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“Sick Society”, Chastain, 2005, Leviathan Records

formação: Kate French (lead and backing vocals, electric rhythm guitars, bass, keyboards), David T. Chastain (electric lead and rhythm guitars, 6 and 12 string acoustic guitars, bass, keyboards, backing vocals, roland CR-1 guitar synth), Dennis Lesh (drums, keyboards)

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Esse tal David T. Chastain, fosse outra coisa q ñ um shredder de 3ª divisão, causaria maior (alguma?) comoção em face dos projetos múltiplos a q se dedica: a carreira solo punheteira (David T. Chastain propriamente), plenamente ativa, o Southern Gentlemen (banda de hard blues q curto bastante, ainda q tendo só os 2 primeiros) e o Chastain, q nos 80’s virou lenda, coisa e tal, tb por conta da tal Leather Leone vocalista.
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Tempos de rei em Terra de Cegos, já q bandas com muié cantando praticamente inexistiam; pelo menos ñ no sentido do PESO.
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E aí, quando eu supunha q o tal projeto Chastain tinha virado bolor, eis encontrar este “Sick Society” por 1,90. E toda uma crença q tenho, de jamais julgar música como algo “datado”, ou coisa do tipo, vai pro saco por aqui: começa-se com a capa amadora, de computação ridícula (q faz a do “Dance Of Death” do Iron Maiden parecer afresco renascentista), visando claramente vender a banda como a banda da loira “gostosa” – Kate French – na capa… Só q, epa, mal dá pra ver a guria!…
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E sobre ser ou ñ gostosa, digo ser muito relativo e, em tempos de internet, coisa pra se procurar foto e, supostamente, ficar babando: ficar comprando disco de guitarrista pra ver mulher no encarte?…
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No sentido musical, por sua vez, a maior culpa é DELA MESMA deste troço ser tão chato e maçante: a muié só sabe cantar com drive – imaginem Courtney Love nos refrões, somada a Joan Jett – o TEMPO INTEIRO!
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Até backings e dobras q faz na própria voz têm drive, catso! Como sendo a típica candidata “roqueira” pro “American Idol”. Parece ter esquecido de cantar pelo nariz apenas nas quase baladas “Every Emotion” e “Angel Falls” derradeira: muito pouco, muito pouco mesmo, pra 12 sons.
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Os outros 30% de culpa do disco ser chato é do T. Chastain, guitarrista, q parece ter feito o disco só por fazer, quem sabe a pedido de alguém, ou tvz pra ver se a banda ainda engrenaria nalguma onda revival… Ñ há variação de distorção guitarrística – é o mesmo timbre o disco inteiro, sem partes de guitarras limpas, ou mesmo de guitarras diferentes – e o trampo de cozinha (baixo, bateria) é simplesmente INDOLENTE: reto em demasia, só pra constar, e isso se dá quando lemos no encarte de o disco ter sido gravado em cidades diferentes, certamente sem os integrantes tocando juntos.
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Bateria gravada, e mixagem ocorrida, em Cincinnati; guitarras de 12 cordas e edição digital feitas em Atlanta; vocais gravados em Sacramento. A cozinha é certinha, sem falhas, mas, p.ex., conta-se nos dedos duma mão do Lula as viradas baterísticas (Dennis Lesh é tb baterista no S.G., onde faz trampo básico, mas ñ TÃO básico. E melhor timbrado), o baixo fica escondido, e o q há de teclado creditado tb fica nas entrelinhas, fazendo “caminha”. O típico disco q uma melhor produção, ou uma PRODUÇÃO DE FORA, q ñ a de T. Chastain e French, daria jeito.
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Sobretudo em sons com potencial, como “The Price Of War” (fosse dum Dave Mustaine, a lotaria de solos entre as estrofes, e ficaria do cacete), “Every Emotion”, “Sugarcaine” e a q acho mais legal, “I Know the Darkness” inicial, cuja cadência e jeito sombrio sei lá pq me remetem ao Annihilator de “The Box” (do foderoso “King Of the Kill”) e um tanto a “Zero the Hero” (do fodástico porém polêmico “Born Again”).
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Há partes de solos interessantes, e q ñ parecem apenas coisa pra guitarrista: digo q o T. Chastain sabe usar bem um wah-wah sem torrar o saco – deveria dar umas aulas pro Kirk Hammett. Exemplos: em “Violence In Blame” e em “To the Edge”.
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Desconheço o Chastain oitentista, mas suponho q fosse algo mais hard e quiçá mais versátil e INTERESSANTE: o digo por conta dos sons por aqui serem TODOS mais cadenciados (apenas “Destructive Ground” variando, mas bem pouquinho), meio bluesy, até com jeito Black Sabbath (palhetadas gordas arrastadas), q em alguns momentos funciona – vide o q opinei acima sobre produção melhor: alguém q aparasse arestas – mas ñ todo o tempo.
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Outro defeito é o TOTAL ESQUEMATISMO do álbum, das músicas. Parecendo Seleção Alemã na Copa, q o zagueiro ñ dá chutão pro atacante: toca 1º pro meio-campista, q daí lança pro atacante. Nenhum som foge do esquema intro + duas estrofes e refrão + solo + volta pra estrofe e refrão. Supostamente coisa de quem gravou longe um do outro: ñ há improvisação, e quando existem variações, são muito poucas e apenas na guitarra. Um baterista q estivesse no mesmo estúdio q o dono certamente firularia um pouquinho mais pra temperar melhor o menu.
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Letras são todas muito parecidas, falando em solidão e existencialismo banais, apenas “The Vampire”, “The Price Of War” e “Sugarcaine” destoando: a última, falando em alguma moça viciada e indo pra cucuia; a 2ª, supostamente citando a covardia de envio de soldados às guerras longínquas, e a 1ª, obviamente tratando de vampirismo. Mas nada q fará o pessoal Wicca idolatrar o chefe ou a moça da banda.
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Pra resumir bem resumido: “Sick Society” é o caso de álbum q deverá agradar somente a quem for MUITO FÃ, fã doente à beira da insânia, de Chastain, David T. Chastain ou Kate French.
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CATA PIOLHO CLXXXIII – ia ouvindo Death Angel esses dias, matando saudade do controverso “Act III”, e me dando conta do quão irritante o vocal era (e ainda é) influenciado por Joey Belladonna. Minhas lembranças tb são constantes no q tange a chupins de Metallica, q eles sempre perpetraram volta e meia. E o q ñ é um chupim tremendo, mas enrustido, da intro acústica de “Battery” em “A Room With A View”??
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