MCMLXXXIII
Algo recomendado pelo amigo Jessiê.
E q eu nunca tinha ouvido falar. Muito menos visto.
“Quem Kiss Teve”, uma espécie de documentário. Sobre a vinda do Kiss pra cá em 1983. Estádio do Morumbi. Foi um evento.
Eram outros tempos em termos de show. Uma era Pré Rock In Rio, ditadura militar vigente, de esboços pruma porteira q se abriu adiante pra só fechar… com o covid 19. Até então, shows internacionais eram solenes, épicos, coisa de outro mundo. Só Van Halen, Queen (pouco antes), Genesis e Alice Cooper (nos 70’s, pra poucos) tinham vindo tocar aqui; The Police veio (e ninguém acreditou muito) pouco antes ou depois disso. Ñ era essa coisa, ao menos aqui em São Paulo, de ter show gringo toda semana.
Ou de um show internacional por mês. Imagina.
***
Tempos em q chegar um disco de banda estrangeira, mesmo q fosse por sucursal brasileira de gravadora, tinha no mínimo 1 ano de atraso. Tempos outros tb de tv alternativa, dos “videomakers“, fazendo isso q hoje parece vídeo tosco, q nem criança de 5 anos mais faz.
Era o Tadeu Jungle (“Fábrica do Som”, “Tv da Tribo”) nesse aí, produtor como tb eram Fernando Meirelles (hoje, cineasta consagrado), Marcelo Tas (o novo véio da Havan) e alguns abnegados como o hoje vendido e insosso Serginho Groisman. Ñ existiam os influencers; eram os alternativos. Formadores de opinião raiz.
E pra ficar no vídeo, algumas impressões preliminares:
- roqueiro nóia maloqueiro já existia. Os embalistas tb. E os playboys de camarote tanto quanto
- Gene Simmons usando máscara no início achei q fosse fake. Entrevista fake, alguém fingindo, meio tiração de sarro. Ñ era. Daí, pensei q fosse nojinho de americano querendo pegar doença aqui com a bugrada. Daí lembrei: era época da banda ainda mascarada, pré “Lick It Up”
- o lance de ter sido show marcado e remarcado algumas vezes. Por falta de credibilidade do evento ou por tentativa de se juntar mais gente?
- uma pauta irritante da época, meio de patrulha ideológica de elitismo cultural babaca: a de ficar perguntando se neguinho sabia cantar alguma coisa ou se entendia o q estava sendo dito nas letras. Serginho Groisman insistia muito nessa chatice, ainda no “Matéria Prima”. Bah
- Gene Simmons bastante articulado, situado e politicamente correto ao falar do punk e ñ se indispor contra. Bravo
Temos aqui quem tenha ido ao show? Quem conheça quem foi? Quem se lembre da época? Estamos aí.
bonna, generval v.
23 de junho de 2020 @ 14:52
Um amigo meu – radialista em Colatina e maior fã de Kraftwerk que conheço – foi. Ele guarda até hoje panfletos distribuídos por evangélicos na porta do show espalhando aquela velha fake news que todos sabemos sobre a origem do nome da banda.
O marz também foi, não?
FC
23 de junho de 2020 @ 16:21
Eu juro por tudo que eu e você possamos considerar como mais sagrado que, enquanto lia o começo do item 4, pensei no Serginho fazendo isso AINDA HOJE NO ALTAS HORAS!!!
Sobre o show, só sei que chorei muito nesse dia. Tinha 2 anos de idade.
Aliás, foi histórico por ser o último com máscaras, não?
märZ
23 de junho de 2020 @ 16:36
Quanta vergonha alheia, quantos momentos embaraçosos… mas era assim mesmo. A vinda do Kiss em 1983 foi meu marco zero na música pesada, o “rock pauleira”. Antes era um ou outro classic rock nas rádios. “Creatures Of The Night” mudou minha vida.
Mas eu não fui, tinha somente 14 anos na época e meus pais NUNCA permitiriam.
Marco Txuca
23 de junho de 2020 @ 18:19
Chorou pq ñ foi? Vc já era um “garoto a serviço de Satã” com essa idade, cara?
Quanto à vergonha alheia, n deixou de existir, e tenho impressão q reportagem em porta de show de metal até hoje vai render coisas assim; por outro lado, senti vergonha alheia tb da pauta, das perguntas e de uma certa desinformação. Características da época.
Tanto q o Pepe Escobar (hoje jornalista de credibilidade sobre assuntos de geopolítica russa) parece o mais embasado no vídeo. Sendo q à época ele era um wannabe Paulo Francis, o q era uma tentativa de tentar ser hoje… um Régis Tadeu.
E tem tanta enrolação, tanto embromation na pauta, q fica parecendo trabalho de 5ª série com figurinhas e distrações pra ganhar mais nota ahahah
Fazia muito isso na minha 6ª e 7ª série nos trabalhos de Geografia!
FC
24 de junho de 2020 @ 10:42
Não, chorei porque devia estar com fome ou cagado mesmo.
Tem uma história de que o Pepe Escober forjou uma entrevista com o Roman Polanski na Ilustrada, ficou sabendo disso?
Quanto à cobertura de imprensa, rola sim até hoje, desde os shows de metal até os de K-pop, o que me leva a crer que fã idiota tem em todas as esferas.
No show do Iron Maiden em SP em 2008, um repórter da Rede TV! foi gravar entrevistas na arquibancada e ficava fazendo chifrinho e balançando a cabeça, pra galera fazer o mesmo e o cinegrafista poder captar as imagens. Patético.
Marco Txuca
24 de junho de 2020 @ 11:52
Pepe Escobar encarnava o jornalismo yuppie oitentista. Suas resenhas na Bizz eram repletas de estrangeirismos up to date (eheh) e etc.
Essa da entrevista forjada, lembro de algo. Sei lá se com o Polanski. Mas o levou à demissão da Folha. Além disso, tem a história de q o Nasi foi até a Folha pra bater nele, por conta duma resenha negativa feita pro Ira!
O Nasi nega: diz q só marcou uma conversa com o cara. Mas sempre foi um nóia de pavio curto. Além disso, havia uma treta USPiana envolvida: Nasi teria virado vocalista no Voluntários da Pátria no lugar de alguém q era da Bizz (Fernando Naporano ou sei lá quem) q tentara a “vaga” tb. E aí ficou um “ressentimento” e uma briga de anos da redação com o Ira!
Cada revista de rock acha q é a Rolling Stone q merece.
Quanto a pautas jornalísticas em shows de rock, é assim e sempre foi. Só deixou de ser, pq rock ñ é mais notícia.
A ñ ser quando interessa falar q “a Galeria do Rock tá fechando e PRECISANDO demitir”…
märZ
24 de junho de 2020 @ 14:12
Me lembrei do Mauricio Kubrusly fazendo matéria no RiR II, filmando a galera do lado de fora gritando “mosh” e comentando: “que triste, tão jovens e já glorificando a ‘morte'”
Marco Txuca
24 de junho de 2020 @ 17:36
Padrão Globo de Qualidade. Since AI 5.
André
26 de junho de 2020 @ 11:20
Esse Maurício Kubrusly é um cuzao de marca maior.