Resenhas sobre o show, dizendo o quão memorável, fodido ou irrepreensível foi, todos já devem ter lido. E foi tudo isso mesmo, ñ direi nada em contrário. Apenas pensei em descrever alguns detalhes q tornaram esse show memorável, fodido e irrepreensível, já q nada vem do nada ou cai de pára-quedas. Ou se move a combustão espontânea.
Deathaless sobre esse show e sobre o Accept redivivo:
1. a menos q nos estejam enganando direitinho, ñ é uma volta mercenária e fedendo a naftalina. Percebe-se os caras SE DIVERTINDO pra cacete no palco, tocando pq gostam (já devem ter feito a vida – $$ – civilmente). E com 2 álbuns novos recentes, “Blood Of the Nations” (obrigatório) e “Stalingrad” (nota 7), cujos sons perfizeram 40% do set.
8 (OITO) sons dos álbuns recentes fizeram parte do repertório. De 20 executados. Além disso, foram muitíssimo bem recebidos. Ñ teve platéia torcendo nariz pra sons novos. Q tb ñ são material reciclado ou repetido em análise combinatória (certo, Iron Maiden?) de sons antigos. Tudo isso importa.
2. Mark Tornillo parece Udo nalguns momentos e em vários momentos dos sons velhos. Mas ñ é um chupim. E se ñ tem o carisma q o anão tinha, isso foi suplantado pelo John McLane com flying v, Wolf Hoffmann, e pelo Steve Harris de palhetas, o surpreendente Peter Baltes. Aliás, os donos da bagaça.
Com direito a solos e duelos solísticos entre eles nalguns sons (em “Princess Of the Dawn”, sobretudo), sem q empapuçasse. Ñ foram solos pra ganhar tempo – aliás, q tempo: DUAS HORAS E 15 DE SHOW. E tempo q ñ se arrastou, muito pelo contrário. Duas horas e 15 foi pouco, passou voando. Sons initerruptos, mal se ouviu Tornillo conversar conosco. Ñ precisou. Quantas bandas, antigas ou novas, conseguem esse feito de distorção temporal?
Parei para considerar, a posteriori, se algum resguardo do Tornillo (já tiozinho tb) ñ teria rolado devido a tocarem 3 dias seguidos pelo país. Porto Alegre, São Paulo e Curitiba no dia seguinte, e estavam ali no sábado sem qualquer cansaço, então tvz o vocalista sentisse um pouco. Tanto quanto o Herman Frank – o “Malcolm Young do Accept“, certo, märZiano? – único q acusa a idade: ñ agita tanto (passou vários sons mexendo no ampli) e tampouco parece aborrecido pelo Bruce Willis Hoffmann (destaque absoluto) sobressair, solar, duelar ou descer à plataforma à frente do palco pra agitar com a platéia.
O baterista é o velhão Stefan Schwartzmann, q ñ parece velhão. A ñ ser q ñ tenha sido ele ali no sábado (só vi a fuça do sujeito no último som), o q o amigo märZiano ponderou e discordei sem convicção. Todo modo, ele ou ñ, toca com uma precisão q só Mikkey Dee encontra rival. Ñ dá uma virada fora e ñ faz nada em vão nos sons.
3. embora “Balls to the Wall” tenha sido a única ligeiramente diferente na execução – pq tocada um caralhésimo de segundo mais lenta (e isso é implicância deste chato q vos bloga q TEVE Q ACHAR 1 defeito. Esse) – nem ela, tampouco as antigas outras foram executadas em afinação baixa. Posso estar errado, mas foi tudo tocado nas tonalidades originais e respeitando as estruturas das versões em estúdio. Foda.
E relevante, pq ñ causou o q shows de Judas Priest e Metallica recente causam: aquela estranheza de parecer q o baterista está atravessando, ou de q está mais lenta, ou de q o vocalista está fora de tom.
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Mesmo sons novos ñ tão empolgantes (a mim), como “Bucket Full Of Hate” e “No Shelter”, e as 4 (das quais vi duas) do “Stalingrad”, cresceram ao vivo. Sobretudo “Shadow Soldiers”. Torçam, quem perdeu o show, pra sair dvd! Por outro lado, comparo “Teutonic Terror” com “In the Name Of Tragedy” (Motörhead) enquanto CLÁSSICOS incontestáveis em meio aos sons novos das bandas. Nem a pau o Accept vai poder deixar de tocá-lo nas próximas e vindouras turnês. Q dá a impressão de q rolarão.
O som estava ALTO PRA CARALHO e MUITO BOM. Definido: ouvia-se tudo, só o vocal um pouco menos no início, mas foram acertand0. Donde estive, foi impressionante sentir a platéia clamando pela banda, aplaudindo ou entoando as letras e refrões junto e isso GERAR ECO. Reverberações. A platéia estava num volume imenso tb. E havia, fora uma doida q passou pela gente tentando atropelar pra conseguir lugar, um clima de embasbacamento e de entrega q há muito ñ sentia em show. Amigo do märZiano, Maurício, foi abraçado por alguém ao lado, e ñ pq tenha sido bolinado (ahah). Sujeito próximo a mim precisou falar q estava muito foda. E concordei, sem pestanejar. E isso se deu pq havia um clima de comunhão, de irmandade.
Chupa, Manowar!
Gente das antigas, gente mais nova, gente q levou filho ou filha, gente q levou namorada ou esposa (muita mulher no show, jamais imaginei), gente q ficou atortoada (no ótimo sentido) e q voltaria ao Carioca ainda pelos próximos 2, 3 ou 4 dias seguidos, se houvesse temporada, a la Elymar Santos. Quando voltarem, o Carioca (q foi pequeno pro evento e ajeitado de última hora…) ñ dará conta. Terá q ser num Via Funchal.
Pontos altos: “Shadows Soldiers”, “Neon Nights”, “Metal Heart” (côro q assustou os caras!), “Fast As A Shark” (mesmo q a tocassem com cavaquinhos, ficaria do caralho), “Teutonic Terror” e “Balls to the Wall”.
Mais do q suar, o Carcass amanhã terá q CAGAR SANGUE, pra superar os terroristas teutônicos. Será q providenciarem uma autópsia em pleno palco ajuda?
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POR FIM…
Outro detalhe q tornou tudo muito legal ali no sábado foi eu ter conhecido pessoalmente (e finalmente) o camarada märZ, de muitos anos de intrigas e fofocas on line, sujeito fora de série, de histórias incríveis e companhia ilustre. Veio junto com o Maurício Rocha, e com eles fui à tarde à Galeria pra ali deixarmos as calças de tantos discos e camisetas comprados. Até mesmo um Neil Young hemiplégico. Só peço desculpas de novo, caras, pelo atraso q nos fez chegar com o show já iniciado (entramos já no 4º som!), q em parte ñ foi culpa minha e em parte foi.
Falem aí agora vocês!!
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Set-list: 1. “Hung, Drawn And Quartered” 2. “Hellfire” 3. “Restless & Wild” 4. “Losers And Winners” 5. “Stalingrad” 6. “Breaker” 7. “Bucket Full Of Hate” 8. “Monsterman” 9. “Shadow Soldiers” 10. “Neon Nights” 11. “Bulletproof” 12. “Aiming High” 13. “Princess Of the Dawn” 14. “Up to the Limit” 15. “No Shelter” 16. “Pandemic” 17. “Fast As A Shark” 18. “Metal Heart” 19. “Teutonic Terror” 20. “Balls to the Wall”