GRAVE – SAMAEL

Malditos europeus e suas imposições ao 3º Mundo!

Ñ basta no futebol fomentarem a noção de q jogo tático é TUDO, a sufocar os improvisos e características do “nosso futebol” – o q, por outro lado, tb disfarça “estarmos” por baixo já há tempos – num outro aspecto, em se tratando de shows, parecem vir condicionando as bandas q por aqui tocam a cometerem-no em tempo de set-list de Wacken e outros festivais.

Q o diga o Grave tocando exatamente por uma hora neste domingo; do mesmo modo q o Artillery fez há duas semanas. O Samael, por sua vez, tocou um tanto mais, vasculharam toda a carreira (mesmo alguns sons mais “true“, obviamente rearranjados), só q sem excederem a protocolar hora e meia.

Ñ q eu tenha perdido o sono desde então, ou cogite abaixo-assinado querendo meus 80 contos de volta. Nem. São bandas as quais curto apenas perifericamente: dos suecos tenho só o “Fiendish Regression” – do qual ñ tocaram nada – enquanto os suíços parei de ouvir no “Reign Of Light” (e conheço por alto os “Eternal” e “Worship Him” anteriores), de já algum tempo, como comprova a copiosa discografia a este posterior.

E por ter sido uma noite na qual fui por achar barato, tanto quanto pela curiosidade de ver duas bandas q jamais vieram ao Brasil e q tvz nem voltem.

Ñ q suecos e suíços ñ tenham ficado encantados com a receptividade ali no Hangar 110, q ñ encheu: me pareceu menos cheio q Artillery/Exumer. Tvz em torno de 300 testemunhas, se muito. Mas se a expectativa dos produtores foi muito alta, é capaz q o evento ñ se repita… E ñ por (tanta) culpa de haver Raven no mesmo dia, mas sim devido ao real tamanho das hordas.

Enfim, efeitos da imensa oferta de bandas por aqui, em oposição à real demanda e $ no bolso pra tanto. Sonho e ideal de outros tempos – termos banda tocando aqui direto, como na Europa – q vai se mostrando real mas tb pouco auto-sustentável (pra usar termo da moda).

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Ao Grave: onde o Entombed evoluiu ou “evoluiu”, os caras parecem ter ficado e fincado. Pra aprimorar o deathão sueco típico e farto. Pra ñ deixarem nenhuma dúvida, puserem bandeira da Suécia por sobre um dos amplis. Ñ se mostraram assim sociáveis – normal – fora o baixista raquítico (Tobias Cristiansson) com camiseta do Exciter, e tirariam “10” em truezice pra mim caso o guitarrista gordão (Mika Lagrén) ñ tivesse voltado ao bis usando camiseta do Brasil…

Ah, baixista e Lagrén tinham alguma coreografia: vez ou outra trocavam de posições (ui!) no palco – chupa New Kids On the Block, q tocavam por aqui domingão tb – e a análise posterior q fiz do set list executado demonstrou tocarem toda a carreira, sem privilegiar disco novo ou apenas as velharias.

Achei q os caras mandaram bem, o vocalista Ola Lindgren tem um gutural q ñ satura (chupa Meshuggah!) e os sons iam sendo mandados sem intervalo, sem q as distorções guitarrísticas cessassem entre um e outro. Guitarras repletas de riffs cascudos e cadenciados, sem cair pro doom ou pro stoner. Pra mim, ficou a necessidade de eu investir na discografia dos caras. Baterista firmão (Ronnie Bergerstahl) e vocalista numa hora desceram à pista ver o Samael junto com a gente, de boa.

Set-list: 1. “Turning Black” 2. “You’ll Never See…” 3. “Now & Forever” 4. “Deformed” 5. “Bloodshed” 6. “Bullets Are Mine” 7. “Inhuman” 8. “Morbid Day to Die” 9. “Rise” 10. “Black Dawn” / bis: 11. “Day Of Mourning” 12. “Into the Grave” 13. “Souless”

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=AZxKSwC7Hec[/youtube]

 

Quanto ao Samael, a coisa é bem mais fácil de enfocar: quem estava ali era 8 ou 80. Ou gente q os admira atualmente de modo fervoroso (vide vídeo com o povo na beirada) ou uns toscos q se iludiram achando q a banda black tosca de outrora estaria ali… Juro q vi um true e duas true (ou há feminino pra “true“, tipo “trua”?) saindo fora no meio da apresentação.

E é fácil eu analisar o maior defeito do show, q foi o som ruim e irregular (tantas vezes claramente arrumado – ou tentado – durante os sons). Por eu ñ conhecer a fundo (ui!) o repertório, ñ me iludi nesse sentido: o vocalista Vorph tem timbre grave, q era quase sempre inaudível, e seu mano, Xytras, no teclado, bateria eletrônica e escombros de bateria analógica (tons, caixa, surdo e pratos – um “Slim Jim Phantom from hell“), tb ñ foi bem equalizado.

Esperava, dum show com bateria eletrônica, q a mesma nos SUFOCASSE, tendo em vista ser isso uma rotina na mixagem ao vivo. Isso ñ se deu: o som estava embolado, entupido, genérico, xinfrim. Guitarras e baixo eram tb embolados, a ponto de eu achar tudo muito repetitivo e redundante: tvz um (maior) cuidado com o som ressaltasse as nuances sutis dos sons dos caras.

Ñ voltaram a bis (dois) com camiseta do Brasil ou fazendo médias demagógicas, mas – ops! – o baixista Mas teve uma corda de seu instrumento estourada no último som. Nada q lhe tirasse a cara de bobo alegre ostentada o show todo. Ou q gerasse preocupação q ñ a do roadie q lhe tentou dar outro baixo, durante o som.

A banda é ensaiada e entrosada, a proposta sonora é inusual e o fãs curtiram demais. E o outro guitarrista, Makro, parecia o Mike Portnoy. Mas pra mim, bateram na trave. Tal como no Artillery e Exumer, penso q o Grave deveria ter sido headliner, ñ os suíços, mas isso é coisa minha e pobrema meu ahah

Gostei bem mais do Grave, em suma. E de ter reencontrado o amigo Gustavo Garcia eheh – dê um alô por aqui, cara!

Set-list: 1. “Invictus (intro) 2. “Luxferre” 3. “Rain” 4. “Baphomet’s Throne” 5. “Of War” 6. “Slavocracy” 7. “Reign Of Light” 8. “Into the Pentagram” 9. “Black Trip” 10. “Flagellation” 11. “Soul Invictus” 12. “Shining Kingdom” 13. “In the Deep” 14. “The Truth Is Marching On” 15. “Infra Galaxia” 16. “Ceremony Of Opposites” 17. “Antigod” 18. “My Saviour”

PS – e q alvissareiro ir a evento sem qualquer banda de abertura, ou de “participação especial”. Bravo!