30 ANOS DEPOIS…

… o q ficou?
… o q ficou?
Algoritmo me mandou este:
märz me recomendou este:
A versão do Opeth é antiga, lado b de single (“Burden“) de 2008. A do Exodus + Osegueda é de agora.
Impressões por hora:
Espaço Unimed, 21.04.25
2 subtextos permeiam o texto a seguir: 1) público feito de idiota; 2) Opeth e Savatage não são bandas de festival.
O Opeth é uma banda estranha.
Fazem um som dificilmente categorizado. Prog metal gutural?
Não são banda nova (contei 14 discos – é isso?), não fazem um prog “típico”. O 2⁰ guitarrista, o parceiro mais antigo de Mikael Åkerfeldt. Mais baseados em texturas, climas e MELODIAS. Sem fritações gratuitas e forçadas.
Me remetem a uma citação q faço de Carlos Santana: “encham uma música de solos, vc atrai só homens e músicos. Ponham melodias, vc atrai as mulheres”. (Algo assim)
Era um novo público metaleiro e de prog: muita mulher presente e cantando as letras. Havia no Unimed tb os metaleiros de conservatório fazendo air drumming e air guitar, mas com a devida apreciação. Não pra tentar impressionar a quem estivesse em volta, supostamente tendo ido ao show pra dar aval de fã a desconhecido. Dream Theater? Symphony X? Prog de tiozão, já eram.
O único senão achei o volume baixo – comparado com o Savatage logo após, coisa de “banda de abertura” (putz) – e a outra esquisitice é Åkerfeldt falando besteira entre as músicas, enquanto trocavam afinações e instrumentos. Algo não tão típico em se tratando de seres nórdicos. É o Slatan Ibrahimovic do metal.
Não entendi tudo o q ele disse, rachei com a auto ironia devido ao bigode e uma ex-namorada e entendi quando apresentou os 3 sons recentes, de “The Last Will And Testament“. Pareceram funcionar ao vivo, backing track de Ian Anderson incluído.
Falava via WhatsApp com o Leo ao final: maioria aqui veio pra ver eles, cantaram todas as músicas (sobretudo “In My Time Of Need”), aplaudiram passagens de solos e finais de viradas bateristicas (aliás, baterista finlandês foda). Além disso, bora subtextos? Tocaram duas músicas a mais q no Monsters Of Rock.
Åkerfeldt pareceu legitimamente emocionado com o acolhimento. Uma banda com um público e um ensejo muito favoráveis.
Mais um detalhe: 1h30 de show, iniciado britanicamente às 19h30. Não sou iniciado no culto aos suecos e tenho muito ainda a estudar, mas fiquei com a sensação de apresentação q daqui a 20 anos será lembrada como memorável, duma banda plena e não cover de si própria.
Set-list: 1. “§1” 2. “The Master’s Apprentices” 3. “The Leper Affinity” 4. “§7” 5. “In My Time Of Need” 6. “§3” 7. “Ghost Of Perdition” + bis com 8. “Sorceress” 9. “Deliverance”
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O Savatage é uma banda estranha.
Fazem um som dificilmente categorizado. “Fronteiriço”, segundo o Leo. São hard, power metal, prog?
Meio q são isso tudo e a mim demandam dois tipos de teses de mestrado: 1) são grandes só no Brasil. Como e por quê?; 2) quem é o público q esteve ali no Unimed só pelo Savatage?
Não são banda nova, claro. Mas tb não encaixam entre os dinossauros covers ruins de si próprios. Devido a terem encerrado atividades? Tvz. Só q geraram filhotes: Trans–Siberian Orchestra, Circle II Circle e Jon Oliva’s Pain. Q não atingiram a envergadura da banda matriz. Sequer viraram cult bands, como tb não o Savatage.
Caso único .
O público presente, majoritariamente tias e tiozões + metaleiros de sapatênis, cantou TODOS os sons. Inclusive os lados b. Subtexto? Os VINTE sons; show no sábado foi ⅓ do show “extra”.
Achei surpreendente o repertório de “The Wake Of Magellan” (1997) predominante. Sete sons. Q com outros 5 de “Handful Of Rain” (1994) e de “Dead Winter Dead” (1995) deram uma coerência absurda ao todo. Repertório velho, mas não jurássico.
Fácil de entender: discos – tirando “Handful” – q contaram com os ⅘ de integrantes ali presentes (Zak Stevens, Johnny Lee Middleton, Jeff Plate, Al Pitrelli e Chris Caffery). Q tocaram na mesma vibe do Philips Monsters Of Rock de 1998: visivelmente à vontade, confortáveis e interagindo entre si como grandes amigos.
E tvz o sejam.
Zak Stevens acho o maior às na manga da banda e do show: vocalista de tessitura média desde sempre, não precisou miguelar agudos. A não ser na própria “Handful Of Rain” q pareceu executada tons atrás, sei lá se com necessidade.
Pra eventuais apoios, havia dois tecladistas escondidos (mesmo: em nenhum momento foram iluminados) e não apresentados (aliás, ninguém foi apresentado) fazendo as partes de Jon Oliva e algum backing pra Zak. Não é trapaça.
Outro elemento fundamental na apresentação, provavelmente desperdiçado sábado, foi o TELÃO. Artes e efeitos incríveis, desde “Jesus Saves” até os ofidios de “Taunting Cobras” (minha maior surpresa) e a arte de “Dead Winter Dead“, devidamente contextualizando tudo.
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Volto um pouco às músicas, baseadas em elementos óbvios, mas não dolosos. Culposos.
“Edge Of Thorns” tem uma cavalgada à “Heaven And Hell” (Black Sabbath), mas ninguém acusa chupim. “The Storm”, instrumental executada pra Al Pitrelli ter seu momento, é praticamente “Confortably Numb” (Pink Floyd), mas com solo e bateria diferentes. Causa déjà–vu, ao invés de desprezo.
E “Chance”? Claramente inspirada em Queen. “Bohemian Rhapsody”. Não? Mas ninguém diz q é plágio. Pq não é. “Power Of the Night” mistura Accept e Judas Priest de modo quase imperceptível. Inaudíveis a ouvido nu. Savatage tem essa manha e nunca a perdeu.
“Turns to Me” e “Taunting Cobras” foram minhas preferidas. “The Hourglass”, interminável no disco, desceu macia. Baita lado B. “Jesus Saves” e “This Is the Time” fugiram ainda ao óbvio, deixado pro final: “Gutter Ballet”, “Edge Of Thorns” e “Hall Of the Mountain King” – faixas-título filhas únicas de seus discos – derradeiras.
Não acho q alguém tenha saído decepcionado ou reclamando da falta de algum som. Uma hora e 45 minutos ninguém (mais) faz. Porra. Acho tb q se tivesse mais um show extra terça ou quarta-feira, encheria. O Savatage se mostrou uma banda cover oficial sem deméritos nem bolor.
Não gostei da parte melodramática de tributo a Criss Oliva e de Jon Oliva apelativo entoando “Believe” no telão – ainda q com a banda incrivelmente tocando junto. Savatage não atingiu o nível pra ter mártires pelo caminho. Minha opinião só, ninguém ligou ali.
Meu veredicto: Opeth foi foda, mas não foi o Savatage. Savatage foi muito foda, mas não foi o Coroner.
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Além disso, externo toda minha EMPATIA a quem não conseguiu ir a essa noite “extra” de Pista Premium a 750 reais e normal (a minha) a 350. Conheço gente q foi aos 2 dias, e privilegiado quem o conseguiu.
A quem pegou caro pra ir ao Monsters Of Rock e soube q Opeth e Savatage “extras” foram melhor, sinto avisar: vcs foram enganados. Q merda.
Set-list: 1. “The Ocean” 2. “Welcome” 3. “Jesus Saves” 4. “Sirens” 5. “Another Way” 6. “The Wake Of Magellan” 7. “Strange Wings” 8. “Taunting Cobras” 9. “Turns to Me” 10. “Dead Winter Dead” 11. “The Storm” 12. “Handful Of Rain” 13. “Chance” 14. “This Is the Time” 15. “Gutter Ballet” 16. “Edge Of Thorns” 17. “The Hourglass” 18. “Believe” 19. “Power Of the Night” 20. “Hall Of the Mountain King”
Admito: sou ateu ainda desse culto ao Opeth.
Tenho 2 discos por aqui, “Ghost Reveries”‘ e um outro com uns quadros numa parede. E tenho acompanhado pelas beiradas o crescimento – artístico e de público – dos suecos.
E um disco novo, “The Last Will And Testament”, lançado semana passada, já tenho testemunhado (ops) opiniões divididas entre “melhor disco do ano” e “melhor disco da banda”. Intersecções à parte.
Hermetismos à parte: faixas denominadas “§1”, “§2”, “§3” até a sétima, daí uma 8ª faixa com nome comum.
E com a piração abaixo: Ian Anderson (CNPJ Jethro Tull) participando com solos de flauta em “§4”.
Um pouco o vídeo sombrio me influenciou, mas o q é essa música? Pqp.
Anderson participou ainda, com flauta e locuções em outras faixas-número do álbum, vide o link https://consequence.net/2024/11/opeth-%c2%a74-jethro-tull-ian-anderson/
Parece q a gente nunca fica velho pra ser surpreendido. O q falta é banda q saia do roteiro. Falta mais Opeth no heavy metal.
Status atual: impactado.