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8 Comments

  1. märZ
    14 de setembro de 2022 @ 16:17

    Concordo plenamente, e acho que só quem cresceu com um e observou a transição para o outro tem essa percepção. Vinil era muito mais legal.

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  2. FC
    14 de setembro de 2022 @ 18:12

    Uns anos atrás estava num sebo na Augusta, que me parecia mais uma garagem de um cara precisando vender a coleção. E o vendedor meio que escolhia o preço dependendo do quanto o comprador gostava daquilo, numa parada meio Alta Fidelidade.

    Enfim, peguei o CD do A Show of Hands e ele respondeu “Duplo é R$ 30”. Eu logo respondi que “duplo era o vinil, o CD era simples”. Ele fez uma cara de decepção com o formato que ilustra bem o post acima.

    E falava com um amigo hoje sobre grandes discos dos anos 90, é triste como o projeto Use Your Illusion do Guns, de ser dois álbuns duplos lançados simultaneamente, perdeu o impacto quando saiu em CD.

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  3. Leo
    15 de setembro de 2022 @ 09:54

    Essa fala do Geddy Lee é uma atualização do texto do Walter Benjamin sobre indústria cultural e a perda da aura.

    A quem interessar, recomendo vivamente o texto dele “A obra de arte na era da sua reprodutibilidade técnica”, de 1935.

    Minha questão é que, dessa perda da aura derivam outras coisas. Uma delas a própria possibilidade de ampliação do alcance. Não é à toa que a “aura” é encontrada na sarjeta no texto.

    Se olharmos para um arco temporal mais longo, pré-indústria fonográfica, veremos que a música deixou de ser restrita à presença dos músicos que a executavam para estar no celular de milhões de pessoas* com seus pacotes de dados, a ser reproduzida quantas vezes desejarmos.


    * Ainda assim, muita gente é excluída por esse corte econômico

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  4. Leo
    15 de setembro de 2022 @ 10:01

    FC,

    Para continuar no Benjamin, seu relato me remete à ideia de “fantasmagoria” dele.
    Aí, a recomendação é o “Passagens”, um livro que é quase um muro (em comparação ao “tijolo”. Rs). É um dos meus livros mais preciosos, mas, agora está mais fácil achar, pq lançaram uma nova edição em 3 volumes.

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  5. Marco Txuca
    16 de setembro de 2022 @ 01:02

    Mantive boa parte dos meus vinis, e só tenho arrependimento duns q doei pra pessoas q achei q poderiam aprender com os mesmos.

    O do “Seasons In the Abyss”, emoldurado, daria um quadro do caralho aqui pra minha sala. E os do Golpe de Estado, um de 45 rotações, outro com encarte q no cd ñ tem, por exemplos. Mas ñ sou um saudosista ou hypeiro do vinil.

    Desses do “prefiro vinil” (curiosamente devem ser os “prefiro Ciro” ahah). Pq era interessante, mas o manuseio ou levar no carro (tive 2 q derreteram) era trabalhoso. E se tivesse tudo o q tenho aqui em cd em vinil, teria q estar morando na casa vizinha e deixando esta aqui só pros discos ahahah

    O ponto principal desse depoimento do Geddy Lee, pra mim, é a DURAÇÃO. A “era cd” trouxe a maldição de bandas terem q lançar 80 minutos de música.

    Se por presunção própria (tipo Dream Theater) ou imposição mercadológica, isso distorceu, deturpou e zoou o barraco: hoje vemos (ouvimos) discos simples q na era LP eram duplos. Estamos muito mais expostos a discos duplos tornados simples, por razões mercadológicas.

    E o conteúdo, muitas vezes, se perdeu.

    Pra ficar no Rush: o primeiro disco de estúdio em q passaram de 50 minutos foi “Test For Echo”, o 16º de estúdio, 19º na discografia. E os álbuns seguintes se tornaram cansativos, demorados. Dá trabalho ouvir, daí procrastinar, daí passar 1 ano, 2 anos, 10 anos e ñ termos “arrumado tempo” pra ouvir.

    Na contramão: os melhores e mais soberbos discos de Slayer, Ramones, Motörhead, Raul Seixas, Titãs, Rush, Pink Floyd, Kraftwerk, Yes (sim!), Jethro Tull e Frank Zappa Ñ PASSAM de 40 minutos. Nunca precisaram.

    E sempre nos deram “tempo” pra ouvir de novo e muitas outras vezes.

    FC: “Use Your Illusion” foram os divisores de águas. “Metallica” e “Fear Of the Dark” eram duplos no LP tb.

    PS – Iron Maiden está no 3º cd duplo consecutivo. Transpondo pra LP, são 3 discos quádruplos lançados! Às vezes ñ é o material q é ruim, mas a duração. E essa obrigação obsessivo-compulsiva de ter q encher espaço

    PS 2 – “My Brother the Cow” (Mudhoney) tem 33 minutos totais. Vc põe o cd pra tocar, acusa 66 minutos. A última faixa, bônus ñ creditada, é o disco inteiro passado ao contrário na faixa, pra zoar com a obrigação de encher disco ahahah

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  6. FC
    16 de setembro de 2022 @ 10:21

    Valeu pela dica Leo, vou atrás.

    Sobre os Use Your Illusion, o negócio soberbo pra mim não era nem o fato de a banda lançar álbum duplo, mas sim de serem dois álbuns duplos lançados no mesmo dia.

    Inclusive tinha um tiozinho que vendia K7 pirata no bairro onde eu morava, que tentou me empurrar o disco “Guns 1, fita B”. haha.

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  7. André
    16 de setembro de 2022 @ 20:05

    Na época dos lps, as bandas lançavam discos todo ano. Ás vezes, mais um. Rush lançou 10 discos em 7 anos. Kiss lançou 11 no mesmo período (além dos solos de cada integrante). Rolling Stones lançou 11. Deep Purple lançou 12. Por aí vai. Como o Marco pontuou, a partir de 90, o que seria lançado num lp duplo ou triplo, passou a sair num cd simples.

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  8. Marco Txuca
    16 de setembro de 2022 @ 22:43

    Se a gente quiser ser preciso, André, nos 80’s acabou isso de mais de um disco por ano, ficando algo pra disco de estúdio + um eventual disco ao vivo com meses de diferença.

    Exemplos: “Killers” e “Made In Japan” (1981); “Moving Pictures” e “Exit… Stage Left” (1981). Thin Lizzy (preguiça de buscar no Google) acho q tb teve isso. Etc.

    Isso de mais dum disco por ano, entendo q era dos 60’s e até meados de 70’s, quando a indústria fonográfica ainda ñ tinha aprendido a VENDER rock e/ou a condicioná-lo mercadologicamente em esquema disco-turnê.

    Anos 60: The Doors durou quanto? Fizeram 5 discos + ao vivo entre 1967 e 1970. Creedence Clearwater Revival, parecido. Beatles, Rolling Stones, Jimi Hendrix, tudo território virgem. Tem música? Tem. Bora gravar? Pódi crê…

    Anos 70: Black Sabbath lançou o primeiro e “Paranoid” no mesmo ano; Deep Purple fez isso bastante; Rush, o q vc falou (e tiveram a sabedoria – ou assessoria – de fincar 1 ao vivo a cada 4 de estúdio). Queen lançou “Queen II” e “Sheer Heart Attack” no mesmo ano. Mas o Pink Floyd, a partir do “Meddle”, ñ mais.

    E tem a ver tb com a inevitável falta de inspiração subseqüente, assim como subseqüentes mudanças de formação (exceto Queen e Rush) q foram travando tudo.

    ****

    Ao mesmo tempo, com os discos durando entre 30 e 40 minutos, entendo q ficava mais fácil pro artista fazer mais discos e músicas. Nesse sentido, a indústria fonográfica ñ se deu conta do tiro no pé q foi a era cd.

    Um detalhe brasuca: as gravadoras por aqui preferiram apostar TUDO no cd, deixando pra trás K7 e LPs. Q poderiam ser vendidos por valores menores, ainda assim vendidos. E aí se fuderam com a pirataria.

    Correndo por fora e derrubando toda essa nossa conversa, o Red Hot Chili Peppers está lançando o SEGUNDO disco em 2022, sendo esse segundo (ñ lembro o nome, nem googlei), cd duplo. Caralho.

    ***

    Jessiê me mandou isto aqui, q eu já sabia e acho q já tinha postado, mas por outra fonte.

    Sobre Frank Zappa (doente, às vezes lançando TRÊS por ano, inclusive nos 80’s) tendo criado o streaming:

    https://www.uol.com.br/splash/colunas/leonardo-rodrigues/2022/09/15/quem-inventou-o-streaming-e-desmantelou-a-musica-frank-zappa-tem-culpa.htm

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