HAVOK • MIDNIGHT • DISCHARGE
Carioca Club, 21.06.24
E q tal a pior resenha de todos os tempos neste blog?
Um somatório de condições desfavoráveis na última sexta: 1) convalescia de uma semana com dengue (não sabia se agüentaria o tranco de 4 bandas); 2) dia ruim pra um festival com 4 bandas (mesmo domingo teria sido melhor); 3) perdi o Manger Cadavre?
Pq UMA das condições adversas eu acertei: 4 bandas, previsão de início às 19h, melhor ir de carro pq não pegaria metrô aberto pra voltar. E sou anti táxi.
Daí foi entrar no Carioca com o quilo de alimento e ver a vocalista do Manger Cadavre? vendendo merchan e me confirmando q tinham acabado de tocar. Puta merda.
A melhor coisa da noite, disparada, foi eu comprar dali mesmo “Eu Sou A Derrota“, disco novo do Sangue de Bode.
Nunca tinha ouvido Havok. E não desgostei. Músicos bons, o som estava ótimo, repertório coeso.
Mas eu tava azedo: achei q falta DINÂMICA nos sons. Umas paradinhas, trechos de dedilhados lentos, essas coisas. O vocal berra do mesmo jeito o tempo todo, sem variação. Dedo no cu e gritaria. Cansa.
Obviamente q fui voto vencido ali. Mas sendo banda de proposta neo thrash (ou coisa assim), achei q ficam numa corda bamba entre banda q CONHECE e CURTE fazer thrash metal e banda q faz uma caricatura do estilo.
Amigo off-blog e ausente ali me jurou q o primeiro disco dos caras é foda. Acredito no amigo, bora descobrir o nome do disco e encontrar “tempo” pra ele.
Midnight foi a banda da noite. Arregaço. Arregaçaram.
Tb nunca tinha ouvido e tudo ali me pareceu um híbrido de stoner, Entombed, Motörhead, punk a Ramones e alguma crueza death metal. Num visual claramente inspirado em Ghost, só q sem a palhaçada hipster dum Sleep Token.
Um trio encapuzado, com guitarrista emendando riffs e solos após riffs e solos, um baterista firmão tocando praticamente a mesma levada o tempo todo (e isso não é ruim) e o vocalista baixista líder e faz-tudo em estúdio (li no Metal Archieves depois sobre ele) mandando sons uns após os outros, sem tempo pra respirar. Ou pra nos deixar respirar.
Achei q o público reagiu melhor q com o Havok. Esse mesmo baixista vocalista agradecia ocasionalmente, apresentou os comparsas e mostrou serviço. Sem excessos, direto ao ponto. Mesmo eu estando azedo e precisando me sentar umas horas, achei foda.
O Discharge era a banda principal. E a expectativa era palpável, quase dava pra pegar com a mão. Mas não curti.
Receita decepcionante: 3 tiozões (provavelmente formação original) numa guitarra + backings, baixo (sujeito praticamente imóvel, aliás) e bateria tocando as mesmas levadas (e aí, no mau sentido) auxiliados por um guitarrista e um vocalista mais moleques emprestando fôlego.
Músicas se sucediam com muitas pausas, algumas delas claramente aumentadas na duração e o vocal me lembrando Phil Anselmo… Blah.
Fiquei até o final – tá no inferno, abraça o capeta – mas me foi bem decepcionante. Teve esforço e reciprocidade da parte do público, mas acho q o pessoal tb estava cansado. Hinos mais conhecidos foram entoados, rodas foram abertas, mas faltou anarquia.
Sobrou protocolo.
Não dá pra dizer q foi ruim, só foi uma banda cover de si mesma tocando pra convertidos e convertidas. (Muito punk moleque de moicano presente, aliás). E serviu pra eu dizer em conversas q já vi o Discharge ao vivo. Pra daí ouvir um “sério? Quando foi?”.
Numa sexta-feira azeda de junho de 2024, em q eu estava azedo e q sobrevivi a uma maratona considerável. Q tecnicamente não trouxe defeitos ou atrasos, muito pelo contrário.
Só acho q não tenho mais pique pra noite com várias bandas mesmo.
marZ
26 de junho de 2024 @ 14:28
Eu não saberia o que esperar de um show do Discharge em 2024, mas teria ido no show pra conferir. Midnight não me surpreende terem sido os melhore da noite, a banda é muito divertida e seus álbuns de estúdio são muito bons.
André
26 de junho de 2024 @ 21:07
Manger Cadavre e Desalmado estão em todas, hein? Conheço pouco das duas. Mas, acredito que os shows sejam bons.
Nem faço ideia de quem seja Midnight. Havok ouvi algumas vezes. Era a sensação do tal neothrash quando apareceu. Não sei se decolaram. Aparentemente, não.
Gosto de Discharge, mas, não adoro. Preciso ouvir mais.
Mais uma resenha de verdade. E, mais um show pouco comentado na mídia do rock/metal naZIonal brasileiro.
Leo
27 de junho de 2024 @ 07:52
Essa “pior” resenha é melhor que muitas da mídia “especializada”. Espero que esteja melhor por estes dias, meu caro. Dengue é uma barra.
Marco Txuca
27 de junho de 2024 @ 21:54
André: eu poderia dizer q os sites de metal estavam no Sesc Belenzinho aquela hora vendo o 365, q o pai do vocalista é o Coronel Telhada.
Mas provavelmente não estavam, pq o Sesc não fornece “credencial”. Então, chuto q a mídia do metal nacional estava assistindo algum podcast reaça pra fazer uns cortes e noticiar “polêmicas”.
Acho q é com isso q se ocupam numa sexta-feira à noite.
Leo: valeu o apoio. Estou melhor, mas é esquisito a parte das sequelas. Sinto q não voltei a como estava antes 100%…
André
2 de julho de 2024 @ 14:11
Saiu uma resenha no Whiplash. Carinha de escrita por alguém que não estava lá. Vaga e cheia de hipérboles. Ou seja, péssima como é des costume naquela bodega. Imprensa do metal naZIonal é assim.