NILE

As resenhas profissionais provavelmente omitirão o pouco público ocorrido quinta-feira, neste q foi o ÚNICO show do Nile no Brasil. Se ñ o fizerem, justificarão dizendo:

* q o dia foi ruim (Grave Digger, Moonspell e Tiamat recentemente, Testament de outra vez, e tantos outros shows têm rolado em dias de semana. Ñ cola essa)
* q o lugar é ruim (ñ achei. É casa de forró, como outras tantas casas de pagode – o Carioca Club, certo? – por aí, q abrigam shows PEQUENOS/MÉDIOS de metal. Fora bastante acessível: perto do metrô, e com término a tempo de todos pegarmos busão ou metrô pra voltar)
* q a concorrência era braba, afinal na mesma semana – dia seguinte – teríamos por aqui Overkill e Dream Theater, fora o Korpiklaani domingo. Além do tal Municipal Waste semana passada (ñ concordo, pq alguns dos shows têm públicos diferentes. Fora q, por eliminação, teve nego q certamente eliminou DT e Overkill, q vêm/vieram pra cá algumas vezes já)

O fato é q houve POUCO PÚBLICO mesmo. A despeito de vans vindas do Rio e de Campinas, o q a mim aponta o Nile ser banda querida de crítica e de público seleto.

Ñ vejo mal nisso: questão de opção, e ñ de nenhum fracasso da “cena” por aqui. Ou de falha de divulgação, q tb ñ houve: eu mesmo peguei meu ingresso – barato: 70 contos + 1 kg de alimento – há mês e meio atrás.

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No entanto, se as resenhas profissionais e de rabo preso acima citadas, fora louvar os organizadores pela iniciativa de trazê-los pra cá, disserem q o show foi CURTO, aí sim eles terão razão.

Começou pontualmente às 22h, e no meu relógio os estertores de “Black Seeds Of Vengeance”, som final, acusava 22h59min. Ñ houve bis. Se eu fosse vizinho do lugar, chegaria em casa a tempo pra ver o “House” eheh

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Podemos dizer então ter sido show xinfrim? Nem. (Mas tb ñ memorável). Os caras são muito bons e – surpresa – comunicativos e simpáticos. Diferem das fotos carrancudas true de divulgação.

O próprio Karl Sanders, rindo o tempo todo (aposto q ficaram surpresos com a receptividade e galera CANTANDO JUNTO e abrindo rodas), me lembrou vagamente o John Connelly do Nuclear Assault (tvz com o mamute q o devorou em volta ahah). Trocou idéia o tempo todo com o pessoal da grade, posava pra fotos, incitava aos coros.

O cara é muito gordo, os manos são muito altos: Dallas Toler-Wade, o outro guitarrista, ia trocar idéia com o baterista e ficava da mesma altura q o Kollias sentado e com a bateria no pedestal!

E tocam pra cacete: o baixista ao vivo, Chris Lollis tb. A ñ ser q seja encenação passar tanto dedo pelos braços dos instrumentos pra posar de virtuosos ahah

(Acho q ñ)

O set contou com 11 sons – de 13 previstos (conforme o pessoal da comunidade orkutiana viu. Pq um ali pegou o set autografado com o Sanders) – e privilegiou o foderoso “Those Whom the Gods Detest” (4 sons dele foram executados. Ha, o termo ‘execução’ é literal!…)

“Kafir”, q abriu o show, abriu roda gigantesca. E eram visíveis espanto e satisfação dos caras ali no palco.

Faltou som do álbum de estréia, “Amongst the Catacombs Of Nephrem-Ka” (“Serpent Headed Mask” foi som ‘limado’, sei lá por q), mas o restante q foi tocado foi distribuído proporcionalmente entre os demais 4 álbuns e apreciado em êxtase pelo público. Como “Sacrifice Unto Sebek” e “Sarcophagous”, q tiveram os riffs entoados pelo pessoal. Duvido q lá fora sejam recebidos assim os sons.

Toler-Wade, após essa 2ª, elogiou a galera pela afinação (“key” é ‘tom’, certo?). Insólito.

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Os ‘senões’ do show foram 1) percebermos – ou EU percebi – ser o Nile banda ñ muito habituada aos palcos: ñ emendaram um som em outro em nenhum momento, quebrando um pouco o ritmo. Acabavam um, iam tomar água, olhar o baterista ainda acertar som, voltavam e mandavam outra, e tudo bem. E 2) o tal George Kollias, baterista monstruoso, ser mesmo baterista de workshop.

Explico: provavelmente induzido pela entrevista do cara na Modern Drummer Brasil deste mês – em q revelou tocar só ouvindo o click e a própria bateria (ñ põe guitarras nem vocal no retorno) – fiquei com sensação dum AUTISTA ali no palco, q interage quase nada inclusive com os companheiros de horda.

(Nile é horda, aliás?)

Nada contra o cara MESMO, só uma chatice de minha parte. Ah, vi o cara derrubar baqueta uma hora tb, e tenho a reclamar de a falha de SOM do show ter sido a de ñ se ouvir bem os blasts do homem… Nas partes lentas e cadenciadas, por outro lado, a caixa parecia estourar de reverb.

De qualquer modo, foi esse dos raros shows em q ñ fiquei prestando atenção SÓ no baterista. As partes de guitarras, a execução das harmonias e dos solos velozes foram impressionantes!

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Quando parecia q eu já estava acostumando à intensidade das tijoladas q se seguiam, foram terminando. Com o melhor som da noite, pra mim, “Lashed to the Slave Stick” (do “Annihilation Of the Wicked”), assustadora e de presença FÍSICA – aquele clichê de levarmos uma “porrada”, saca? – antecedendo a “Black Seeds Of Vengeance”, final. Putz, q som!

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=TEWVcfwCaEo [/youtube]

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“Permitting the Noble Dead to Descend to the Underworld”, porrada, e “4th Arra Of Dagon”, mais cadenciada, tb foram legais, inclusive no sentido de ñ ter sido show de brutal death metal unidimensional, de músicas velozes o tempo todo. Senso de dinâmica os caras têm – sobretudo nos sons mais recentes – e na construção do set list.

Só faltou mais música, sim. Ninguém ficaria acabado caso rolassem mais duas (“Cast Down the Heretic” e a “Serpent…”, citada, eram as outras) ou 3. Ou 4. Mas provavelmente os caras ñ devem fazer sets de mais de uma hora fora mesmo: são banda pequena pra média, ñ atingiram ainda a popularidade dum Morbid Angel, sei lá. Enfim.

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CURIOSIDADES E PÓS-SHOW:

* sendo casa de forró, ficou esquisito (até engraçado) o banner da casa ficar por debaixo do logo dos caras. Aí, se lia NILE grandão, e embaixo o dizer “a melhor balada é aqui!” ahah
* encerrada a apresentação, Sanders ficou mais uma meia hora, 40 minutos, desmontando o equipo (os caras pareciam nem ter roadie!) e autografando – encartes, ingressos, set list – e trocando idéia numa boa. Fora gordo, o Homem Montanha é forte: levantou duas ou 3 minas pra tirar foto com ele – dum palco de uns 2m – só num braço!

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* momento VERGONHA ALHEIA foi ele tb ter tretado com um dos técnicos da casa. Do nada, começou a apontar o dedo, gritar com o sujeito ali e o pegou enforcando (como um urso pegando uma presa). Veio a turma do “deixa pra lá” (uns 3 ou 4 pra conseguir apartar), a galerinha embaixo ficou louvando “Sanders, Sanders”, e o q pareceu ter rolado foi do sujeito ter relado no notebook do gordão…

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Fotos e vídeo peguei do Fabiano Neves, de comunidade orkutiana do Nile.