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Thrash com H
Por Marco Txuca
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Leo
20 de dezembro de 2021 @ 11:00
Eu tenho um certo apreço por essa fase inicial do Rhapsody, pq escutei bastante na época.
Acho que a música título é a mais pesada da banda, seguida de perto por Dawn of Victory.
A pergunta que decorre é: seria este um grande atributo? Rs
Pra dar uma ideia quantitativa da relevância, enquanto essa música – a mais tocada desse cd no Spotify – tem 1,2 milhões de audições, Dawn of Victory (tb a mais ouvida do cd anterior) tem 13,2. Rs
Minha leitura é: Rhapsody lançou um cd, estourou com o segundo, manteve no terceiro, começou a perder fôlego a partir deste, teve uma recuperação digna do Paulo Guedes no último e pararam antes de cair na vala.
Mas, como a tentação de pular no precipício era grande, fizeram a “recuperação judicial” e Turilli e Staropoli seguiram, mas eu não. Rs
Leo
20 de dezembro de 2021 @ 11:03
Curiosidade mórbida: as cidades que tem mais ouvintes mensais da banda no Spotify são, nessa ordem: Santiago, México, São Paulo, Bogotá, Buenos Aires.
Qual é a tara latino-americana com metal épico?
Marco Txuca
20 de dezembro de 2021 @ 12:21
Já devo ter dito aqui q com o Rhapsody tive “sorte”: sabia q este (aliás, o primeiro q comprei, numa branquinha num Da Tribo Festival, junto do “Puritannical Euphoric Misanthropia”, do Dimmu Borgir) e o anterior (comprei depois, usado na Galeria) eram os discos pesados dos firuleiros e não errei.
Ouço até hoje, com alguma frequência, em pendrive pra ouvir no carro. E “Rain Of a Thousand Flames” acho discão. Daqueles q não dói ouvir inteiro. Flui.
Ah, é truque de estúdio, bateria eletrônica e impossível de fazer ao vivo (parece q tentaram, pouco à frente e não fluiu – exceto pros paga paus da Brigade aqui). Sim. Mas as melodias, o clima épico farofeiro (na beirada de cair no abismo onde o Manoteta despencou e chafurdou) e, sobretudo, o tal do Fabio Lione, me convenceram.
Ouso recomendar. Aguardo apedrejamento.
Marco Txuca
20 de dezembro de 2021 @ 12:30
Já a “tara latino americana com metal épico”, acho q uma das deixas Sam Dunn largou no episódio “Power Metal” da série Metal Evolution, quando diz q era um gênero pra ele desconhecido, no Canadá.
Tenho q os latinos amam esse metal melódico pomposo, brega e grandioso pq não tivemos aqui uma idade média desse tipo (tivemos e continuamos tendo uma OUTRA idade média, leprosa e carniceira), idealizada de batalhas, vikings, justas entre cavaleiros, Atlântidas e templários, essas coisas. Daí ficar bacana idealizar, fantasiar, crer o quão teria sido foda descender dessa gente fedida e beligerante.
Na mão oposta, vejo uma idealização invertida por parte duns europeus, relatando o q não viveram aqui, das civilizações pré-colombianas.
Therion, Epica e outras formações melódicas já fizeram sons e discos inteiros sobre essas civilizações, o q tvz retroalimentem um pouco a tara latina. Sei lá.
Aguardo o historiador Thiago neste papo.
FC
20 de dezembro de 2021 @ 19:34
Até o Power of the Dragonflame dá pra ouvir de boa, embora este e o a que se refere o post já fossem menos legais.
E essa laranja ainda tá dando caldo, hein? Viraram duas bandas, cada uma com cacetadas de discos.
Leo
20 de dezembro de 2021 @ 21:16
Jamais apedrejaria.
Eu tenho uma relação muito dúbia com esse cd.
Não é o que mais gosto (prefiro o Dawn of Victory, que acho um ponto de equilíbrio quase perfeito), mas tem a faixa-título, que acho um caminhão, e a Wizard’s Last Rhytes, que é baseada na Sinfonia 9 do Dvorak.
Aliás, quem sabe se – numa segunda-feira dessas – você fizer uma lista de melhores do Rhapsody venha essa pedrada que você espera, Marcão? Rs
André
21 de dezembro de 2021 @ 07:17
Caramba, não imaginava que esse post fosse render assim kkk
Eu endosso a opinião dos confrades. Dawn Of Victory é o que eu mais gosto da horda. Pesadão e um pouco menos sinfônico.
“Qual é a tara latino-americana com metal épico?”
Seria a latino América o pólo nerd no planeta?
märZ
21 de dezembro de 2021 @ 08:01
Não faz parte do meu universo musical, acho que nunca ouvi.
Leo
21 de dezembro de 2021 @ 09:17
Cara… Não é fácil fazer o que esses caras fazem. E não digo pela execução de arranjos complexos, mas pela dificuldade de dar coesão a composições que misturam Iron Maiden e Paganini. E, nesse sentido, o Rhapsody foi único, e muito diferente de outras bandas de metal melódico – não à toa, são italianos.
Então, acho adequada a repercussão. Rs
Com relação à tese das audições, curiosidades comparando a mesma base de dados (Spotify):
Iron Maiden: São Paulo, Santiago, Cidade do México, Buenos Aires, Estocolmo*.
Black Sabbath: Cidade do México, São Paulo, Santiago, Los Angeles, Chicago.
Metallica: Cidade do México, Santiago, São Paulo, Los Angeles, Sydney.
Slipknot: Cidade do México, São Paulo, Los Angeles, Santiago, Chicago.
Helloween: Santiago, Cidade do México, São Paulo, Bogotá, Istambul.
Slayer: Santiago, Cidade do México, Los Angeles, São Paulo, Chicago.
Cannibal Corpse: Santiago, Cidade do México, Los Angeles, Chicago, Dallas.
Behemoth: Cidade do México, Helsinki, Varsóvia, Santiago, Istambul.
Sepultura: São Paulo, Santiago, Cidade do México, Rio de Janeiro, Buenos Aires.
A verdade é que a América Latina é um grande polo de consumo de música por streaming. Cidade do México e Santiago estão nas listas das mais variadas bandas do mainstream (peguei algumas das maiores bandas do mundo e aquelas que acho que são as mais conhecidas por estilos) e São Paulo aparece na maioria.
Ainda assim, não ocupam a lista inteira como no caso do Rhapsody. Poderíamos teorizar pela nossa empiria, mas acho difícil com base nestes dados. E, nesse sentido, sou mais próximo à hipótese do Marcão que do André (embora tenhamos feiras nerds gigantes), mas vejo uma diferença de sentido, já que existe uma relação entre uma cultura colonizada e uma colonizadora (e acho que o vetor de intensidade daqui pra lá é maior que o de lá pra cá), motivo pelo qual frequentemente, vamos ver a coisa esbarrar em termos como “viralatismo” versus “exotismo”.
* Só lembrando que o Spotify se origina na Suécia.
Thiago
22 de dezembro de 2021 @ 00:26
Opa, chegando um pouco atrasado, mas chegando!
Nunca me ocorreu que o PENDOR dos latinos por metal melódico com temas medievais tivesse origem na falta de uma Idade Média de moldes europeus. Acho a ideia bastante atrativa, com dois apartes:
1) Não quero parecer o chatão acadêmico, mas me parece que o interesse pelo Medievo tanto de nós latinos quanto das bandas melódicas europeias tem como base e fonte principal produtos da indústria cultural que, já à partida, idealizam a Idade Média. Acho muito improvável que qualquer letrista do Rhapsody ou hordas semelhantes tenha lido medievalistas a fundo, mesmo os mais traduzidos e acessíveis como Bloch ou Le Goff e, muito menos, algum documento do séc. X, por exemplo. A mim parece – e repito que não quero parecer o chatão acadêmico – gente que ficou na superfície, achando que Idade Média é “Conan” – escrito, de resto, por um texano racista e autor medíocre quando comparado a contemporâneos como Faulkner (tá apelei haha). É aquele pessoal nível de entrevistados pelo Régis Tadeu no show do Manowar que acha que Idade Média é “Senhor dos Anéis”, levando o exemplo ao limite.
2) Do interesse dos europeus por civilizações pré-colombianas, acho o raciocínio igualmente válido e, pelo pouco que conheço, o Therion parece uma banda bastante sofisticada em termos líricos. Agora em que medida o interesse por esses povos é genuíno ou puramente guiado pelo apreço ao exótico e, no limite, bárbaro – aspecto que, de resto, está nas coordenadas mentais do Europa da Grécia do século VII a.C. ao Renascimento e além – não sou capaz de mensurar.
Marco Txuca
22 de dezembro de 2021 @ 01:20
Caralho!
Aqui ninguém tem que pedir desculpas de nada, a não ser q seja bostonoia ou evanjegue. E mesmo assim, cuido pra apagar o quanto antes, q é pra não dar repercussão.
Cancelamento puro e simples.
Ao mesmo tempo, o tipo de post improvável (não estava nos planos, decidi 5 minutos antes de ligar o computador) q as reações ainda mais improváveis e inesperadas me fazem continuar com fôlego nesta bodega.
Não q eu esteja cogitando parar. Sequer começando a começar a pensar em parar, nada disso.
Segue o jogo!
André
22 de dezembro de 2021 @ 07:01
Pare não, Marco! O TCH e o Banger Brasil são os únicos sítios em que a burrice e a falta de noção não imperam e as pessoas expõe suas opiniões sem afetações ou babaquices.
E, vou na do Thiago. Citei o pessoal nerd justamente por esse lance de rpg, Tolkien, Hobbit, etc. A maioria das pessoas que conheço e que gostam desse tipo de som são ligadas nessas coisas. Eu nunca joguei, nem li nada dessas coisas, apesar de achar interessante. Mas, acho que perdi o bonde.
Leo
22 de dezembro de 2021 @ 15:57
Eu acho que podemos especular sobre o “corazón vikingo de Santo Domingo” (pra lembrar da sátira clássica do Nanowar of Steel, que, aliás, recomendo ouvirem não pela sátira, mas pq tem sacadas – no limite, sociológicas – muito boas!).
E por falar em especulações e numa entrada mais sociológica, acho que podemos trabalhar com o “tipo-ideal” do metaleiro medieval. Rs
Acho que, em geral, quem curte heavy metal já tem um perfil mais excluído socialmente (dificilmente, quando adolescentes começam a ouvir esse tipo de som, são as pessoas mais queridas da turma), e uma boa parte ainda se acha intelectualmente superior (algumas pessoas são, outras nem um pouco. Rs) e, muitas vezes, identificados com padrões europeus (lógico que o corte socioeconômico de quem escuta – pessoas brancas, de classe média, etc – já condiciona isso).
A essas pessoas, um som tido como complexo, que ressalta as virtudes de um passado europeu, numa matriz muito depurada pela indústria cultural, como o Thiago mencionou, é muito atraente.
André
24 de dezembro de 2021 @ 10:21
Penso que todo mundo, principalmente, adolecente, tende a ser sectário. Quem ouve pop, não gosta de rock e vice-versa. Acontece com todo mundo.
André
24 de dezembro de 2021 @ 13:11
*adolescente