QUEM SÃO OS TRÚ?
por märZ
Contexto: no Brasil pré “Schizophrenia” (1987), o Vulcano era uma das maiores bandas de metal do país, precursores do Black Metal quiçá mundial, os mais extremos e agressivos, adorados por hordas de metaleiros maltrapilhos.
Entra então “Who Are the True?” (1988), gravado no JG Studios de BH, produtor Gauguin na mesa, mesmo som de guitarra serrote de sempre da Cogumelo.
Na época não entendi nada, ouvi agora há pouco e continuo não entendendo. Letras toscas em inglês feitas à base de Dicionário Michaellis – sem nenhuma revisão de alguém fluente na língua – tentativa mal fadada de fazer crossover – porém, sem manha nem swing – letra alfinetando o Sepultura por ter mudado o som no “Schizo”, um ano antes.
Me lembro de entrevistas da banda à época do lançamento criticando os mineiros por aparecerem em fotos de bermuda e visual de skatista – sendo que eles mesmos mudaram o vizú, como pode ser visto na foto do encarte.
Um erro completo, matou a banda. Perderam o bonde, como a maioria na época pós-“Schizophrenia”. Sepultura levantou a barra lá em cima, e quem não conseguiu acompanhar, sucumbiu. Ou definhou aos poucos.
Darwinismo puro.
Thiago
16 de fevereiro de 2022 @ 00:04
O texto do märZ é impecável: trata-se, de certo, de um dos mais equivocados artefatos lançados em solo pátrio, a começar do título, que sempre me gera risos.
Comentários gerais: dá pra saber o que está escrito no boné desse segundo guitarrista? É da Good Year?
Curioso a horda alfinetar o Sepultura por terem mudando o som. märZ foi até generoso em falar de Crossover. Músicas como “Do You Remeber”, tirando os vocais, têm clara inspiração de Hard Rock comercial, ao menos para mim.
Há até um vídeo, para lá de constrangedor, do Vulcano no Boca Livre executando a canção:
https://www.youtube.com/watch?v=uSidZBbL0Xs
André
17 de fevereiro de 2022 @ 08:07
Ouvi o tal disco. Parece som de demo ruim. Sério mesmo que tiveram a cara de pau de criticar o Sepultura por algo tão banal? Putz.