ANNIHILATOR
Nunca imaginei q veria o Annihilator ao vivo, já há muito havia desistido de SONHAR isso.
E ao vê-lo(s) terça passada, jamais imaginei ver “Stonewall” ou “The Fun Palace” ao vivo. Putz. E q confirmaria “Alison Hell” como a música mais firulada mais legal já composta. Ou q veria em Jeff Waters meio uma “versão Toy Dolls” do metal: faz caretas, caras e bocas enquanto sola, a la Michael ‘Olga’ Algar; só ñ deu cambalhotas por lhe faltar – uh! – coordenação motora. Só pode.
E ao ver a banda q acompanha Waters, surpresa em ver Dave Padden abandonando o cacoete de imitar Serj Tankian, como ainda tocando guitarras espertas. Ao mesmo tempo em q desmistifiquei a lenda de Waters ñ tocar com zés-manés: culpa do baterista, Mike Harshaw (?), bonzinho, mas insuficiente por ali.
Explico: na resenha do Exodus semana passada, destaquei o baterista do Claustrofobia como alguém com noção do “som da bateria ao vivo” (ou coisa do tipo): sabem show de boteco, onde ouvimos da bateria só chimbau, pratos, bumbos e os tons q o baterista toca primeiro, por tocar neles mais fortes nas viradas? E em q mal se ouve a CAIXA nalgumas horas? Era o som, insuficiente, da bateria do Annihilator, nome-fantasia, 8 dias atrás lá no Carioca Club.
Nada q justificasse, entretanto, o ESPORRO q Waters lhe deu ali, no microfone pra ouvirmos, após “Phantasmagoria”, dizendo-nos “ele fodeu com a música!”. Ou tentar corrigí-lo, no início de “Shallow Grave”, em incitá-lo tocar os bumbos logo na introdução. Tvz fosse o tal “senso de humor canadense”, tvz ñ. O cara é bão, mas ñ é Randy Black nem Mike Mangini, ou Flo Mounier (quem eu esperava ver), tampouco o chicano da foto acima, e isso é coisa q provavelmente só EU dei valor.
O trampo de backing vocals de Padden e do baixista Alberto Campuzano tb achei fraquinho: “Clown Parade” ficou meio tépida nesse sentido, como “Ultra-Motion”, “Battered” e “King Of the Kill”. Fecho a “sessão lamentação” assim: pena q Joe Comeau ñ ficou na “banda”…
Já a apresentação, felizmente, foi o q eu esperava dela (acrescido das “surpresas” no início citadas): um catadão de sons de toda a carreira do Annihilator, justificando a incrível 1ª vez dos caras ñ só aqui no Brasil – no q acabou sendo show único – como na América do Sul.
O Carioca ñ estava tão lotado como no Exodus 2 dias antes, no q creio se poder culpar um show de terça-feira. E ficou ainda menos ñ tão lotado depois q a molecada emo e new metal fã de Otep saiu fora (sei lá se ñ ficou fila dupla na porta de papais e mamães vindo buscar os fedelhos, pra acordarem cedo dia seguinte e ñ perderem a escola). Porém, vale o clichê de q quem estava ali, estava ÁVIDO em ver – e viu – Waters fritar, assar e gratinar sua guitarra vermelha, trocada lá pelas tantas por uma “modelo Van Halen” (sei lá como chamar aquilo).
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=4G6bvrkifyE[/youtube]
E assim o show se sucedia nas músicas mais recentes inicialmente, pra do meio em diante ser tomada pelos sons antigos (apenas “The Trend” se intercalando sorrateira), preferidos da maioria por ali. Ñ q eu ñ tenha ouvido gente bradando junto “Ambush” e “Clown Parade”, mas acho seguro afirmar q o “Annihilator véio” era o filé mais esperado.
Waters se atrapalhava em querer falar e mostrar-se simpático, visivelmente empolgado (ou estava dopado) e prometendo voltar – tomara q role, mas ñ pelos tentáculos podres da Negri Concerts. Algo q falou, e ñ entendi – pq ñ entendi de q se trata – ao introduzir “I Am In Command”, foi dizer do som ser de 1989, “portanto anterior a ‘Enter Sandman'”. Cuma?
As rodas eram freqüentes, mas menos pitbull q as do Exodus: meio q a galera correndo em círculos. O embasbacamento era geral. A satisfação, genuína, no decorrer das praticamente DUAS HORAS de som. Agora tvz me caiba SONHAR de novo em vê-los ao vivo… mas com q repertório monstro? Com a volta de Joe Comeau tb?
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Do Otep, banda de abertura, um parágrafo basta: banda ruim pra caralho, do new metal mais fajuto e datado, formada por músicos bons (sobretudo o baterista) e uma CABRITA q nem berrar direito o faz. Estivesse viva, Wendy O Williams a faria lavar suas calcinhas a mão, no tanque. Passou batido de muita gente o último som ser “Breed”, do Nirvana: fãs de Annihilator mal souberam o q era, fãs deles pareciam muito novos pra reconhecer. Muita menininha emocionada colada na grade, coisa da idade. E o som de bumbo mais PODEROSO desde Mikkey Dee no Philips Monsters de 1996.
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=pC45OFAoJVM[/youtube]
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Set-list: 1. “Ambush” 2. “King Of the Kill” 3. “Battered” 4. “Clown Parade” 5. “Ultra-Motion” 6. “Set the World On Fire” 7. “W.T.Y.D.” 8. “Burns Like A Buzzsaw Blade” 9. “Phantasmagoria” 10. “Stonewall” 11. “21” 12. “I Am In Command” 13. “The Trend” 14. “The Fun Palace” 15. “Shallow Grave” (q Ñ É cover de AC/DC, William Mumu!) 16. “Alison Hell”
Colli
1 de maio de 2012 @ 07:15
Mesmo com esse batera deve ter ido muito foda o show.
doggma
1 de maio de 2012 @ 11:25
E mesmo sem nenhuma do “Schizo Deluxe”, que eu si amarro.
Estranha combinação essa, Annihilator-Otep, hein.
Marco Txuca
2 de maio de 2012 @ 01:48
Ah, foi foda, sim, Colli: as ressalvas são só coisa de cara chato tipo eu eheh
É q, comparativamente, o SOM no Exodus, e mesmo no Claustrofobia, estava muito melhor. Mais alto, mais nítido, mais foda.
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O “Schizo Deluxe” ainda ñ ouvi, doggmático, mas vi o vinil (obviamente importado), capa dupla e tudo, à venda na Galeria do Rock ontem. Parecia custar 50 contos. Caro, mas bonito.
Quanto ao Otep vir junto, alguma dúvida sobre terem, ambas as bandas, eventualmente o mesmo empresário ou agência?
Hugo Perazzini
3 de maio de 2012 @ 21:05
Este ano eu estava me perguntando quando que eu teria a oportunidade de ver o Annihilator ao vivo, uma vez que eles ainda nunca tinham tocado na América do Sul. Eis que surge a notícia que eu esperava: Annihilator confirmado com show em SP. Simplesmente incrível! Duas coisas me chamaram a atenção com relação ao Set: eles tocarem Stonewall, música raramente tocada ao vivo com essa formação com o Dave Padden e a outra por não tocarem never, neverland, música sempre presente (não neste caso). Ver Jeff Waters ao vivo é realmente interessante. O cara não para um minuto sequer no palco, se movimentando todo momento, como se tivesse injetado cafeína no sangue! Uma coisa é verdade: Joe Comeau faz muita falta. Na minha opinião a melhor formação do Annihilator é aquela que gravou Waking the Fury. Como Txuca disse, Randy Black é um monstro na batera. Fazia uma sincronia ímpar de bateria com a guitarra de Waters.
OTEP: o que falar de uma banda que faz um New Metal da pior espécie (apesar de ter músicos muito competentes) e fecha o show com um cover do Nirvana?? E diga-se de passagem, música que o público mais agitou.
Bom…. mas no final das contas, o que prevalece é o Annihilator mesmo, claro!
Abraços
Marco Txuca
4 de maio de 2012 @ 02:29
Valeu a presença novamente, Hugo!
E endosso: melhor formação a do “Waking the Fury”. E lembrando: tvz numa próxima poderiam fazer “My Precious Lunatic Asylum”…
Louie Cyfer
4 de maio de 2012 @ 08:45
O Waking the fury é disparado o melhor play do Annihilator na minha opinião.
E a formação nem comento… CAPETA puro!!