ONE MORE FUCKING TIME

Em 28 de agosto do ano passado – precisamente há 1 ano – comecei esta pauta born to lose, live to win contando histórias inglórias, ingratas, engraçadas e passadas em meus dias de No Class.

Relatei, em “Another Perfect Day”, nossa primeira ida ao Alquimia Rock Bar, em Pirituba (bairro periférico e barra pesada), q teve um momento de… assombro… q quase q superou a experiência e tremendo acolhimento pelos e pelas bangers ali presentes.

Resolvi postar hoje, pra dar inclusive efeito de loop, sobre a ÚLTIMA VEZ em q tocamos no Alquimia. O q havíamos decidido antes do show – afinal, os riscos e ñ ganharmos um tostão de cachê finalmente haviam prevalecido ante a “adrenalina” e ao “desafio” de tocarmos longe – mas q tb rolou por conta do bar ter encerrado atividades uns poucos meses depois.

(e ñ por nossa culpa. O desfecho do post tratará de esclarecer isso, ou ñ)

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Memória é algo traiçoeiro e eis q descubro há pouco (fuçando a lista das apresentações no Facebook) q foram QUATRO as vezes no bar, e ñ três.

A primeira, com o P.O.T.T., citada, em janeiro de 2005; a segunda foi em 12 de março daquele ano, em q levamos os comparsas do Napster pra fechar a noite (q só ñ teve mais impacto q a primeira vez… pq ñ foi a primeira vez); na terceira, em 2 de julho, levamos os autorais camaradas do Sharpen, q faziam metal melódico e tinham um baterista cuzão “aluno do Confessori” (continua cuzão, toca hoje no Armahda e nem bateria em casa costumava ter – um dia ainda conto essa), q quase quebrou os holders dos tom-tons da minha bateria – pq eu ainda levava a bateria – quando insistiu em tocar na “posição correta” dos tambores.

Todas as vezes muito legais, e todas com o seguinte aprendizado: nada de ficar fazendo hora na calçada do lado de fora. Era chegar, montar as coisas, tocar, confraternizar com o pessoal do bar e, na hora de ir embora, todo mundo arrumar tudo e botar tudo nos carros sem muita embromação.

Lembro de quando tocamos com o Napster, do MEDO dos caras quando nos perdemos pelas quebradas escuras de ruas sem saída da região. Esse era outro fator complicado, principalmente pra mim, habitualmente inapto em lembrar caminhos de volta. Foda.

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Nessa nossa 4ª vez, em 26 de novembro de 2005, resolvemos levar uma banda cover de Black Sabbath dum guitarrista conhecido meu (havíamos tocado brevemente numa banda de covers variados chamada Höhlemaus) da qual ñ me recordo o nome. Era uma banda recém-formada e ávida por locais pra tocar, então bora.

Só q aconteceu deste q vos bosta bloga se perder no caminho. Estávamos em 3 carros – 1 nosso (só nós 3 + equipamento), 2 deles (os sabbáthicos eram quarteto e estavam com namoradas/esposas) – e em vez de pegar a rodovia dos Bandeirantes, peguei a Anhanguera, completamente outra direção. E ñ conseguia corrigir a rota.

Ainda ñ existia GPS ou Waze, o guia de ruas analógico (de papel) q carregava no porta malas ñ serviu de ajuda, no q a solução era tentarmos perguntar direções nos postos de gasolina, padarias e pra taxistas. Q eram praticamente zero naquelas quebradas naquele sábado à noite, quase madrugada.

Resultado: as esposas/namoradas, completamente apavoradas, EXIGIRAM q seus pares desistissem da empreitada, o q honestamente ñ condenei na hora. Mesmo. Ficamos sem a outra banda, q se desculparam um monte e deram jeito de voltar. De nossa parte, caberia darmos jeito de achar caminho de volta e tb desistir.

Mas éramos teimosos: resolvemos – ou EU resolvi, e os outros 2 acataram – q chegaríamos ao Alquimia de qualquer maneira, mesmo q fosse pra tocar 15 minutos. Mesmo q ñ houvesse mais público. Mesmo sem nada de cachê combinado.

E ñ havia celular direito ainda. Um de nós q tinha conseguiu ligar pro Bruno (dono do bar) avisando q chegaríamos. Chegamos, sei lá como. Demoramos. Faltando meia hora pra dar o horário de encerrar.

(pq o bar era em região residencial e tinha um acordo com a vizinhança de ñ passar de meia-noite, ou uma da manhã)

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Tinha público (estavam nos esperando ainda) e Bruno adotou solução tosca: fechou as janelas todas (pra tentar abafar um pouco do barulho) e pediu pra q diminuíssemos um pouco o volume, pra daí conseguirmos tocar uns 45 minutos, sem maiores encrencas.

Algo q deu certo até a página 2. Na empolgação, acabamos acabei aumentando um pouco o volume. E a interação com a galera estava excelente. Bruno parecia ter esquecido de qualquer cautela e curtia o som junto, muito legal tudo. Fizemos o show inteiro, no final.

Até q esse mesmo Bruno, num intervalo entre sons, começou a rachar de rir e nos cumprimentou, falando alto e rindo muito, pra todo mundo ouvir: “porra, caras, vcs são tão foda e tocam tão alto, q vão acabar acordando o Lagartixa”.

Provavelmente eu resolvi perguntar: “e quem diachos é Lagartixa?”

Resposta do Bruno: “Lagartixa é um mano aqui do bairro q foi assassinado hoje de manhã e o corpo tá ali na calçada do outro lado, pq a polícia ainda ñ veio recolher ahahah”

Caralho. De novo.