MEIO Q VALE 5 CONTOS

“Apocalypse Dudes”, Turbonegro, 1998, Cooking Vinyl/Selecta Records

sons: THE AGE OF PAMPARIUS / SELFDESTRUCTO BUST / GET IT ON / ROCK AGAINST ASS / DON’T SAY MOTHERFUCKER, MOTHERFUCKER / RENDEZVOUS WITH ANUS / ZILLION DOLLAR SADIST / PRINCE OF THE RODEO / BACK TO DUNGAREE HIGH / ARE YOU READY (FOR SOME DARKNESS) / MONKEY ON YOUR BACK / HUMILIATION STREET / GOOD HEAD – bonus tracks: PRINCE OF THE RODEO (single version) / SUFFRAGETTE CITY [David Bowie]

formação: Hank Von Helvete (vocals), Euroboy (lead guitar), Rune Rebellion (rhythm guitar), Pål Pot Pamparius (keyboards and percussion), Happy-Tom (bass guitar), Chris Summers (drums)

Tendo já lido boas coisas sobre Turbonegro na finada Rock Brigade sei lá quando, eis q ao me deparar com 2 de seus álbuns em promoção, os adquiri, naquela confiança cega q às vezes me trai. Pois supus se tratar duma banda punk crust, e ñ dum hard rock com punk e algum metal misturados de modo bem bagaceiro.

Pra quem tb ñ conhece, a dica: quem curte The Hellacopters, Danko Jones ou The Darkness certamente vai curtir o material daqui, mais afinado com um hardão setentista (tipo New York Dolls – ainda q eu nunca tenha ouvido New York Dolls), do q com o espécime farofento oitentista. A versão de David Bowie, da fase glam do cara, tb assina esse recibo. Surpreende ñ ter saído nacional pela Trama (encaixa naquele tipo de rock indie q eles relançavam), e mais ainda por se tratar de produto norueguês, capitaneado pelo tal Von Helvete, de olhos corpsepaintados à moda antiga, tipo Alice Cooper, e fisicamente parecido com um (ainda mais) decadente Mike Portnoy.

Bando de xaropes, em suma; breve histórico contido na Wikipédia dá a noção de quão porraloucas/sem noção eram eles: fora Turbonegro, outro nome cogitado pra batizá-los foi Nazipenis, prontamente descartado por gente, ou gravadora, q lhes deu a dica do fiasco q lhes caberia inevitavelmente.

Além deste “Apocalipse Dudes”, o outro q adquiri foi “Retox”, lançado em 2008, após um término da banda (ocorrido após “Apocalipse Dudes”) e um retorno com mesmíssima formação. No entanto, escolhi o 1º para resenhar, embora ambos álbuns sejam equivalentes: “Retox” só é um tanto melhor produzido, tem sons com maior dinâmica – os sons neste aqui vão todos num mesmo andamento, vertiginosamente – e com letras algo melhores, menos caóticas, mais sexistas e com um inglês melhor e mais compreensível.

É “melhor”, e este aqui, “pior”. Mas escolhi o “pior” por soar como algo mais cru e legítimo. E pq curti mais esta capa. E pq “Get It On” parece chupim de Ramones. E mesmo tendo alguns refrões q enjoam de tanta repetição (como em “Selfdestructo Bust”, “Rendezvous With Anus” e em “Get It On”). E pq se “Prince Of the Rodeo” tivesse bateria com 2 bumbos, pareceria o Motörhead – uma referência bem indireta – dos primórdios.

E pq o inglês por aqui decantado nas letras me permitiu uma identificação: é tão simplório quanto o meu ahah Gente q o tem o melhor tvz entenda um pouco mais as piadas internas, a tiração de sarro pra com viadagens e androginias (no q o encarte sobremaneira colabora, com integrantes vestidos de marinheiro, um outro de cowboy, outro de operário… “YMCA” é pouco) e temas edificantes como delivery de pizza, putaria e bravata de nego (modo de dizer) se achando fodão… mas ñ.

Reitero q os sons se sucedem vertiginosamente: introdução com dedilhado e embromação se dá apenas no inicial. Há músicas demais por aqui tb, mas sendo curtas por vezes mal se percebe quantas se passaram, em audições desatentas. Me ocorre ainda outra coisa: quem curte Foo Fighters poderá curtir Tubonegro, uma vez se tratar da mesma fuleiragem; é q a horda do Grohl toca mais lento e tem quem ainda acredite se tratar de “rock alternativo”… Bah!

Ao mesmo tempo, se percebe serem músicos razoáveis (o tal Euroboy em vários sons fica solando alopradamente) q resolveram ter uma abordagem direta, sem frescuras. Há alguma coisa de teclado, bem enrustido (evidente apenas em “Prince Of the Rodeo”) e a tal percussão creditada em 90% do tempo é aquele pandeirinho em refrão pra causar inveja em Ian Astbury. Som pra deixar rolando tomando cerveja num churrasco sem problemas. E pra ser reouvido no próximo churrasco, e assim vai.

Concluindo com o título do post: na minha opinião, meio q vale 5 contos. Ainda q eu tenha gastado 10. É legalzinho: tvz valha mais o download e ficar disponível num pendrive.

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CATA PIOLHO CCXII – alguém cantou “Escravos de Jó” quando era criança? Amigo xarope, q já compareceu por aqui há muito tempo, conseguiu encontrar uma melodia correspondente aos 30 segundos de “Heartwork” do Carcass. Faz sentido, ou EU TB tô viajando demais?