UM ESTRANHO NO NINHO
Noutro dia por aqui, no post “Retrô Pra Dedéu” (duns 15 dias atrás?), me ficou evidenciada a FALHA de ñ conhecer ainda o tal Violator. Falha esta tornada ainda mais grave após ter lido entrevista citada no whiplash com o tal Poney (vocalista/baixista), da qual copio uns tecos abaixo. Tenho q ouvir esses caras agora!
Brincando até com o nome, interessante um “pônei” destoante em meio a tantos cavalos paraguaios, éguas “de raça” e cavalos de corrida mulambos viventes de eras outrora gloriosas/imaginárias.
Ñ há EGO, ou ESTRELISMO nas declarações. Tampouco DESLUMBRAMENTO. Reparem, inclusive, na indireta q dá ao entrevistador em suas considerações sobre “mercado”.
Chute de coturno na cara dos Thiagos Bichonas, criados pela avó em apartamento e seus manifestos pra meia dúzia de miguxos na TPM.
Memorável a bagaça – em http://www.metalclube.com/novo/entrevistas/9891-poney-violator.html
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Metal Clube – Foram quatro anos entre o antecessor “Chemical Assault” (2006) e o novo registro “Annihilation Process” (2010). Há quais motivos vocês atribuem esse longo período sem novidades de estúdio?
Poney – E aí pessoal do Metal Clube! Talvez para quem acompanhe o Violator apenas pelos álbuns tenha sido um longo período.
(…)
Passamos um bom tempo para conseguir horários no estúdio, fizemos nós mesmos a arte do disco e ainda temos um processo de composição extremamente meticuloso. Isso tudo com a galera ainda trabalhando e estudando de segunda a sexta, conseguindo novos empregos e saindo da casa dos pais. Talvez quatro anos tenha sido até bastante rápido (risos)! Espero que a gente não demore tanto para voltar ao estúdio outra vez.
Metal Clube – O novo trabalho possui apenas sete faixas e menos de meia hora de duração. Existe algum propósito em lançar um material tão curto, mesmo estando quatro anos sem algo novo no mercado?
Poney – A gente simplesmente queria lançar o material o mais rápido que a gente conseguia. A idéia original era lançar o EP em 2008, mas foi o que conseguimos. Preferimos fazer seis músicas que consideramos muito boas, do que um CD com dez temas em que boa parte deles foi feita sem cuidado e sem paixão. E pô, underground não é “mercado”, hein?
Temos que ter cuidado com isso, pois muitas vezes as pessoas confundem “profissionalização” com “capitalização” e isso, para mim, não é legal. Eu vejo o underground como uma rede subterrânea de produção e troca de conteúdos de contra e sub-culturas, isso está bem distante da noção de mercado. O mercado é um espaço de troca de commodities, produtos, mercadorias. As bandas, no underground, não são produtos e o público que freqüenta os shows não são consumidores. Pelo menos, na minha visão, não deveriam ser.
Metal Clube – A mídia especializada divulgou várias listas com os melhores trabalhos de 2010, porém “Annihilation Process” apareceu muito pouco. Como vocês avaliam essa situação?
Poney – Acho que as pessoas que compõem a “mídia especializada” têm o direito de ter a opinião que bem entenderem. Eu não estou em posição nenhuma de julgar que determinadas opiniões e listas não são válidas ou qualquer coisa do tipo. Se as pessoas gostaram ou não do EP, é um direito que todo mundo tem e seria ridículo a gente se incomodar porque alguém não gosta do que a gente faz, não acha?
Ainda mais com toda a diversidade que existe no Metal e no Rock. Eu sei que, por exemplo, um público voltado para o lado mais melódico não vai gostar muito do Violator e não há nenhum problema nisso. Eu mesmo não gosto de um monte de banda e não quero que ninguém fique incomodado por eu ter as minhas opiniões. Eu também acho que 2010 tiveram discos muito melhores que o “Annihilation Process” (risos!). Vocês ouviram o novo do Fueled by Fire? É sensacional! De qualquer maneira, o “Annihilation Process” tem sido muito bem recebido pelos thrashers, a primeira prensagem acabou em um tempo recorde de duas semanas!
Metal Clube – A banda é muito querida pelo público nacional e integra o alto escalão do underground brasileiro. Como vocês avaliam todo o carinho do público em um cenário disputado como o do Brasil? Qual a diferença entre o público brasileiro e o do exterior?
Poney – Obrigado pelas palavras, meu velho. Eu realmente não gosto da idéia de termos um cenário “disputado”. Odeio a idéia de que as bandas estão competindo por alguma coisa. A gente tem é que se ajudar mutuamente. “Cooperação, não competição”, já dizia o velho clichê.
E não poderia ser mais verdade. De qualquer maneira, tendo viajado parte significativa do globo, me sinto feliz de saber que essa nossa contracultura não respeita fronteiras nacionais. Seja no Ceará ou no Japão, sempre existirão moleques que não se encaixam na sociedade convencional e são loucos por música barulhenta.
Há thrashers de todas as raças, gêneros, nacionalidades, mas a gente partilha a mesma paixão. Eu acho isso muito bacana. É claro que existem particularidades locais, e acredito que o público sul-americano, especialmente do Chile, Colômbia e Peru, é o mais insano que já nos deparamos.
Metal Clube – A banda já viajou por várias localidades brasileiras e conhece bem as possíveis dificuldades que surgem como empecilhos para a carreira de grupos iniciantes, tais como falta de apoio, estrutura e profissionalismo. Como superar tudo isso? Qual a receita, em sua visão, para buscar o crescimento contínuo no Brasil?
Poney – Para mim, o passo mais importante é não esperar que vá aparecer ninguém para resolver essas dificuldades. O grande lance, em minha opinião, a grande coisa que eu aprendi com o underground e que eu acho que deveria ser a postura ética a guiar toda produção independente é o ethos do faça-você-mesmo (o famoso DIY).
Entender isso não vai tornar o trabalho menor, mas a partir do momento que você se dá conta que tudo pode estar no alcance das suas mãos, todo um mundo de possibilidades se abre. Não importa se você não é o melhor dos guitarristas, ou não sabe escrever muito bem ou mesmo não tem nenhuma experiência artística, vai lá e faça.
Monte sua banda, escreva um zine, faça um programa de rádio, etc. As dificuldades não vão desaparecer, mas isso é o underground. Se você não se diverte nesse percurso, com todo o perrengue e precariedade, é melhor desistir logo. Não vejo a cena underground como um degrau para se alcançar coisas melhores. As coisas sempre vão ser difíceis mesmo, em um país de terceiro mundo como o nosso, realmente não há apoio e nem estrutura decente.
E o que você vai fazer? Eu prefiro a sensação de liberdade de organizar e tocar em um show em um boteco sujo, do que ficar lamentando que não temos bons amplificadores ou sei lá. Se você quiser ter fama e status, vá fazer outra coisa da vida porque isso não é coisa que você vai encontrar no underground.
Yulo Braga
16 de fevereiro de 2011 @ 07:48
Phoda!!!
Pra que se alinhar com essa mídia de merda, digo, globosbtrecordvejafolhaestadao?
O cara falou o que sempre acreditei!!!
E cara, esse novo ainda não tenho.Mas o chemical assault é phoda e os shows então…!!!!
Marcio Baron
16 de fevereiro de 2011 @ 10:03
Umas vez under, eternamente under. TUdo depende do que você quer para a sua vida. Infelizmente, merda, coisas que você não gosta 100% (o Marco sabe o que estou falando) te darão algum resultado no futuro, ou no minimo contatos e outra perspectiva da situação. Acho legal o cara mandar um phodasse para a midia, mas a midia tbm deu um phodasse pra ele. TOda banda de Metal que eu conheço que deu de banana pra midia tá fodida, e seus integrantes são trabalhadores de outras áreas, Garotos podres, RDP (o Jão é meu companheiro de trabalho!!!) Korzus (cada um tem um trampo) Claustrofobia (trabalham em loja de instrumentos) Blasstrash (idem) Eu o Marco e o Pagé, o Tropa de Shock e assim vai. Mas vc pega o Angra que se dá bem com a midia tá ai, turnê na europa e com um album meia boca.
Midia Rulez, even if you don’t like that.
Marco Txuca
16 de fevereiro de 2011 @ 12:25
Pois é, Márcio, mas o Franga tb ñ vive da banda: sabemos q os caras vivem (fora da mesada dos papais) de dar workshop, serem endorsees.
O q eu acho é q bandas essas alinhadas com a mídia acabam vivendo uma “cena imaginária”. Uma carreira de fantasia.
Franga toca no Japão e na Europa, certo? Então pq nunca vimos lançarem dvd desses shows? Acho q é pq tocam pra 100 gato pingado nesses lugares, em lugares equivalentes ao nosso Hangar 110, ñ te parece?
Nunca vi “Angra Live In Budokan”, “Chatowside Live no Wacken”, “Hangar Live In Madison Square Garden” (agora forcei!), “Torture Squad (no meio do caminho entre agradar a mídia e ser por ela ignorado) Live In Dynamo Open Air”…
(o Sepultura foi exceção com aquele vhs – tornado dvd – do puta show em Barcelona na turnê do “Arise”. Mas num lugar equivalente ao Citibank Hall, hiperbolismos da época – “estão conquistando a Europa” – à parte)
E ainda outra: bandas como essas alinhadas com a mídia acabam Ñ TENDO PÙBLICO. Vai tocar André Matos e Sepultura num lugar pra 3 mil pessoas e mal juntam mil.
Nesse sentido, vou no q o Yulo propalou: sou mais a POSTURA desses caras do Violator (e q é a nossa tb, amadora. Pq ama o q faz e ñ se ILUDE com a idéia de viver disso), q vão comendo os deles pelas beiradas, tão por aí e continuarão estando. Com ou sem apoios periféricos/irrelevantes.
Marcio Baron
16 de fevereiro de 2011 @ 12:35
Sim Txuca eu concordo com o qeu vc disse.
Mas o franga vive de Midia. Ser endorse ou dar workshop é midia. Eles venderam a alma para o capeta do produtor deles que mesmo com a saida do Insuportavel mas bem falado Andre Chatos (bem falado na época) continuou a estar na midia comum digo: O Tanga tem musica dentro da grade da globo!?!?! Tem, globo esporte. O Selasque gravou aquela merda de musica dos cavvaleiros porque? Midia. O Beijador gravou com o Junior por midia (negativa, mas midia rsrss). E na verdade a gente so ouve falar destes caras no geral. E midia especializada ainda ouvimos de mais outras pessoas.
É foda Txuca. São poucos os que gostam de Metal/Rock no Brasil. O resto gosta de Iron Maiden.
Marcio Baron
16 de fevereiro de 2011 @ 12:38
Antes das Pedras:
É foda Txuca. São poucos os que gostam de Metal/Rock no Brasil. O resto gosta de Iron Maiden.
TODO o tonto que se acha metaleiro só conhce o Iron Maiden e bandas plagio/inspiradas.
Louie Cyfer
16 de fevereiro de 2011 @ 15:14
Ei… eu gosto do Aéro Meidi!!!!
E concordo com o q o cara o Violator disse. Manter os pés no chão é a melhor coisa a fazer do que se meter num mundo imaginario onde utopicamente sua Banda triunfará no reino supremo do Metal!!
Todos no Poisongod trampam, e não somos menos Metal por causa disso (pau no trú de quem acha), pelo contrario, sustentamos nossos vícios metalicos (cds, dvs, shows) atraves dos nossos empregos…
E compactuamos com a atitude de foda-se a mídia, qdo a mesma não está nem aí pra você, pq ainda existem focos de resitencia que se preocupam inicialmente com a música e não com o dinheiro q a mesma pode gerar.
Banderas
16 de fevereiro de 2011 @ 22:41
Com fé em palavras como as do Pony que eu continuo Thrasher apos todos esses anos.
guilherme
17 de fevereiro de 2011 @ 12:23
Txuca, pelo menos no caso do Angra no Japão e Asia eu sei que eles tem público.
No Japão tocam em casas medianas, com capacidade pra 2 mil pessoas como SHIBUYA-AX e ZEPP (e cara, comparar o hangar com elas é de CHORAR), mas pelo que sei, os shows estão sempre cheios. Os discos entram na Oricon, que é a parada de discos japonesa (tipo a Billboard nos EUA) sempre no top 20.
Não sei porque não gravam dvds por lá, é uma boa pergunta, talvez sejam burros ou incompetentes. Deixassem as coisas na mão da Victor que pelo menos a qualidade de imagem e som ficaria potima.
Mas existem vídeos profissionais feitos pela própria equipe de gravação do SHIBUYA-AX. Procurem pelo YouTube, amigos. E tem mais de 100 pessoas.
Rodrigo Gomes
17 de fevereiro de 2011 @ 20:15
Nos extras do DVD do Angra, há músicas gravadas de shows no Japão. Nota-se casa cheia.
märZ
17 de fevereiro de 2011 @ 22:11
Não gosto do Angra e não conheço nenhum deles pessoalmente. Não sei se são gente boa ou bundões, e seu som pode ter lá seus méritos mas não bate comigo. Até aí,da tenho contra a banda e se fazem sucesso ou não lá fora, não me interessa. Espero que façam, bom pra eles.
Quanto ao Violator, me agrada o som e a atitude dos seus membros, me identifico mais. E sei que fazem um certo sucesso no under lá fora, o que é louvável e desejo que continuem crescendo cada vez mais.
Marco Txuca
18 de fevereiro de 2011 @ 00:44
Guilherme e Rodrigo: legais vossos depoimentos, q rompem alguma ignorância deste q vos bosta (bloga). Pois ñ curto os caras, muito menos iria procurar qualquer coisa deles no You Tube…
No entanto, o lance de “casa cheia” vale uma pergunta: eram shows só deles ou estavam abrindo pra outros?
Sei q eles fizeram uma puta turnê japonesa anos atrás abrindo pro Blind Guardian… Aí ñ vale, vira Capital Inicial lançando dvd em lugar lotado, mas por ser show de abertura de Ivete Sangalo.
guilherme
18 de fevereiro de 2011 @ 11:12
Entendo seu ceticismo e também não gosto de Angra, mas é preciso dar crédito quando há algum.
Lá eles são headliners. Eles fazem shows só deles sim, mas nesse caso que você citou, preciso lembrar que Blind Guardian e Angra são bandas do mesmo nível no Japão. Quem foi lá ver era fã dos 2.
Quando costuma juntar duas bandas assim, quase do mesmo estilo e mesmo nível, as duas tocam por cerca de 90 minutos.
No Japão não existe essa cultura de banda de abertura. É algo muito, muito raro. Ainda mais com banda internacional.
Marco Txuca
19 de fevereiro de 2011 @ 18:14
Pois é, cara. Mas munido aí dos argumentos e supostas provas, vai, dou o braço a torcer.
E apenas tendo a pensar: são umas bestas, então, por ñ filmarem nada por lá.
Devem estar presos por contrato a terem dvd’s só no Japão (o q eu duvido, pois haveria piratas na Galeria) ou preferem reinvestir a verba ganha em animes e Cavaleiros Do Zodíaco…
Rodrigo Gomes
19 de fevereiro de 2011 @ 18:20
Ou seja, qualquer que seja o caminho, pau no Angra!
Marco Txuca
19 de fevereiro de 2011 @ 18:23
Ah, isso é de lei ahahaha
Mas a gente tem q ser um tanto isento, de vez em quando. Senão enjoa.
E ao guilherme, meio novato por aqui, a pergunta: donde é q vc veio? Por onde vc ficou conhecendo esta bodega digital?
guilherme
19 de fevereiro de 2011 @ 22:50
Haha, só citei essas coisas, porque eu gosto muito da cena japonesa e por isso acabei conhecendo algumas características de como tudo funciona lá e desvendando aqueles mitos de
que qualquer um faz sucesso no Japão.
E sobre como vim parar aqui, eu vim do deus google, procurando alguma coisa aleatória provavelmente sobre thrash metal. Curti bastante e pelo menos uma vez por semana visito o blog, mas só resolvi comentar algo agora, porque eu achei que podia acrescentar algo. Sou um lurker regular.
Marco Txuca
20 de fevereiro de 2011 @ 00:02
Sobre esse “mito de que qualquer um faz sucesso no Japão”, me vem perguntar: vc confirmou ou viu q o mito seria só intriga de oposição??
“Lurker”?
guilherme
20 de fevereiro de 2011 @ 08:43
Intriga da oposição. Motorhead, Pantera, Slayer não fazem sucesso, pra ficar em três grandes. Nem tudo que funciona nos EUA ou Europa, ou até aqui, vinga lá.
Lurker significa que eu visito o blog mas não comento.
Jessiê
22 de fevereiro de 2011 @ 01:40
A cena thasher (e metálica de uma forma geral) é muito forte em Brasília (muito mesmo vocês nem imaginam a quantidade de bandas e shows e bangers e isso tem décadas). Tinha uma banda Violator na década de 90 do interior paulista muito boa com a proposta de som bem parecida e mesma influência, mas deve ter acabado…
Marco Txuca
22 de fevereiro de 2011 @ 02:34
Acho q sim. Tá lá no Metal Archieves.
Já “Violator”, entre aspas, é nome de disco do Depeche Mode ahahah