THE HAUNTED

Novembro foi um mês assaz singular: ñ lembro nunca em minha vida ter assistido tanto show gringo (foram 3) em tão pouco tempo.

Ao mesmo tempo, em falando deste do The Haunted, nem posso falar em decepção. Pq fui avisado, quando comprei ingresso + “Versus” na Paranoid, de q ñ se trataria ao vivo daquela banda q lançou os petardos iniciais auto-intitulado e “Made Me Do It”. Tb ñ sou nenhum viúvo do At the Gates, pra mim banda cult dentre trocentas outras no metal, e daquelas q parecem ter ganho algum vulto apenas por terem acabado. Sei lá, truzices obtusas de minha parte.

Tb em relação a esses suecos, nunca caí no conto de serem “novo Slayer (coisa q a mídia metálica, por falta de compostura e de conhecimento, jogava no início deles), nem coisa do tipo. Tenho os 2 primeiros em fita, ouvi por alto já “rEVOLVEr” (de q gostei apenas de “99”) e esse “Versus” novo gostei, mesmo ñ tendo tantas músicas rápidas quanto os iniciais.

Mas foi o MENOS BOM dos 3 shows. Falava com Wagner, Silvio e Marcão – q acharam uma porcaria – na saída ter achado um show cinco e meio. Já vi coisas piores – cito 3: Hammerbroxa, Primal Fear e Moonspell – e pruma noite ociosa de domingo, e ao preço q foi (60 conto o combo, uma pechincha!), ñ reclamo.

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E um show cuja nota passa “raspando” ñ pôde ter deixado de me chamar mais atenção em aspectos periféricos, a seguir:

1) havia muito POUCA gente. Ñ parece q tinha 300 pessoas ali no Hangar 110, q é lugar pequeno e q engana quando se trata de público maior, mas ali ñ teve como disfarçar. Dava pra andar pela pista numa boa, chegar à beira do palco, e parece q teve hora em q Peter Dolving, tentando se enturmar conosco, pareceu mandar um “how do you doing” apontando pra mim (deve ter sido pro cara q estava atrás)…

E as razões pra tal, nem acho q foi por pouca divulgação (eu mesmo já havia comprado o ingresso há 2 meses), mas por excesso de atrações recentes – como postado em “Bom Senso”, da semana anterior.

2) me espantei, sim, em como os caras já são tiozinhos. Num 1º momento, ficando nítido o vocal e o baterista Moeller Jansen (tiozão como o batera contratado do Hammerbosta, e grisalho tanto quanto), pra daí sacar o guitarrista base (e apenas guitarrista base: ñ faz 1 mísero solo) Jensen jogando no mesmo time. Ñ me parece q fosse pra tanto, já q “The Haunted” tem só 10 anos…

3) juntando 1 e 2, pareceu inicialmente q os caras estavam meio baqueados com o número exíguo de testemunhas. Mas ao longo da parada, fomos sacando q vocal e baterista estavam PASSANDO MAL com o calor, o q manifestaram ao microfone (Dolving falava da neve intensa na Suécia nesses dias) claramente. Tanto q foram miguelando bis: tocaram duas ou 3 músicas apenas. Em apresentação q contou com 1h15min.

Dolving prometeu voltar ano q vem, e parece outra carta marcada pro mesopotâmico Wacken brasileiro.

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O q achei muito bom foi o vocal, meio desengonçado em querer parecer psicopata (umas caras e bocas mais bobas q assustadoras. Mas beleza), mas tremendamente competente: sabe a berraria q o cara manda nos sons no álbuns? Mandou BEM em todos eles. Contando com eficaz auxílio de delays e efeitos, claro, mas efeitos q o ajudaram, no q se mostrou BASTANTE diferente da Angela RoRow (Arch Enemy), q se ESCONDE atrás de efeito. E ñ consegue falar entre as músicas.

Puta lição pra muito vocalista de thrash brasuca (nome aos bois? Pompeu), q se estivessem ali, teriam tido boas noções de mesclar algum preparo com algum efeito; o vocal do Claustrofobia ali presente deve ter aproveitado. No mais, o cara – mais simpático q carismático – se acabou (porém, ñ na voz) e mal ficava de pé no fim.

Do baterista Moeller Jansen, pude confirmar impressão: o cara é técnico, sabe tocar. Só ñ é criativo. Levadas retas demais, senso zero de groove (mesmo nas partes pula-pula), viradas às vezes bem previsíveis, no q me ficou dúvida ñ solucionada: faz assim por as músicas serem retas, ou algum outro baterista tvz acrescentasse algum MOLHO (necessário) ao som??

Dos gêmeos Björler, ficou a graça de mal se saber quem era um, quem era outro, a ñ ser pelos instrumentos empunhados. Agitam pouco, assim como Jensen, no q provavelmente ficou impressão de suecos travados e ñ tão merecedores do agito q os poucos ABNEGADOS ali proporcionavam: moshes initerruptos, gente subindo ao palco pra cantar junto, gente bradando na platéia com as veias no pescoço praticamente saltando, e tal.

Menos mal q ao final Jensen e Moeller Jensen desceram pra autografar e tirar fotos, visivelmente cansados, mas numa boa.

Bem, em ñ acompanhando-os tão detidamente, posso afirmar q melhores momentos foram os das músicas “velhas”: das quais reconheci “Bury Your Dead” e “Hate Song” (última) e creio ter reconhecido “Dark Intentions”. “99” tb reconheci, e curti.

Sons de “Versus” reconheci alguns, todos bem legais ao vivo: “Little Cage” (q abriu), “Trenches” e “Moronic Colossus” (mais ao fim), mais rápidos, assim como “Rivers Run” (mais na manha, e q me lembra o Kreator safra “Outcast”) e “Faultline”, necessárias pro Dolving respirar.

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Em suma: um show médio pra bom, duma banda média pra boa (geradora de possíveis discussões acerca do quão realmente válido seriam algumas bandas assim virem ao Brasil). Nada demais, mas tb nada assim memorável, e q daqui uns tempos eu tvz mal lembre muita coisa, a ñ ser revisitando este post.