightning” (puta merda, tocada inteira!!) e “Orion” (idem!) valeram o show. Estivesse lá, apelo ao clichê de crônica futebolística: teria saído fora e pagado ingresso pra entrar de novo!

Os caras estão nitidamente mais profissas na execução: a guitarra do Kirk, surpreendentemente bem timbrada (bem melhor q nos dvd’s Big 4 e mexicano recentes). Minha impressão é a de q o Trujillo deu sangue novo à banda, proporcionando a eles um olhar de fora, de fã. Isso explica as músicas muitíssimo bem executadas, insisto, bem mais do q do jeito “pau mole” (banda cover ruim de si própria) q predominou tempos atrás.

Fala-se mal do Lars, q ñ está agüentando, coisa e tal. Pra mim, outro clichê idiota. Minha sugestão é ouvir os sons sem olhar pra imagem; parece haver um pouco de POSE do cara nisso. Homenagem ao Cliff – Hetfield falando dele ao fim da “Orion” – soou demagógica na hora, mas ñ: está fazendo HOJE 25 anos da morte dele. Por outro lado, rolou demagogia barata no lidar com o público (esse papo de “família Metallica acho bem cretino) e em louvar o Deus Lemmy (aposto q ninguém ali viu o show do trio). A tal jam, q muitos idiotas internéticos cravavam como certa, ñ rolou; ñ q os babacas irão lembrar, pra “cobrar”…

lars-ulrich-477

E o repertório supreendentemente contemplou pouco o black album. Achei bão tb por isso. Metade do “Ride the Lighning” tocado, uau.  “Welcome Home (Sanitarium)” me foi tb inesperada. Só q os caras lançaram muito dvd recente, por isso me ficou uma certa redundância de sons – “One” é legal, mas já ñ agüento ouvir/ver mais, por exemplo.

Platéia entregue, jogo ganho desde o início, o Metallica honrou os próprios bagos e fez valer o dinheiro dos headbangers.

*****

Por fim, apenas algumas menções HORRENDAS:

1) o tal MITO de q os Chili Peppers homenagearam filho morto de global. Vão se foder!

Provavelmente contaram a história pros caras – e daí q o moleque era muito fã e tinha banda cover dos caras?? – e impuseram (ou sei lá se ñ pagaram?) pra banda botar a camiseta feia com a cara do moleque, ali pro fim do show. Ñ vi nem ouvi qualquer menção da banda ao rapaz. O tipo de factóide q parte da imprensa noticia e ACREDITA. Daqui 20 anos, vão lembrar desse show por essa HOMENAGEM IMAGINÁRIA. Q a mãe vá fazer um pouco de terapia. Ajuda.

2) KORZUS

Os caras têm 30 anos de banda. Se acham pioneiros, e o fato de sobreviverem esse tempo todo parece lhes dar a CERTEZA disso. Mas, naquele q seria o ponto alto de suas carreiras, fazem show mezzo cover punk em palco secundário do festival (ñ acho q teriam q estar no principal. O Sepultura – apesar dos pesares, e do Derrick), com uns convidados meia boca dos quais nem vi sombra na transmissão.

No entanto, o memorável momento, a redefinir para sempre o conceito de VERGONHA ALHEIA, foi Marcelo “Grecin 2000” Pompeu (tá pintando o cabelo na cara dura!!) entoar o “Hino Nacional” nalgum momento. Por conta daquele raciocínio obtuso de louvar cena brasileira e misturar com patriotismo zagállico.

A tintura no cabelo deve ter entrado pelo couro cabeludo e aplacado os poucos neurônios q (inexplicavelmete) sobreviveram nele com o passar dos anos. Daqui 10 anos, tocarão no próximo Rock In Rio e ele certamente rezará o “Pai Nosso”.

Com todo mundo de mão dada no meio da roda.