DECEPÇÃO

É de forma paulatina e cuidadosa (eles têm MUITO material) q venho me aproximando do Therion. De modo a assimilar bem coisas cá e lá. O box “Celebrators Of Becoming”, resenhado por aqui – no outro logradouro – em abril último, e ainda material de cabeceira, abriu de vez meu apetite. De modo q fui atrás ainda do “Live In Midgard” e encontro-me atualmente salivando em busca de “Lemuria” e “Sirius B”, sobretudo do último.

Mas aí aparece esse “Gothic Kabbalah” no meio do caminho, em oferta (sou obsoleto, ainda compro cd’s), e qual ñ é minha mega decepção. O PIOR trabalho dos caras, indicado pra órfãos de Nightwish, mas ainda mais pra quem gostou do “Dark Passion Play”… toda uma mesma receita de metal gótico cansativo e derivativo como trocentas bandas por aí e q já há muito encheram o saco.

A impressão é de q os caras tentaram, literalmente (haja visto até mesmo o título cirúrgico), vender um pouco mais. Na boa: tudo o q sempre caracterizou o Therion (sobretudo de “Theli” pra cá) aqui vai por água abaixo. Orquestrações são raras (será q faltou grana pra bancar?) – de modo q até por algum outro lado, por curiosidade mórbida, pode-se considerar este como o álbum mais cru da banda – coros solenes raríssimos, ñ há qualquer pompa, e sim um monte de gato esganiçado cantando.

Mats Léven joga por terra o bom trampo da turnê anterior; os coros femininos anêmicos ñ funcionam, há abundância de teclados duvidosos e vozes saturadas, sussuros, gritinhos constrangedores (coisa de banda poser sem vergonha na cara) e tentativas de se parecer Type O Negative (culpa do tal Snowy Shaw, poser de 2ª divisão, outrora baterista em discos dispensáveis do King Diamond e do medonho Dream Evil). Parece banda inexperiente, q resolveu fazer o q anda na moda pra aparecer!

A faixa-título poderia estar no último Nightwish ou em qualquer álbum da horrenda Liv Kristine. “The Perennial Sophia” (o pior momento do tal Shaw), “Son Of the Slaves Of Time” (com uma cantora lírica totalmente vergonha alheia) e “The Wand Of Abaris” (a pior música da banda, com um monte de gato trepando gemendo, entre tantas q pode-se listar como “as piores”) achei qualquer coisa de horrorosas. Constrangedoras. E tem muito mais coisa ruim, q ñ consigo citar por ora.

Músicas passáveis, umas 3 – “T.O.F. – The Trinity”, “Der Mitternatchtslöwe” e “Adulruna Rediviva” – ñ por acaso, as duas últimas tendo a mão do chefão Christofer Jonhsson em co-autoria. A culpa desta PORCARIA, por sinal, se explica nisso: ao invés de, como em todos os álbuns anteriores, Johnsson mandar prender e mandar soltar nos sons (sempre em companhia do ghost writer Thomas Karlsson, aqui tb autor invicto de todas as letras), co-escreveu 4 e escreveu apenas UM som sozinho por aqui. Pouquíssimo, em se tratando dum cd duplo de 15 músicas.

À luz do q recentemente ocorreu, da debandada dos demais integrantes, ficando Johnsson solitário numa futura reformulação (por sinal, ô banda q já se reformulou!…), parece ter havido de sua parte um deixar os outros tomarem o rumo, fazerem o q quisessem, pro lugar de pagar algum FGTS, sei lá.

Tomara q tenha sido isso – e q pra trabalhos futuros, o cara retome o rumo – pq, caso contrário, é algo a ser profundamente lamentável: banda saindo de condição vanguardista pra rumos embalistas decepcionantes…

Em resumo: FUJAM disto!

PS – duas coisas são interessantes por aqui: 1) o projeto grático capa + encarte (descontando a foto poser, a la Celtic Frost, e pra lá de constrangedora, dos integrantes e convivas todos. A mesma q no momento consta na página da banda no Metal Archieves); 2) algumas passagens dos irmãos Niemann, Krisitian guitarrista e Johan baixista, q com maior liberdade experimentaram alguns solos ousados e linhas de baixo fretless. E ñ muito mais.