HELL’S KITCHEN

Já disse isso por aqui (acho): ñ sou um saudosista, por filosofia e por empirismo. Ñ fico lembrando de como eram bons os tempos de escola, de faculdade, de bandas q se encerraram. Foram bons, mas acabaram. Ok.

Se os posts q tenho feito sobre o No Class parecem isso, posso reformular. A idéia neles é contar histórias – encrencas e feitos – e ñ ficar lamentando, ou glorificando em excesso, o q passou.

Nesse sentido, ñ fico saudoso da minha primeira bateria tosca, na qual fiz o primeiro ensaio da minha primeira banda “séria” (Requiem), em 31 de março de 1990, ensaio esse q gravamos em fita cassete, q ainda tenho (e por isso lembro a data, e ñ sei se ainda toca) e já fiz post a respeito.

Até pq minha bateria tinha menos peças q essa ahahah

Achei isto aqui sensacional. Sujeito é da Indonésia, tem outros vídeos (mas só vi este) e tendo a endossar a opinião coletiva por ali de q o Sr. Mike Porretnoy, caso veja esta versão, teria a obrigação moral de mandar uma bateria de verdade pro sujeito.

Ou então o Dave Grohl. Ñ é ele o “cara legal” do rock?

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Pensei em abordar o vídeo por uma outra via. A ñ ser q o sujeito seja um emérito chupim de Porretnoy (ñ parece ser), tenho q esse é um músico de verdade. Um baterista de verdade. Ainda q o instrumento ñ seja adequado.

Ñ entro no papo chato de “geração Nutella” e “molecada mimimi” q uns tiozões chatos andam regurgitando pelas redes (anti)sociais. Ñ no sentido besta de “ah, tá vendo, monte de moleque com instrumento bom e esse coitado aí sem chance de acontecer”.

Existem os moleques idiotas com instrumentos bons e q ñ conseguem tirar nada deles. Assim como os guitarristas de cabo de vassoura com arame de varal tocando Paganini. Mas esses primeiros sempre existiram; os q estão velhos, viraram os tiozões q xingam a “geração Nutella” e a “molecada mimimi”.

Ou nem todos; vai ver tb nunca tocaram nada na vida, a ñ ser toca-discos e cd player. E q se fodam.

https://www.ultimate-guitar.com/news/general_music_news/steve_vai_recalls_how_very_critical_frank_zappa_told_him_his_guitar_tone_kind_of_sucked_at_first_i_didnt_know_what_he_meant.html

O link acima é sobre esporro e lição q o jovem Steve Vai – “and he’s a crazy guy” – ganhou de Frank Zappa, quando com ele pra quem tocava; por um lado um esporro por descuido com o equipamento, enquanto q por outro uma sacada q é lição de vida: ñ importa tanto o instrumento. Ele é um MEIO, a música está na pessoa.

Q o diga Jimi Hendrix em Woodstock. Acho q todo mundo aqui já analisou pelo seguinte prisma: o q o sujeito tinha de equipamento e recursos em 1969? Fora a gravação e mixagem absurdas (se tivesse um Nobel de Física póstumo, q dessem pra Eddie Kramer), q monte de show atual, com mesas de trilhões de canais ñ consegue captar.

Jimi Hendrix ERA a música. A Stratocaster só conduzia a coisa pra fora. Exorcizava a criança vodu. Do mesmo modo vejo esse Deden Noy, indonésio da bateria enlatada.

Chupa, Lars.