DESTRINCHANDO LULU – parte 3
Ae, doggmático!
Demorou, mas acabei de ouvir a bagaça.
Considerações:
“Little Dog” – é som, como “Cheat On Me”, q dá margem a se criticar as tais músicas gigantes. Ñ chega a ser completamente desnecesária como essa outra, mas fosse editada um pouquinho, até q passaria. E ñ por ser boa: lembra até Johnny Cash no início, sendo a acústica do álbum. Tb é som q me ocorreu, tal como “Iced Honey”, q tivesse sido lançada única (ou em single elas duas), ficaria um trabalho esquisito, mas ñ tão execrado, sei lá.
Pros detratores do estilo “ruim” de Lars Ulrich – gente q descobriu AGORA o q ele vem fazendo já há 15 ANOS?? – esse é o som perfeito pro achincalhe: pratinhos dando “climinhas” ao longo – em 2’55”, 3’14”, 4’00”, 4’48”, 4’55”, 5’21”, 5’41”, 6’02”, 6’59”, 7’28” e bateria entrando tímida (nenhum toque em caixa, só uns tons-tons tímidos) faltando 1 minuto pra acabar. Devido à praticamente ausência baterística, é o único som do álbum q se ñ se dissesse ter o Metallica aqui, ñ se perceberia. Ñ é chata, nem legal.
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“Dragon” – emparelho a “Frustration”. Música q se tivesse Hetfield cantando e estivesse no “Load”, ficaria do caralho. Lou Reed a essa altura vai parecendo um pastor bêbado/psicótico pregando. É o som mais pesado desde “Mistress Dread”, o q faz com q quem ouça “Lulu” na ordem, nesta hora ACORDE DE VEZ. Peso absurdo, alguma inspiração Metallica: ñ parece jam improvisada, no mau sentido. Lá pra 9’00” surge – e pela 1ª vez – algum trabalho guitarrístico harmônico. Tvz pra lembrarmos q o Kirk Hammett está na banda. Barulhos e dissonâncias se fazem presentes. Peso animal nas guitarras, na melhor timbragem dos instrumentos até então. O som é extenso, mas ñ dá canseira. Curti.
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“Junior Dad” – é o som q teria feito, segundo nota whipláshica, Kirk e Hetfield saírem do estúdio pra irem chorar no banheiro. O único em q fui atrás da letra, falando de filho querendo ser salvo pelo pai. WTF??? – ñ era esse um álbum sobre uma puta masoquista q gosta de ser mutilada?? Entre o monte de escatologias e dadaísmos perpetrados pelo álbum, achei a letra bem bobinha. O q me fez crer duas coisas: 1) aquele psicólogo q trabalhou com os caras era um idiota (fosse eu, topava só com as passagens pagas e pra ver o Mustaine chorando ahahah); 2) Lou Reed encarnou uma “figura de pai” (Freud rula!) braba com os sujeitos por aqui. Putz.
Ñ achei ruim, na medida da mesma pegada de “Dragon”. Introdução solene (e realmente climática) com o q parecem ser cellos, q voltam lá por 5’00”. Mas faltam vocais: há muito instrumental – na pegada pobre característica do álbum – o q torna o som tb redundante. Penso q uma editada aqui tb o tornasse menos pior. Mas tem 19 minutos.
Quando chega aos 12’00”, era pra ter acabado: iniciam uns feedbacks e distorções típicas de fim de música (tipo “South Of Heaven”), q ACABAM DURANDO OS 7 MINUTOS RESTANTES. E sei lá se por eles quererem soar Pink Floyd, Sonic Youth ou Tangerine Dream. Teste de paciência master. Mão a palmatória pra quem jurar ñ querer ouvir “Lulu” de novo; impressão final ruim e negligente, tb na medida em q nos faz esquecer dos primeiros (4) sons melhorzinhos.
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Finda a maratona, impressões finais:
- longe de ser álbum horroroso, ou “antimusical”, tenho q “Lulu” é álbum PARA SER ESQUECIDO. E será, na hora em q o novo do Metallica sair, já q duvido eles serem burros em lançarem de novo algo parecido. O tempo haverá de mostrar ñ ser nada demais pra ser gostado ou odiado. Apesar de q prevejo daqui uns 20 anos isto aqui ser encenado na Broadway ou virar musical. Com outra banda fazendo as vezes e outro velho caquético pigarreando em cima
- com “Lulu” vejo q o Metallica retomou sua verdadeira VOCAÇÃO. Q ñ é a de fazer o q querem, mas a de fazer coisas q os fãs jamais imaginariam q fizessem. Pois entendo q “Death Magnetic”, apesar de bão, foi desvio nesse caminho: álbum em q fizeram o q os fãs tanto queriam. (Apesar da dúvida: fazer, àquela altura, o q os fãs tanto queriam ñ foi tb fazer algo q os fãs já nem imaginavam possível?). Duvido q gere frutos – outras bandas pegando outros tios morféticos pra fazer parceria – mas deixaram uma marca na música com isto aqui, gostemos ou ñ
- ñ é nem a pau, nem de jeito manero, ou de jeito algum, pior q “St. Anger”. É chato, presunçoso, redundante, auto-indulgente. Ñ mais q isso. Penso q se ñ saísse duplo, alijado de “Cheat On Me”, “Little Dog” e “Junior Dad” e com “Iced Honey” de bônus na versão japonesa, teria gente na “crítica” falando bem
- música gigante ñ é sinônimo de progressivo, progressividade, arrojo técnico. “Poison Was the Cure” (Megadeth) é até pequena e um ARREGAÇO. “Rime Of the Ancient Mariner” (Iron Maiden) é gigante e legal, mas ñ impossível de tocar. Tvz apenas “Pumping Blood” ou “Frustration” se aproximem – e de longe – de algo progressivóide. O Metallica rushiano ainda jaz intacto no “And Justice For All”
- procurando a foto acima (digna de comentários??), li uma resenha italiana do álbum, do ponto de vista de fã de Lou Reed. Ñ desmerecendo “Lulu” (pareceu) e mesmo citando referências ao longo ao próprio Reed das antigas e ao – ugh! – Velvet Underground. Parece q o “lado de lá” ñ execrou totalmente o álbum cabeça: alguém mais por aqui foi atrás de visões diversas, tais quais?
Rodrigo Gomes
23 de dezembro de 2011 @ 14:28
Passo!
Marco Txuca
23 de dezembro de 2011 @ 19:45
Nem vou retrucar. Ou vou?
Tiago Rolim
23 de dezembro de 2011 @ 20:16
Curti o disco e com o tempo ele fica melhor! Claro que ele é dificil, e é de propósito, claro que Lou Reed não tem voz, tem uma frequênçia na garganta, mas e dai? É um bom disco e que mereçe uns dais de audição. E nos dias de hoje, se faz isso de graça né não?
Marco saca isso:
http://euovo.blogspot.com/2011/12/nightmare-before-christmas.html
Se não fosse a porra dos “direitos autorias”, vc ia ver um filme baseado na tal Lulu. Fazer isso, ouvindo o disco é bem interessante…
Talvez ache pra baixar, vi no 1º dia de postagem, antes de ser retirado do ar.
Mas uma coisa, tu ta ouvindo (ou vendo), alguma coisa dos shows comemorativos de 30 anos do Metallica? Tem muuuita coisa legal lá visse?
Tiago Rolim
23 de dezembro de 2011 @ 20:17
“uns dais”
Uns dias. Foi mal.
doggma
26 de dezembro de 2011 @ 23:41
Pô, concordo com a maioria das considerações. “Dragon” tem uma pegada poderosa e “Junior Dad” força a amizade com o grand finale quilométrico. Mas “Little Dog” talvez seja a que mais evidencie o propósito de “Lulu” – ser um “disco de autor”, do tipo vanguardista e hermético. E os peões do Metallica ali, tremendamente agradecidos de serem a banda de apoio de um gênio maldito e iconoclasta. E o disco será redescoberto, com certeza. Mas ainda continuará cult.
Pessoalmente, ainda pretendo decifrar a bagaça, sem pressa. Não é disco pra “se gostar”. Já começa por aí.
heh… enquanto isso, o EPzinho que eles lançaram com as SOBRAS do “Death Magnetic” vendeu trocentas vezes mais que “Lulu”.
Bom, vi uma lista de ratings furiosos no Wiki e uma destoante. 5 estrelas de 5! Carinha canadense.
http://www.canada.com/entertainment/Reviews+from+Montreal+Gazette+Reed+Metallica/5633949/story.html
Essa frase diz quase tudo o que tem pra ser dito: “That’s the good stuff. The bad stuff is even better.”
Colli
27 de dezembro de 2011 @ 21:40
Como foi dito na primeira parte, o grande “erro” talvez, e que tenha influenciado para toda essa negativa das pessoas, é que todos esqueceram que a banda Metallica, foram uma coadjuvante somente. Mas sem ela esse disco seria um lixo total.
Fazer um disco dito progressivo, somente com guitarras, baixo e bateria, não é muito fácil. Ah, eu não falei do vocal, porque não tem mesmo, não é gente?!!! É uma merda mesmo. O cara é ruim cantando. Não conheço o trabalho solo dele, e até desanimei depois desse disco.