NERVOSA DO BRASIL!

por märZ

Nervosa está de volta. Ou deveria dizer, Prika Amaral está de volta. Com mais uma encarnação da banda outrora brasileira, hoje multinacional (Brasil, Grécia, Grécia – às vezes Itália – e Bulgária).

Depois de meses de mistério, a surpresa: a própria Prika assumirá os vocais, juntamente com a guitarra base (suponho). Tendo aparentemente encontrado seu andreaskisser, tentará a sorte como maxcavalera. Som novo já com vídeo clip rolando, canção título do álbum vindouro (“Endless Ambition” – mensagem subliminar?), que ouvi 4 vezes.

E o que achei? O som é bom, tem mais guitarras, baixo bem aparente no mix (creio que gravado pela guitarrista Helena Kotina – a novata Hel Pyre vai revezar os shows da tour com a italiana Mia Wallace), baterista Michaela Naydenova competente, ainda que aparentemente um tanto deslocada, e os vocais…

Bom, e novamente é aí que a porca torce o rabo. Todo mundo que já jogou futebol na rua já passou por isso: o dono da bola tinha que jogar, por pior que fosse. E quando concordava em ir pro gol, continuava ruim mas… era o dono da bola, tinha que jogar em alguma posição. Pois bem, se antes Prika era o ponto fraco, sendo a única guitarrista da banda e deixando isso óbvio nas performances ao vivo, agora mantém seu status de elo fraco, porém nos vocais.

Declarou que fez aulas de canto nos últimos meses e descobriu que consegue dominar a técnica do gutural (ou no caso, um semi-gutural). Mas já, tão rápido assim? Pois bem, a canção divulgada tem 1 tonelada de efeitos na voz, camadas e mais camadas de distorção adicionadas em estúdio. E ao vivo, como vai ser? É tipo perfil do Tinder: vai levar o filtro e a máquina do tempo no primeiro encontro?

Uma música somente, muito cedo pra tirar conclusões, melhor esperar pra ver. Eu torço pra continuar dando certo, mas confesso um certo desânimo. Ainda mais quando se vê a coesão e liga que está dando a Crypta. Mas uma coisa eu digo: é de tirar o chapéu a garra dessa mulher Prika Amaral, sua vontade e capacidade de se reinventar a cada álbum. E impossível não imaginar o quão difícil deve ser trabalhar com ela a médio e longo prazo.