VALE 5 CONTO

Nova seção por aqui, uma versão light do S.U.P. prolixo de sempre, a respeito de cd’s medianos q ñ valem tanto blá-blá-blá, mas tb ñ mais q 5 contos em sessões de oferta ou de usados na lojinha preferida desse artigo em plena obsolescência…

“Slave to the System”, Slave to the System, 2006, Spitfire Records/Eagle Rock/ST2

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A repercussão deste, q veio no embalo dos trocentos projetos paralelos duns anos atrás, lembro q foi mediana. Muito por conta da hibernação do Queensrÿche, q gerava certa demanda.

O Slave to the System é projeto paralelo de Scott Rockenfield, baterista classudo, e Kelly Gray (guitarrista, ex-Queensrÿche, e a constar na história como o cara q quase q fodeu o Nevermore) com vocal/guitarrista e baixista do Brother Cane – banda de prog algo obscura. Ou nem? – Damon Johnson e Roman Glick, respectivamente. E cujas 12 músicas aqui registradas caem como uma luva pra pessoas q curtem sons pesados, mas tb sons pesados ACESSÍVEIS, e q por motivos técnicos (vocais fracos, riffs frouxos, batidas flácidas ou clichês) ou de VERGONHA ñ conseguem gostar completamente de Foo Fighters, Queens Of the Stone Age, Audioslave, Creed ou grunge.

Por ser nitidamente projeto de intenção COMERCIAL. Fizeram os sons e lançaram pra ganhar dinheiro, pra tocar no rádio, pra concorrerem a Grammy. Talvez ñ tenham conseguido, e sei lá se será lançado novo material (“Slave to the System”, por ora, é filho único deles). Mas o fizeram com classe: as músicas são bem produzidas, sendo facilmente reconhecíveis as duas guitarras atuando juntas, e o vocal – sempre um calcanhar de Aquiles pra milhares de bandas – felizmente por aqui ñ torra o saco.

O tal Damon Johnson sabe cantar, e emular lá e cá figuras como Chris Cornell e o cara do Creed (q nunca fiz questão de saber nome), mas de um jeito legal. Como fosse um gêmeo menos mala dos citados, no q reside ponto positivíssimo do trabalho.

A quem esperar virtuosismo do Rockenfield, melhor ñ: as batidas são contidas, “a favor dos sons” (como se diz nas revistas de bateria), mas q se percebe feitas por alguém q sabe tocar e escolheu o caminho da descrição e da concisão: ñ é uma simplicidade por falta de recursos. E o mesmo pode se dizer do trampo guitarrístico, q conjuga riffs simples, breves palhetadas, sujeira meticulosamente calculada, raros (e curtos) solos e dedilhados de bom gosto.

O problema é abundarem faixas intencionalmente radiofônicas ou baladas. Por outro lado, algo bom: em vc estando ficando/namorando alguém q ñ seja “do metal” realmente, funciona como um meio termo entre o “rock pauleira” comercial, o pop e o metal ouvir “Slave to the System” até a conversão do parceiro (ou parceira) se efetivar.

Destaques q faço: 1) “Cruise Out Of Control”, a mais porrada, com vocais ora saturados (quase Nine Inch Nails) e de veia nitidamente Soundgarden (no q endosso a comparação feita em resenha no whiplash); 2) “Stigmata”, q abre o álbum como a improvável música q o Foo Fighters finalmente acertou; 3) “Ruby Wednesday” (alguma brincadeira com Rolling Stones?), mais grooveada e suja; 4) “Disinfected”, a melhor, com apitadas e microfonias iniciais, depois cavalgadas metal, tb um tanto Soundgarden (tipo “Rusty Cage”) e letra meio Frank Zappa falando do norte-americano médio e sua passiva mediocridade. E 5) “Ragdoll”, pesada e radiofônica, com momentos vocais meio The Cult.

A faixa-título, por sua vez, é pra dias de bom humor e/ou disposição: tem letra legal, mas lembra bastante Bush

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CATA PIOLHO CLXX; por Yulo Braga – seria o riff de “Slash Dementia”, do “Symphonies Of Sickness”, o embrião do q viria a ser o riff de “Heartwork”? Ou estaria eu errado?