PATIFE BAND

Sesc Belenzinho, 09.02.24

Preâmbulo: nunca tinha visto uma camiseta do Rumo. Muito menos alguém usando uma.

Estava na cafeteria ali do Sesc, a bordo dum pedaço de bolo de café com castanhas e calda de chocolate e eis q avistei uns moleques hipsters, à direita e à Tim Bernardes, todos míopes com óculos, uma só moça em meio a 4 caras e tb com óculos, e esse cara ali com camiseta do Rumo. Liguei o radar.

Um show da Patife Band parece tão amplo quanto randômico, o q as camisetas ostentadas refletiram: Symphony X, Garotos Podres, Ramones, Ratos de Porão, Iron Maiden (um deficiente visual usando)… Um sujeito numa cadeira próxima (quando entrei no teatro) parecendo um cosplay de Itamar Assumpção… Só eu ali normal, usando uma do Meshuggah ahah

***

Tudo orna e faz sentido. Depende do parâmetro de esquisitice do qual se parte.

E por falar em esquisitice, ainda uma outra, maior: os havia assistido ano passado no Sesc Pompéia num 9 de Fevereiro. E em 2024 só mudou o Sesc, pq a apresentação tb se deu num 9 de Fevereiro.

Quero crer ter se tratado de coincidência. Ou esperemos o 9 de Fevereiro em 2025 ahahah

E a tônica do show foi essa: praticamente o mesmo show do ano passado, com alguns sons até situados no mesmo lugar do repertório (q não tinha setlist no palco pra tirar fotinho). Paulo Barnabé, dono da lojinha, mezzo maestro mezzo entidade e bastante esquisito (jamais ocupando o centro do palco) cochichando, cantando, tocando percussão (e preocupado um pouco demais com a posição dum prato) e parecendo definir o repertório ali na hora.

Talvez estivessem. Não guardei nomes dos integrantes, tb os mesmos do ano passado e posicionados iguais, da esquerda pra direita: um tecladista/pianista usando boina, um baixista excêntrico nas notas e tons, mas não na roupa e na postura (tipo aluno em audição de conservatório), um baterista negão muito bom nas polirritmias e compassos estranhos (e parecendo ter uma ingerência sobre a banda só abaixo da de Barnabé), um guitarrista chamado Sardinha (e q novamente fazia aniversário) e Paulo Barnabé.

Q, igual ano passado, pegou a guitarra de Sardinha uma hora pra tocar “Vida de Operário” e voltou pro bis na bateria tocando (muito bem) “Velho Oeste Paulista”.

Impressão q tocaram menos sons q em 2023, não ouso afirmar quais foram excluídos desta vez. Teve “Corredor Polonês”, “Tô Tenso” em duas versões, “Pregador Maldito”, “Poema Em Linha Reta”, “The Big Stomach” e “Teu Bem”, q são as q reconheci de nome. Mesmo Barnabé não apresentando nenhuma pelo nome dessa vez.

O mesmo show, mas não igual. No Sesc, mas num outro Sesc. Num mesmo dia, mas agora numa sexta-feira. Os mesmos músicos nos mesmos lugares no palco e uma platéia devota.

Teríamos curtido mesmo se tivesse sido ruim.