VOÏVOD
Pré-festa Setembro Negro Festival, Carioca Club, 07.09.23
Eu meio q não acredito ainda q vi o Voïvod.
Contexto antes: sabia q seria à noite, e comprei o ingresso em junho só pra ver os canadenses. E não fui a nenhum dos outros dias do evento, pq é muita banda e já não me vejo com pique pra tanto.
Das outras bandas anunciadas pra quinta, confesso q só tinha ouvido falar do Leviathan. Seria aquele mesmo, gaúchos, com álbum lançado há décadas? Sim. Enfim.
Eram duas da tarde do feriado aqui no bunker e eu mal tinha almoçado, tava na leseira. Resolvi olhar a agenda do evento: abertura do Carioca às 15h, primeira banda (Erasy) às 15:55. Só aí fui almoçar, comprar o quilo de arroz (ingresso promocional) e ir pra lá de carro. Pq vai q rola atraso e eu ficava sem metrô. Lembrando, ainda compraria o ingresso pro L7, sem “conveniência”.
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Entrei, eram 17:30. Estava o Warshipper no palco. Boa banda, sem bolor, thrash/death. Não assisti Erasy, nem Burn the Mankind. Surpresa positiva: zero atraso, programação seguia, fluia.
O Leviathan foi legal tb. Vocalista alternando entre saudosismos (“era assim q fazíamos thrash metal nos anos 80″) e acenos pra merchan e trocar idéia após o show, o q fizeram. São 2 cds, estavam à venda. E camisetas. Som legal, melhor q de muita banda recente. O senão foi o vocalista obeso quase não aguentando o tranco…
Já o In the Woods…: precisamos de mais uma banda inspirada em Paradise Lost? Noruegueses, tudo uns caras altos e daqueles q faziam black metal e provavelmente aprenderam a afinar a guitarra e começaram a praticar doom. Achei chato e fiquei andando pelo recinto. Tinha fãs cantando junto. Sei lá.
Curiosidade: nessa hora , Away e Rocky passaram por nós ali na pista e foram dar uma volta pelo Carioca. O baterista tirou selfies numa ótima, sem estrelismo, e desconfio q foi olhar a “camisa oficial” do show – não desenhada por ele, daí zero oficial – q custava 120 paus. Ninguém lhe deu uma e tvz não falasse português pra ameaçar processar pela pirataria. Aguardemos desdobramentos ou não.
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Às 21h, pontualmente, entrou o Voïvod.
Uma hora e meia de show pra uma platéia devota. E não só de tiozões. E não só de marmanjos; muita mulher fã presente. E abrirem com “Killing Technology” quase me fez sair depois pra pagar outro ingresso.
Mentira. Sou pão duro pra caralho ahahah
Os sons seguiram o repertório nostálgico de “Morgöth Tales“, disco novo-velho de regravações, com a faixa-título de “Synchro Anarchy” e passagem por sons recentes, como “Obsolete Beings”, do “The Wake“.
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O som oscilou nos 2 primeiros sons, e desconfiei de backing track em Snake, o vocal com cara de cachaceiro e q tomava cerveja entre os sons. Hmmm…
Snake suficientemente carismático fazendo caretas, falando entre os sons, contextualizando o rolê o tempo todo, se enrolando nos fios do microfone, zoando com Chewy (guitarrista), saudando Jason Newsted, homenageando o falecido (e saudado) Piggy… cumprindo um protocolo q nada teve de frio.
Impressiona uma coisa meio óbvia: o quão técnicos são alguns sons, e os caras. Sobretudo em “músicas prog” (segundo Snake) como “Holographic Thinking” (outra das 3 de “Synchro Anarchy” tocadas) e “Nuage Fractal” (do “Angel Rat”), pra mim destaques em meio a todos os destaques: caras ensaiados e afiados. Banda quarentona sem migués e encheções de lingüiça. Bravo.
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A real é q o repertório é todo “lado B”, pq é uma banda lado B (de outra dimensão?) tocando pra poucos (não estava lotado. Como. Eu. Acho. Q. Deveria) e bons. Só seria lado A, de leve, se tocassem “Astronomy Dominé”. E não o fizeram. E não me parece q desapontam ninguém com – ou sem? – isso.
Clichê, mas real: os quatro estavam visivelmente emocionados com a recepção e nitidamente tentaram retribuir tocando visceralmente, jogando palhetas, fazendo caretas, fazendo brindes (Away). Meu outro destaque vai pro uso da arte peculiar deles no telão de Led, em loop e alternando imagens o tempo todo.
Ambiência, suor e receptividade à altura. O único som no bis? “Voïvod”, com roda e galera berrando alucinada.
Pessoalmente, me foi o 19⁰ show este ano. E de lavada, o melhor.
Q venham mais vezes esses aliens.
Set-list: 1. “Killing Technology” 2. “Obsolete Beings” 3. “Synchro Anarchy” 4. “Macrosolutions to Megaproblems” 5. “Rise” 6. “Rebel Robot” 7. “Thrashing Rage” 8. “Holographic Thinking” 9. “Nuage Fractal” 10. “Sleeves Off ” 11. “Pre-Ignition” 12. “Fix My Heart” 13. “Voïvod”
märZ
13 de setembro de 2023 @ 08:22
Eu queria muito ter ido, e cheguei ensaiar a empreitada. Mas os shos, ingressos, passagens, logística de L7 em outubro e Rogério Águas em Novembro me quebraram.
André
18 de setembro de 2023 @ 10:18
Mais uma aula de como cobrir show de metal. Seja no texto como nas fotos. Quanto a banda, preciso me aprofundar antes de comentar qualquer coisa.
Marco Txuca
19 de setembro de 2023 @ 00:02
Agradeço de verdade o confete. E me ufano duma coisa: PAGO pra ver os shows. A análise crítica vem de brinde.
André
19 de setembro de 2023 @ 12:55
O Ricardo Batalha disse que não paga pra entrar em show desde 1994 ou algo assim. Você poderia tentar dar carteirada como profissional de imprensa.