EKTOMORF + LACERATED AND CARBONIZED

08.02.19 – Sesc Pompéia, São Paulo

A real é q fui ao show pq tava barato. 30 kitgays é menos q cd’s da Rollins Band q andei comprando. Tb fui pq o amigo Leo me falou – e ñ foi! – ou eu ñ ficaria sabendo.

Conhecer o Ektomorf, só de ouvir falar. O único álbum deles q tenho é o “Destroy”, q comprei no outro domingo, no Overload Beer Fest, e do qual tocaram 1 som só. E q deu pra ver a semelhança absurda do vocalista com o Max. Cavalera. De assustar.

E o resumo bem poderia ser o seguinte: trata-se de um Soulfly q toca Soulfly ao vivo, sem encher o saco com Sepultura mal tocado no repertório.

Falo do Lacerated And Carbonized primeiro. Tb ñ os conhecia. Mal e mal, de ouvir falar, pelo amigo Jairo (aê!). E me surpreendeu o tanto de gente ali pra vê-los; o evento estava mais pra bandas dividindo palco q pra banda de abertura + banda principal.

Um tanto por perceber muita gente vinda do Rio – certamente no mesmo busão dos caras – ali presente. O Sesc estava bem cheio (ñ lotado) na noite quente de sexta. O ambiente era propício, tinha cerveja, chope e horário decente; daqueles bem-vindos, de se poder pegar o metrô a tempo de voltar.

Novos hábitos, novas bandas, boas novas.

E os sujeitos tinham um merchan melhor q o dos húngaros, de q só vi camiseta. Cariocash trouxeram cds, camisetas e macacões pra bebês com logotipo. Postura séria e profissional, distante das bandas q lambem e se lambuzam no tal do “underground“, na fuleiragem, na tosqueira. Ponto pra eles mesmo.

Ñ conhecia os sons, a proposta, e por isso pude curtir com isenção. Ñ me agradou a ponto de eu comprar cd, mas entendi uma pegada death metal variada, sem descambar pro blast beat o tempo todo, conjugando pegadas death de outros modos. Sons com dinâmica, alguns em português, sem maiores destaques instrumentais. A ñ ser o baterista, q achei meio inseguro e abusando dos triggers.

(o cara é novo, Robson?)

As bases guitarrísticas (um guitarrista só), somadas ao baixo, ñ deram impressão de falar outro guitarrista. Tvz faltasse um pouco de solos, mas sei lá. O vocal é bom e contrastava o gutural com a fala malemolente entre os sons; falta um pouco mais de experiência e de algo a dizer entre os sons. Mas aí, até o Krisiun

Tvz o material visual apele um pouco àquele metal favela q o Sepultura ostentou entre as fase “Arise”, “Third World Posse” e “Chaos A.D.”, mas pode ser chatice minha isso. A banda tenta trazer a desgraça do Hell de Janeiro pros sons, e se isso significa um novo ciclo de bandas tentando falar às pessoas aqui (ao invés de sonhar ser grandes no Japão ou “tocar no Wacken”), parece bom.

Boa banda, com público e proposta.

Set list: 1. “L.A.C.” 2. “Third World Slavery” 3. “Awake the Thirst” 4. “Spawned In Rage” 5. “Narcohell” 6. “Bangu 3” 7. “Ódio e o Caos” 8. “Bloddawn” 9. “Severed Nation” 10. “Seeds Of Hate” 11. “Decree Of Violence” 12. “Hell de Janeiro” 13. “System Torn Apart” 14. “Mundane Curse”

***

Quanto ao Ektomorf, a surpresa (ñ só minha) foi a acolhida aos caras. Aquele público q o Soulfly insiste em desprezar.

Pq a pegada deles é bem Soulfly mesmo – sem o talento das bases do Max – com ocasionais tiques thrash. O baterista é melhor q o Zyon, e o vocalista (ñ guardei nomes, nem pesquisei) ñ parecia o Max (Cavalera), física nem vocalmente. Estava mais pra Robin Flynn, do Machine Head, tvz uma nova influência. Ou tvz a impressão a mim causada, por estar usando camiseta do Machine Head

O show teve bem mais músicas do q imaginei, certamente por conta dumas emendadas em outras. Galera pedia uns sons específicos, bradando refrões idem, e ñ percebi se tocaram de fato. Era nítida a surpresa dos caras com o público cantando junto – aquele clichê da banda q toca pra ninguém na Europa e toca aqui pra mais gente. E estava muito, muito, muito ALTO.

Defeitos? Dois, a meu ver. Técnicos. Um: a caixa e os pratos do baterista muito agudos. Destoam do som, negativamente. Dois: o segundo guitarrista disputando frequências com o baixista; falta timbrar melhor ou tirar um da banda ahahah

Na platéia, o Max do Krisiun assistia o show junto do baterista do LAC, próximo à mesa de som. Outro destaque periférico: ainda q se trate de banda com influências de Soulfly/Sepultura, pela primeira vez fui a um show em q camisetas do Krisiun prevaleceram. Sinal dos tempos.

O público parece q mudou. A fila andou. Ainda bem. Ñ era sem tempo.

Muita mulher e criança presente. Bom sinal.

No fim, foi uma noite q curti. E do tipo de evento q pretendo continuar prestigiando – como já fiz com o Krisiun, em janeiro, e com o Chaos Synopsis em 2016 – enquanto Bolsolixo ñ acabar com a verba dos Sescs. Afinal, tudo favorece: preço (teria pagado 15 kitgays se tivesse meia entrada, ou até 6 se tivesse carteirinha da instituição), data, horário, ambiente. E com bandas pra valer, verossímeis, tanto gringas quanto nacionais.

Ainda q pra mim daqui uns anos vá ficar só a lembrança de eu ter visto uma banda húngara de heavy metal. Duvido q aconteça de novo. Ou tão cedo.

Set list: 1. “The Prophet Of Doom” 2. “AK 47” 3. “Fury” 4. “Faith And Strenght” 5. “Bullet In Your Head” 6. “Tears Of Christ” 7. “Infernal Warfare” 8. “Blood For Blood” 9. “If You’re Willing to Die” 10. “Eternal Mayhem” 11. “Holocaust” 12. “I Know Them” 13. “Evil By Nature” 14. “Black Flag” 15. “Gypsy/Show Your Fist” 16. “I Choke” 17. “Outcast” 18. “Ambush In the Night” 19. “Aggressor”