HARRY/HANSEN
Pura incompetência em resenhar qualquer de seus poucos álbuns é o motivo de eu nunca haver resenhado o Harry por aqui.
Ñ eram heavy metal, mas foram pioneiros.
Álbum linkado abaixo, “Fairy Tales”, é de 1988. Quem lia a Bizz, no mínimo leu a respeito. A banda, liderada por Johnny Hansen – pra mim, apenas Hansen – voltara em 2015 com o mesmo relançado, como “Electric Fairy Tales”. em pegada mais rock, até metal. E foda tanto quanto o original.
Dizia o cara q era o modo em q foram compostos os sons, coisa e tal.
[youtube]https://www.youtube.com/watch?v=O5nJZqGdIUY[/youtube]
Tive oportunidade insólita de, anos atrás, trocar uns 10 minutos de conversa com o sujeito, numa loja indie próxima à Galeria do Rock. Estava tomando conta, pro dono ir almoçar. Em q descobrimos eu possuir vídeos da banda se apresentando na tv Cultura daqui – meados de 1989, programa “Boca Livre” – q ele próprio ñ tinha.
Chegou a me pedir contato, pra ver se eu providenciava. O q eu faria de bom grado, caso o vhs ñ estivesse embolorado. Sujeito peculiar esse Johnny Hansen, falecido na última sexta-feira, aos 56 anos. Pô!
märZ
11 de abril de 2017 @ 06:50
Me lembro de ler sobre a banda na Bizz, mas nunca ouvi o som.
Off topic: http://virgula.uol.com.br/musica/com-brasileiro-membros-do-cypress-hill-biohazard-e-mais-formam-super-banda/#img=1&galleryId=1173496
doggma
11 de abril de 2017 @ 11:19
Que merda. Ainda novo pra caramba. Sujeito que é talvez o grande pioneiro da eletrônica por aqui (antes do Harry só o Agentss mesmo) e não ouvi um pio sobre isso na mídia média e grande.
Só reforça minhas suspeitas que isso aqui já deu o que tinha que dar e a festa tá é rolando em outro lugar. Todo mundo que presta tá indo embora sem a menor cerimônia. O último a sair que apague a luz.
Ps: esse “Electric Fairy Tales” é aquele box que lançaram certa vez? Sonho de consumo!
André'
11 de abril de 2017 @ 18:03
Pois é. Não que eu queira colocar algumas vidas acima de outras, mas, sem querer soar clichê, mas, já soando, do ponto de vista artístico, se fosse algum mc qualquer coisa, sertanejo universotário ou ator/atriz global, o “Brasil” estaria de luto e notícias sobre a tal pessoa viria de todos os lados.
Mimimis à parte, conhecia o Hansen superficialmente por causa do orkut. Fazíamos parte da comunidade Guitarra e Guitarristas e ele era figurinha carimbada. Lembro de histórias épicas dele. Uma delas era sobre a treta dele com o Herbert Vianna. Enfim…
Certamente, não receberá tributo, nem será lembrado na Retrospectiva de final de ano da globo.
Marco Txuca
12 de abril de 2017 @ 00:38
Pego teu comentário, märZiano, e colo o do doggmático pra comentar a “superbanda”: “isso aqui já deu o q tinha q dar e a festa tá rolando em outro lugar”.
A diferença é uma banda em q ninguém deu em nada. Monte de “ex” alguma coisa ñ resulta em algo q ñ seja fim de feira. “Cruza de Iron Maiden, Black Sabbath e Cypress Hill”? Qual o público alvo, fora algum tiozão seqüelado e sem noção de nossa idade?
Tipo alguém q ainda chame o Korzus de “Slayer brasileiro” ou ache q André Matos “canta pra caralho”.
Todo modo, Rodolfo Rodox vai rindo de orelha a orelha.
****
Vá atrás dos discos, mesmo por You Tube ou Spotify, amigo: “Fairy Tales” soa absurdo ainda hj, inda mais tendo sido registrado em estúdio brazuca.
Doggmático: “Electric Fairy Tales” ñ é o box. É disco de carreira, desovado em 2015, com regravações “elétricas” de quase todo “Fairy Tales”, somado de algumas inéditas.
Hansen parecia alguém pra lá de prolífico. Vendo depoimentos em sua página de FB se percebe isso, somado a uma misantropia legítima e complementar.
O box é o “Taxidermy”, q reúne “Caos” (ep), “Fairy Tales”, “Vessel’s Town” e algo em torno dumas 26 músicas bônus ñ lançadas. Sonho de consumo realizado: tenho.
Marco Txuca
12 de abril de 2017 @ 01:01
(na verdade, 27 faixas bônus. A memória falhou pouquinho eheh)
E o Orkut me faz uma falta danada, André. Ótimas comunidades e discussões havia ali.
Lembro de uma sobre Frank Zappa, simplesmente soberba. Com gente entendedora de música destilando conhecimento sem frescura. Aprendi MUITO ali…
E imagino o tal Hansen reinando nesse tipo de discussões. whiplash o citou como “ex-guitarrista do Vulcano”. Qdo, na verdade, gravou só o solo do 5º som do 1º disco deles.
Parece q era um puta guitarrista e fã monstro de Malmsteen, o q a obra o Harry completamente faz desperceber.
Conte a treta aí com o Herbert Vianna!
(lembro de entrevista na Bizz, sobre “Fairy Tales”, conter alfinetada pra cima do Paralamas)
märZ
12 de abril de 2017 @ 06:01
Ah, agora deu a liga: vi fotos e comentários na página de FB do Vulcano sobre o falecimento de, ao que pensei no momento, um de seus ex-guitarristas. Deve ter sido ele, então.
Marco Txuca
12 de abril de 2017 @ 13:13
Aliás, formos ranquear bandas com mais ex-integrantes mortos, Vulcano fica num top 10 mórbido, hum?
André
12 de abril de 2017 @ 18:33
Ele era fã de Malmsteen e, pasmen, de Michael Angelo. Lembro dele comentando que baixou a discografia completa do sujeito. Corajoso.
Mas, essa treta com o Herbert Vianna(a qual ele se referia como “Herbie”)foi tensa e, aparentemente, ele guardou ressentimento por muito tempo. Álias, o Hansen era pródigo em histórias de bastidores. O cara praticamente conhecia todo aquele pessoal dos anos 80. Enfim, a treta com o Herbert:
A primeira vez que os Paralamas tocaram em Santos, receberam uma ajuda do Hansen e do irmão dele. Emprestaram equipo pros caras e, senão estou exagerando, até instrumentos. Na época, os Paralamas só tinham lançado um compacto (Vital e sua moto)e eram pouco conhecidos. Os caras supostamente foram super legais e humildes e agradeceram muito ao Hansen. Na segunda vez que os Paralamas tocaram lá, já com lp (Cinema Mudo) lançado, eles levaram uma estrutura muito maior. Os caras foram esnobes pra caramba, fizeram um escândalo quando souberam que o Hansen e a banda dele iam sair juntos numa foto para o jornal. Não deixaram os caras abrir o show para eles. Parece que durante a passagem do som, o Hansen pediu pra fazer um som com a guitar do Herbert e o mesmo nem deixou o cara encostar nela. Basicamente foi isso. Mas, o Hansen ficou putaço e, pelo jeito, nunca perdoou o sujeito. Fazia chacota do acidente do cara. Desagradável. Mas, eu ria pela maneira que ele contava. Outras pessoas, ficavam putas. É isso.
Tiago Rolim
13 de abril de 2017 @ 22:16
Nunca ouvi falar. Mas só estou ouvindo (lendo), coisas boas sobre o cara. Vou procurar conhecer o trampo do cara.
Marco Txuca
14 de abril de 2017 @ 00:52
Apenas friso q tvz ele fosse o líder no Harry, q era uma banda, e ñ um projeto solo ou egocêntrico.
Recomendo, Tiago, começar pelo “Fairy Tales”. Acostume nele bastante, daí passe pro “Electric Fairy Tales”. E daí todo o resto.
Jackie Nunes
14 de abril de 2017 @ 13:59
Marco Txuca, agradecida. O falecimento do Hansen esta sendo algo devastador, não só para seus fãs, que rapidamente tornavam-se seus amigos, bem como para a família. E mesmo que grandes portais e a mídia o tenham ignorado em vida e agora tb na morte, não vai mudar o fato de seu pioneirismo e visão. Fico grata pelas palavras sobre sua carreira….
Marco Txuca
14 de abril de 2017 @ 16:16
Fico eu grato pelo feedback. Como postei, o conheci por 10 minutos. Q nunca esqueci (embora ñ lembre o ano).
Vejo só postagens saudosas e de gente q realmente o admirava, e tenho isso como um puta legado. E o consolo pra quem ficou.
A mídia ñ nos representa. E os portais são apenas portais. Hansen lidou com algo maior. Com a ARTE. Transcendeu a vida ainda vivo, poucos o fazem.
Grande abraço!