BAIXO CALÃO e SURRA

25.10.24 – 78club, Santo André

Banda de grindcore com um vocalista anão (ou amputado, ainda não sei): se isso não é fair play, já não sei mais o significado. Saquei o nome.

Um vocalista pq o Baixo Calão tem TRÊS vocalistas, sendo um dos outros tb baixista. Puta sacada. Puta banda, q segundo o amigo true tocou no Obscene Extreme Festival (República Tcheca) e impressionou. Não duvido.

São de Belém e certamente aproveitaram o rolê sudestino, afinal tocaram na abertura pro Napalm Death no dia seguinte e dividiriam palco do La Iglesia com o Dead Congregation domingo. 3 shows em 3 dias.

E um som bem trampado, zero fuleiro: guitarrista e baixista portando instrumentos BC Rich e debulhando influências thrash em riffs. Baterista firme e com variedade de levadas. Repertório executado em 30 minutos, se muito. Com direito a esse mesmo baterista ter furado pele do bumbo no penúltimo som e ter feito malabarismos (tocou com o pé direito no pedal esquerdo do pedal duplo – !?!) pra conseguir tocar o último.

Estávamos, eu e Leo, ali em Santo André pra ver o Surra e me surpreendi. Não comprei merchan dos caras sábado, mas meio q virei fã.

Inclusive pelos discursos entre sons, bem colocados e pertinentes. Como o de uma hora reconhecer q a presença em show é muito mais significativa do q like em rede social.

****

E a presença era considerável ali no 78club, q nunca tinha ouvido falar, mas curti e recomendo.

Uma mistura de pub londrino com Madame Satã das antigas. Basicamente uma casa servindo de bar com cômodos vazados (ou tinha andar superior pra quartos?) e um palco (na verdade, um chão) no porão lotado na medida: disseram q a noite estava sold out.

Bom pra nós, q não passamos por muvuca, atropelos e atrasos. Acho q 11 da noite já estávamos fora.

Pq era rolê de grindcore e pq o Surra veio logo depois e arregaçou: metade do disco novo executado + os sons já tornados clássicos e pra lá de entoados.

“Bom Dia, Senhor” ao final foi catártica e a dinâmica verbal entre Leo (vocalista) e Guilherme (baixista) entre os sons tb era à vontade: irritação e nervo exposto por parte do primeiro e dilemas existenciais (SQN) do tipo “prefere Giraffas ou Bob’s?” com o outro. Alívio cômico debilóide ahah

No q tange ao baterista, está ainda melhor, as músicas novas mais elaboradas e um lance aprimorado de 2 bumbos (pedal duplo) deixando o Surra com cara de thrashpunk mesmo.

“É Proibido Ser Pobre” e “Plano Infalível”, pra mim as melhores, já nasceram clássicas.

****

Tem site disputando vaga de banda grande pros pedestais de Sepultura e Angraverso, e eu diria q o Surra até estaria no ponto pra ocupar lugares, mas não pra esses críticos “show de graça” (nenhum ali presente, ao contrário do monte de fotógrafos), q vão noutra linha editorial/política. E provavelmente não pro Surra, q está pouco se fodendo pra essa perfumaria.

Bom pra eles, melhor pra nós.

PS – teve ainda uma outra banda (esqueci nome) tocando anterior ao Baixo Calão, mas não vimos. Por desinteresse e pq não chegamos a tempo, mas tudo bem.

PS 2 – e vida longa aos rolês terminando antes de meia-noite!