EMBATE 3
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“The Blackest Album” – An Industrial Tribute to Metallica, 1998, Roadrunner/Eagle Records
por
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Todo mundo por aqui lembra daquela febre de álbuns-tributo duns 15 anos atrás. Feitos de vários modos, alguns claramente picaretas, outros obviamente furos n’água, um ou outro aparentemente sincero, muitos redundantes, mas todos eles – e aposto q isso ninguém sabe – profetizados por Nostradamus como “praga” de final de segundo milênio. Junto da invasão das bandas cover de Nightwish e das de metal melódi-cu sub Chatovarius. Em nota de rodapé de suas profecias, claro, mas profetizados.
(É q ninguém realmente lê notas de rodapé)
Além disso, e pra falarmos de profecia realmente ocorrida, todos esses prenunciadores do vácuo criativo q se estendeu na música em geral, e tb no “nosso” heavy metal na 1ª década do tal 3º Milênio. Estou mentindo??
Afinal muitos desses tais artefatos se prestaram porcamente a bandas desconhecidas tentarem lugar ao “sol”. Ñ há, tampouco houve, truezice ou anti-comercialismo nessas empreitadas. O q se objetivou em todos eles foi ganhar um trocado e foda-se. É o caso tb deste LIXO de tributo “eletrônico” (aspas é pouco) ao Metallica, condizente, além do mais, em sua apresentação, vide
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Ao julgar “porcaria”, nem o faço por considerar música eletrônica porcaria. A ñ ser esses lixos psy, trance, pra mim, música de playboy ficar quicando em rave chapado, sem qualquer fundamento ou objetivo. Digo-o por soarem quase todos os sons aqui – exceção ao Abaddon – como fossem uma única banda cometendo-os, com timbragens idênticas, baterias eletrônicas maçantes (em nada honrando, sequer reconhecendo, o arrojo baterístico de Lars nos velhos tempos), irritantemente pastiche de Skinny Puppy (do pouco q conheço dos canadenses) e com os piores maneirismos do Nine Inch Nails.
A “música eletrônica” aqui é de gente q tvz nunca ouviu falar em Tangerine Dream ou kraut rock. A quem Laibach e suas versões (algumas) desconcertantes se pense ser spam em emails. É apenas escombro e estereótipo de música eletrônica, cometendo versões q alternam entre o redundante, o duvidoso e o irreconhecível em relação às músicas originais.
Sendo q os “redundantes” achei os mais passáveis. Os q claramente samplearam partes dos sons originais e tentaram emular Trent Reznor gemendo em cima. Caso dos do Razed In Black e Carbon, ao mesmo tempo em q as versões de Speu e Hellsau, de idêntico modus operandi, eu ñ tenha curtido, achei bem mais fracas.
Os sons “duvidosos”, pra mim, são os de Godhead e Birmingham (“Seek And Destroy” ficou duma heresia escabrosa), tornados putz-putz pra danceteria. Coisa q, se chequinho ñ tivesse caído nas respectivas contas, Lars e James certamente blasfemariam contra. Tb duvido q tenham alguma qualidade pra tocar em rave. Por outro aspecto, ficaram irreconhecíveis as do Die Krupps, do The Element e do In Strict Confidence – ou tão reconhecíveis quanto reconhecer gente morta pela arcada dentária: ñ havendo as levemente parecidas linhas vocais, mal se poderiam reconhecer como sons do Metallica.
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=sKG_D4wSJBo[/youtube]
Por outro lado, na “Nothing Else Matters” do Apotygma Berzerk e tb na “The Thing…” do Carbon, reconheci alguma qualidade e atributo. Trechos nelas de gente q poderia tê-los aproveitado pra fazer sons próprios levemente dissoantes da mesmice do álbum. Tanto quanto a intro cabarezística cometida pelo La Honda Militia, na “Battery” estranha deles. Ponto pra esses, mesmo q em pedacinh0s.
Ao mesmo tempo, a “Whiplash” cometida por Abaddon (aquele!) soa algo como irreconhecível, tosco e vil: dá impressão do sujeito ter feito a 1ª coisa q lhe passou pela cabeça e, se esse som específico destoa de todos os outros, o mérito está apenas em destoar. Perder tempo com ele é jamais reaver irreparáveis 2 minutos e 38 segundos da vida, preciosos pra se fazer QUALQUER OUTRA COISA, como ver grama crescendo no canteiro ali na esquina, ou ver/ouvir goteira de chuveiro.
Em suma: “The Blackest Album” acho das piores tranqueiras q se cometeu na modalidade álbum tributo. Sem nada q eu conseguisse considerar “melhor música”, e dum legado caça-níquel ainda mais deletério: procurando pela capinha acima, descobri terem saído ainda partes “2” e “3” disto, em 2001 e 2002, com tantas outras hordas semidesconhecidas (semiconhecidas tb?), fora repletas de sons de “Load” e “Reload”.
Se teu ensejo nalgum momento for o de ouvir versões inusuais de Metallica, recomendo o debut do Apocalyptica ou rir do Beatallica; se o ensejo for o de ouvir versões fiéis/paudurescentes, sugiro “Whiplash” pelo Destrúcho, “The Thing That Should Not Be” pelo Primus e “Battery” pelo Machine Head. Agora, se a vontade for o de ouvir versões irreconhecíveis/ruins dos sons clássicos da banda, melhor q se baixe/pegue algum bootleg ou dvd das turnês “Load” e “Reload” e se arque com o devido desgosto ahah
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CATA PIOLHO CCVII – Joe Satriani processou aqueles glúteos-flácidos do Coldplay por plágio. E parece q ganhou. Ganharia, fora algum dinheiro, muita droga e estadia anual no Albert Einstein (pra tratar de “stress“), se processasse a caquética Rita Lee, por sua “Tataratlantes”, confiram!