UMBIGUINHO DE FORA, SACAROSE DEMAIS
Muito se discute por aí sobre bandas brasucas lendárias ou “seminais”… e aí dá-lhe saudosismos, lamentações e idolatrias pra cima de Sarcófago, Dorsal Atlântica, Vulcano (!!), The Mist, Vodu e etc.
Mas alguém haverá de lembrar do Toy Shop?
Banda que surgiu tão subitamente quanto desapareceu: vieram do nada, ao nada voltaram.
Comprei outro dia este “Party Up”, de tanto que um amigo – fala, Rodrigo! – insistiu, fora também motivado pelos 5 contos que custou numa lojinha por aí. A despeito de minhas memórias sobre a banda não serem assim legais.
(lembrava deles tocando um som de filme de John Travolta e Olivia Newton-John num daqueles especiais mequetrefes de Dia Dos Namorados da antiga Mtv)
Geraram algum interesse por conta da aparição súbita e puxa-saco em páginas da Rock Brigade, motivado certamente – fora divulgacional da Roadrunner – por terem 2 integrantes ex-Viper: o baterista Guilherme Martin (tocou no “Theatre Of Fate”) e o guitarrista Val(dério) Santos, já tiozões em 1999, quando “Party Up” saiu.
Martin, uns anos atrás, demonstrou alguma PERSISTÊNCIA ainda: tocava numa bandinha que veio e foi rápido também: o tal Luxúria.
O disco tem 14 faixas que não achei tão punk bubblegum como se alardeava: os guitarristas (o outro, um certo Gabriel Weinberg) tocavam melhor que isso. Diria que estavam mais prum metal desencanado, um pop metal deslocado no tempo e no espaço. Pois existem palhetadas e PEGADA.
Talvez pudessem ter sido um “heavy metal pra meninas”, não tivessem surgido no mercado (“cena”, não!) uns anos depois Nightwish, Lacuna Coil, Theatre Of Tragedy, Within Temptation, Epica e etc. Sons muito felizes e açucarados pro meu gosto.
Diria que se o Pit Passarell tivesse gravado os vocais nele no lugar da Natacha (musa da capa e namorada do baterista. Completava o time o baixista Rodrigo Ferrari), teria saído um bom disco do Viper isto aqui. E bem MAIS DIGNO que aquela pobreza do “Coma Rage” e indigência do “Tem Pra Todo Mundo”. Até menos sizudo e burocrático que o exageradamente incensado e derivativo “Evolution”, em minha morfética opinião.
Tiveram os lojinha de brinquedo uma ESTRUTURA DE DIVULGAÇÃO invejável: clipe besta (a la filminho californiano adolescente estadunidense) na Mtv e aparições no Faustão e no Ronnie Von. Completamente deslocados, no 1º caso, assim como também nalgum programa de pagode em que foram, que tem link lá no You Tube.
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=236tr_X4B3Q [/youtube]
Além disso, através de página a eles dedicada na Wikipédia (!!!), soube que tiveram 2 sons – “Run Away” e “Everybody Crazy” – constando em trilha de “Holidays In the Sun” (“Férias No Paraíso”), filme das gêmeas Olsen (Mary Kate e Ashley, aquelas enjoadas). E que encerraram atividades, assim dito seco, “devido a problemas com a gravadora”.
Devem ter ficado devendo as calças (e calçola) pra Roadrunner.
O encarte não tem as letras, preferindo ter 4 páginas de agradecimentos individuais e coletivos a deus e o mundo. O empresariamento era da Monika Bass Cavalera, que não sei até hoje se é irmã de Max e Igor ou 1º esposa do atual dídjêi.
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=kE3jjfGD1Bc&feature=related [/youtube]
A Natasha (veterinária hoje em dia) dava impressão até de saber cantar, mas é disco que irá lá pro fundo das prateleiras, no que ouvirei novamente só quando estiver a) muito de saco cheio da vida; b) surtando; c) apontarem um cano na minha cabeça e ameaçarem me matar se não ouvir.
E colo mais uma vez no post a capa de “Party Up”…
… apenas pra ponderar acerca de terem ou não sido banda “seminal”.
No sentido musical, não foram: nem dá pra culpabilizá-los pela existência fecal das bandas emo e – ugh! – happy rock, de molecada tosca mal nascida (duplo sentido!) quando o Toy Shop “existiu”. Mas nos sentidos literal e genital, talvez sim.
Embora tenham emporcalhado a mina nas fotos do encarte, repletas de perucas e maquiagens equivocada e desnecessariamente glam.
Direto e reto: o melhor de “Party Up”, contrariando o dito de que não se deve julgar um livro pela capa, acaba sendo, sim, a própria!
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[post originalmente postado no finado Exílio Rock em 2 de Outubro de 2010]
bonna, generval v.
28 de agosto de 2013 @ 10:16
Me sinto o autêntico único fã da banda! hahaha. Comprei o CD na época do lançamento e sempre achei as palhetadas muito além do punk bubblegum como foi bem observado por vc. Acho que o vocal combina muito com o som e fosse lá fora, poderia ter tido um “estouro” maior. Motivado pela falta de letras e escassez de informação na internet (em 1999, veja bem!) acabei mandando uma carta a banda para saber o porquê da falta das letras e de agradecimentos a Mr.Bungle! hahaha. O Val me respondeu que conheceram o Patton em churrasco na casa do Igor. Acho que foi logo após o show de lançamento do Against que teve participação do Patton, Newsted e Carlinhos Brown. Recebi de bônus a xerox do encarte japonês com as letras em inglês.
Só pra constar, ouço o disco pelo menos uma vez por ano sem peso na consciência. Ah! Os covers escondidos são divertidíssimos.
FC
28 de agosto de 2013 @ 10:28
Eu curto pra caramba o disco, acho bem divertido, mas nem vejo tanta pegada de metal assim, me parece mais um som de festa com guitarras rápidas e “pesadinhas”. E, Txuca, eles retornaram ano passado pra fazer uns shows, mas não sei se gravaram alguma coisa: http://whiplash.net/materias/shows/166664-toyshop.html
doggma
28 de agosto de 2013 @ 12:51
Pô… já somos quatro proprietários do CD, já dá pra montar um fã clube, haha.
Ouço regularmente também, acho a Natacha a coisinha mais crocante do rock brasileiro dos anos 90 e assobio aqueles refrões chicletudos na boa. Eles tinham um produto muito bom nas mãos. Produção e arranjos de 1ª linha.
Talvez tenha faltado um agenciamento decente pra banda. O target era o exterior, mas passaram uma longa temporada na geladeira dos gringos, mudaram o nome original (“Party Up”), que era muito “bobo” segundo a gravadora, etc. Não aconteceram, voltaram e não aconteceram aqui também.
Na entrevista com o Gordo (bons tempos!) eles “explicam” melhor a história:
http://www.youtube.com/watch?v=Zr9HrMIpshs
Quanto ao estilo, acho que power pop-blubblegum tá de bom tamanho. Na demo (ótima, por sinal) as influências do hardcore californiano são mais acentuadas. A quem interessar possa:
http://demo-tapes-brasil.blogspot.com.br/2012/07/party-up-beerock-1995.html
E bem lembrado, Bonna. O medleyzão “Mais Uma De Amor (Geme Geme)”/”Lindo Balão Azul”/”O Vira” é muito divertido. Imagino se teriam vingado melhor aqui se as letras fossem em português. O momento, pelo menos, era favorável pra bandas de rock.
Marco Txuca
28 de agosto de 2013 @ 14:53
O true do Rodrigo Gomes tb adora isso aqui. Deve se pronunciar em breve, daí vcs montam alguma comunidade de fã no orkut! ahah
tiago rolim
28 de agosto de 2013 @ 16:03
Curto muito. Comprei, tb, no lançamento e nunca me arrependi. Tem umas 5 músicas otimas. E o medley final é perfeito. Esse disco me traz otimas recordações e foi hit lá na casa da minha mãe, quando eu ainda morava lá na paraiba. Até a empregada de minha mãe gostava!!! 🙂
El Diablo
28 de agosto de 2013 @ 16:10
Pois é… eu também curto esse play.
Comprei à época do lançamento motivado pela vocalista bonitinha e acabei gostando.
Depois vi apresentações na TV, ela era meio desafinada ao vivo, mas a banda era bacana. Diziam ter vendido mais de 100 mil cópias.
Não emplacou porque a época era péssima: ressaca do grunge, ninguém mais queria ouvir brasileiro cantando em inglês, padrinhos falindo, uma zona.
Mas fica aqui a minha impressão: se uma banda festejada como o Halestorm gravar “Daydream” ou “I Wanna see you”, estoura em nível mundial.
Ótimo!
Jessiê
28 de agosto de 2013 @ 20:16
Só eu que nunca ouvi falar (ao menos não me lembro de forma alguma)?
Rodrigo Gomes
28 de agosto de 2013 @ 20:41
Esse disco é alegre demais pra um ser tão ranzinza e azedo quanto o comandante-em-chefe deste site/blog gostar.
Marco Txuca
28 de agosto de 2013 @ 22:55
Fato.
tiago rolim
29 de agosto de 2013 @ 09:02
Rapaz valeu a lembrança. Faziam anos que não ouvia este disco, e graças ao seu post, fui trabalhar com ele rolando no carro. Que disco divertido. Inacreditável que esta banda deu em nada! Se tivessem tido tempo de um segundo disco, as coisas poderiam ter sido diferentes. Enfim ficou um ótimo disco, qur não mudou a vida de ninguém, mas a divertiu com certeza.
André
1 de setembro de 2013 @ 22:14
A única lembrança(e que lembrança)que eu tenho dessa banda, é vê-los num programa apresentado pela Carla Perez, em que a vocalista afirmava que o som deles estava em primeiro lugar na Holanda. Só isso.
Mas, o som é legal. Nada demais. Creio que um dos motivos da banda não ter emplacado foi justamente a capa do cd. Parece alguma cantora de axé ou dance music(a msm merda).
Marco Txuca
2 de setembro de 2013 @ 01:14
Bem colocado, André: tvz tenham sido a 1ª duma leva de bandas “pra exportação”.
Tempos atrás, tinha umas duas bandas de brasuca q foi pra Holanda pra tentar vingar. Uma acho q chama(va) Seita, é por aí?
E q adiantou o 1º lugar na Holanda? Provavelmente ñ pagou os jabás aqui, nem o vinho no Ronnie Von ahahah
Muito bem observado o lance da capa tb!
marZ
2 de setembro de 2013 @ 11:01
Nunca ouvi o som mas me lembro da BIZZ falando deles. A capa é horrorosa, extremamente amadora.
Não surgiu uma outra bandinha comandada por mulher vocal/guitarra há uns anos atrás que também tinha “potencial” mas não deu em nádegas? Acho que Leela era o nome.
Marco Txuca
3 de setembro de 2013 @ 00:40
Ñ deu em nada pq eram muito chatos/chatas, a concorrência da chatonilda da Pitty prevaleceu e o marketing de “gostosa” da tal Bianca Jordão ñ convenceu.
Virou apresentadora da Play Tv essa mina. E é colunista num site/webzine do Rio.
Teve tb o Elétrika, da mesma época, formada por gente do Overdose, q amigo por aqui outro dia (em dia de pauta cronofágica sobre Overdose) comentou q era um lixo. E eu acreditei.
Só ñ lembro se foi o Faça ou André quem comentou.
doggma
3 de setembro de 2013 @ 09:34
Leela também lançou um disco em 2007 produzido pelo Rick Bonadio. Algo como “agora vai ou racha”.
tiago rolim
3 de setembro de 2013 @ 09:55
Não deu certo, mas que Bianca é gostosa p carai, isso ela é e muito. Muito mais que Pitty.
marZ
4 de setembro de 2013 @ 08:02
Pitty nynca foi gostosa.
Marco Txuca
4 de setembro de 2013 @ 14:47
Dependendo da FOTO… Gostosas eram as loiras do “Básico Instinto”, do Fausto Fawcett ahahah
Rodrigo Gomes
4 de setembro de 2013 @ 18:54
Gostosas eram a maioria das Paquitas. Justiça histórica faz o canal Viva nos reprises do Globo de Ouro.
Marco Txuca
5 de setembro de 2013 @ 00:22
“Quem Qué Pão” é chupim de “Flight Of Icarus” ahah
doggma
5 de setembro de 2013 @ 16:50
Eu pagava pra ver Andréa Sorvetão brigando na lama com Regininha Poltergeist enquanto o Cid Guerreiro sola “Tindolelê” em ritmo thrash.
Amém, Regininha!
Marco Txuca
5 de setembro de 2013 @ 21:53
M-A-R-I-N-A R-A. Marinara, explode coração ahahah
http://www.youtube.com/watch?v=pIBum5ipY4Q